
Os cabe�udos s�o dois amigos insepar�veis. S�o "sujeitos desprovidos da capacidade de sentir, analfabetos emocionais". O grupo n�o faz refer�ncia a nenhum grupo. Por isso, escolheram representar "alien�genas". As interven��es s�o: o sono, quando, inquietos, buscam local para descansar; o conhecimento, constru�do tanto do que as pessoas sabem de si quanto do que sabem da cidade; o banho, um tempo na loucura do dia a dia para esse momento; o �cio, quando movimentos s�o feitos sem prop�sito algum; o jogo, uma representa��o das m�ltiplas disputas; e o alimento, a rela��o com a abund�ncia e a falta.
Os cabe�udos fizeram tr�s interven��es de um leque de possibilidades que podem apresentar. Na primeira, caminharam reconhecendo o espa�o e as pessoas do lugar. No segunda, cada um, segurando um travesseiro, buscou lugar para descansar. Na terceira e �ltima interven��o, os artistas, vestidos, tomam banho em plena pra�a p�blica. Em meio aos atos, os atores chamam aten��o para comportamentos do cotidiano que n�o levam em conta o respeito ao pr�ximo e o zelo com a cidade. Eles espalham lixo pela cal�ada, atravessam a rua sem a devida aten��o, param na frente dos carros, interrompem o caminhar do pedestre na cal�ada. "� divertido. Mas n�o sei o que eles querem fazer. Ficam olhando para o nada e fazem coisas que n�o devem", afirmou a aut�noma Mara Beatriz, de 53 anos, enquanto fotografava.
A interven��o incomodou quem parou para ver. "Inicialmente, n�o d� para entender. Eles atrapalham a viv�ncia de todo mundo. Mas, quando observamos, entendemos que muita gente faz o que eles fazem sem perceber. Como eles fazem a interven��o de maneira descarada, incomodam quem v�", analisa o comerciante Paulo Almeida Prazeres, de 33 anos. A apresenta��o � um alerta para as rela��es nos espa�os da cidade. "As pessoas atravessam as ruas sem olhar. S� prestam aten��o ao celular, ao whatsapp. Mostram como as pessoas podem atrapalhar o tr�nsito. Os atores est�o mostrando a realidade", afirma o comerciante Alessandro Santos.
