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Estado de Minas DO P� AO V�RUS

M�scaras s�o realidade em Sabar� antes mesmo da pandemia do coronav�rus

Popula��o de cidade da Grande BH, castigada pelas chuvas do in�cio de ano, j� havia se habituado a usar prote��o contra o p�; agora tenta se defender da COVID-19


postado em 07/06/2020 04:00 / atualizado em 06/06/2020 21:57

Maio de 2020: o aposentado José Gonçalves na Praça Melo Viana, onde até o busto que homenageia o ilustre filho da terra ganhou
Maio de 2020: o aposentado Jos� Gon�alves na Pra�a Melo Viana, onde at� o busto que homenageia o ilustre filho da terra ganhou "prote��o" (foto: ED�SIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)

As m�scaras que passaram a compor a paisagem das cidades brasileiras, em muitas delas como prote��o obrigat�ria para a COVID-19, come�aram a se integrar � rotina dos brasileiros em abril, quando o Minist�rio da Sa�de passou a indicar seu uso indiscriminado. Por�m, um dos  munic�pios da regi�o metropolitana que fazem limite com Belo Horizonte, Sabar�, “n�o tira a m�scara” desde o fim de janeiro, quando fortes chuvas levaram ao transbordamento do Rio das Velhas e do afluente Sabar�, com inunda��o de 25 bairros.

O segundo maior efeito da enchente foi a poeira que subiu nas ruas a partir do ressecamento da lama, exigindo opera��es de limpeza p�blica com m�quinas e um batalh�o de oper�rios.

 

Na �poca, para proteger moradores, a prefeitura local comprou 20 mil m�scaras cir�rgicas. Foi a sobra desse estoque que supriu, de in�cio, os profissionais de sa�de que atuam na guerra contra o  novo coronav�rus. H� dois meses, foi criado o comit� de enfrentamento do novo coronav�rus e decretada situa��o de emerg�ncia no munic�pio.

 

Janeiro de 2020: Maria das Dores Raimundo, depois das chuvas do início do ano, voltava da farmácia com um pacote de 12 máscaras para a família(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 28/1/20)
Janeiro de 2020: Maria das Dores Raimundo, depois das chuvas do in�cio do ano, voltava da farm�cia com um pacote de 12 m�scaras para a fam�lia (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 28/1/20)

 

“Foi uma infeliz coincid�ncia”, diz a secret�ria municipal de Sa�de, a enfermeira Nicole Cuqui Alves, sobre os dois epis�dios subsequentes: “Logo no in�cio da pandemia do novo coronav�rus, as m�scaras estavam em falta no mercado. Mas, devido � enchente, t�nhamos um bom estoque”, conta.

Agora, a prefeitura acaba de comprar, j� com entrega, mais 20 mil pe�as, aguardando 30 mil que ser�o repassadas pelo estado. Para a popula��o, de forma especial os vulner�veis, foram distribu�das 7 mil em tecido.

 

Na cidade de cerca de 140 mil habitantes, as restri��es como isolamento social, fechamento de com�rcio – � exce��o das atividades essenciais – e de escolas e uso obrigat�rio de m�scaras acompanham as decis�es de Belo Horizonte, explica Nicole. “N�o poderia ser diferente, pois estamos ligados � capital. Na Avenida Contagem, no Bairro Ana L�cia, por exemplo, um lado da via � BH e o outro, Sabar�”, afirma.

 

Na semana passada, o comit� de enfrentamento se reuniu mais uma vez com o prefeito Wander Borges e houve flexibiliza��o de medidas municipais. Assim, desde segunda-feira est�o reabertos papelaria, servi�o automotivo, artesanato, lojas de artigos de cama, mesa e banho, de brinquedos, bicicletas, cl�nica de est�tica e sal�es de beleza.

"N�o podemos dizer que o quadro � de tranquilidade, mas � certo que o isolamento social tem surtido efeito. Em mar�o, houve um aumento no n�mero de casos suspeitos da COVID-19, mas depois caiu e se mant�m gra�as ao isolamento social, em vigor desde 18 de mar�o", diz Nicole.

 

Janeiro de 2020: Vânia de Oliveira Franco, antecipando situação que se tornaria obrigatória meses depois mais tarde:
Janeiro de 2020: V�nia de Oliveira Franco, antecipando situa��o que se tornaria obrigat�ria meses depois mais tarde: "� a primeira vez que uso, mas nesta situa��o � fundamental" (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 28/1/20)

 

At� esse s�bado, Sabar� registrava 1.301 casos notificados, 44 confirmados e seis em investiga��o. N�o h� �bitos e 288 casos foram descartados. "De 21 de mar�o a 4 de abril, tivemos uma redu��o de 52% no n�mero de casos, em fun��o do isolamento social", destaca a secret�ria de Sa�de.


DOIS TEMPOS Na Pra�a Melo Viana, no Centro Hist�rico de Sabar�, at� mesmo o monumento que homenageia um ilustre filho da terra ganhou “prote��o” – o busto de Fernando de Melo Viana (1878-1954), que foi governador (na �poca, “presidente”) de Minas de 1924 a 1926 e vice-presidente da Rep�blica entre 1926 e 1930 no governo de Washington Lu�s (1869-1957).

� num banco do espa�o p�blico, em uma manh� de domingo, que o aposentado Jos� Gon�alves, de 71 anos, tamb�m usando m�scara, fala das mudan�as �s quais assiste.

 

“O jeito que temos � nos proteger com as m�scaras. E pedir a Deus para nos ajudar. Nunca imaginei que viver�amos uma situa��o assim. Mas precisamos enfrentar”, considera.

Perto dali, um jovem de 24, tamb�m “mascarado”, conforme se declara, conta que toma todos os cuidados. “Estou h� mais de tr�s meses, praticamente, desse jeito. Tivemos aquela sujeira danada depois das enchentes e, quando a poeira abaixou, veio o novo coronav�rus”.

 

Quem esteve em Sabar� em janeiro e fevereiro viu a situa��o dram�tica, embora sem �bitos, que a cidade, nascida no s�culo 18, enfrentou. Era barro para todo lado, obrigando a prefeitura a colocar 300 oper�rios nas ruas para os servi�os de urg�ncia em decorr�ncia das chuvas, consideradas hist�ricas em Minas.

 

Mostrando contrastes entre dois cantos do planeta, o Estado de Minas, na sua edi��o de 29 de janeiro, estampava na capa as manchetes “O medo do ar”, com a not�cia de mortes pela COVID-19 na China e casos suspeitos no Brasil, e o “Medo na lama (Do barro ao p�)”, com a situa��o em Sabar�. A foto retratava trabalhadores com m�scara de seguran�a no meio do lama�al em que se transformou a entrada da cidade.

 

Na reportagem sobre Sabar�, uma das entrevistadas foi Maria das Dores Raimundo, que, precavida, voltava de uma farm�cia com um pacote de 12 m�scaras para a fam�lia. “Tenho usado quando saio. � um jeito de n�o adoecer”, contou, antecipando o que meses mais tarde se tornaria obrigatoriedade.

 

Em estabelecimentos comerciais, as pessoas se protegiam, entre elas a funcion�ria de padaria V�nia de Oliveira Franco. “� a primeira vez que uso m�scara, mas nesta situa��o � fundamental.” Curiosamente, a primeira frase da reportagem era “Sabar�: se for, v� de m�scara.” Uma realidade que parece ainda ter longa dura��o.

 


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