Com e sem máscara: domingueiros aproveitam o dia em BH
População de Belo Horizonte se divide entre o uso da proteção facial em meio ao aumento do número de casos e ocupação de leitos
Por
Déborah Lima
Por
Leandro Couri
13/12/2020 11:08 - Atualizado em 13/12/2020 11:48
audima
Os casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus e os de internados nos hospitais voltaram a aumentar em Belo Horizonte. Motivos para ficar em casa e reforçar a quarentena. A população, no entanto, aproveitou o domingo para caminhar, andar de bicicleta e praticar outros exercícios físicos em pontos turísticos da capital.
O maior problema, no entanto, é que muitos “domingueiros” não têm se protegido da maneira correta. Na Praça da Liberdade e na orla da Lagoa da Pampulha, grande parte dos frequentadores usavam proteção facial nesta manhã. Já outros continuam desafiando a COVID-19 e saem sem máscara ou usam apenas para acessar estabelecimentos comerciais.
Lagoa da Pampulha estava movimentada nesta manhã (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
O treinador de futebol Éder Diniz, de 31 anos, é um dos que estavam protegidos na Pampulha que diz confiar no cuidado coletivo. “Eu acho que como a pandemia voltou com tudo, então o pessoal tende a ser mais consciente. Vejo o pessoal tentando ficar mais afastado, usando máscara. Estamos conseguindo nos cuidar”, ele afirma.
O cenário da doença não é animador na capital. A demanda por vagas de enfermaria ultrapassou a barreira de 50% e está no nível amarelo de atenção, assim como as unidades de terapia intensiva (UTIs). Desta forma, os três índices – leitos de enfermaria, UTI e taxa de transmissão – considerados para tomadas de decisão quanto à flexibilização do isolamento social na capital mineira estão em “amarelo”.
De acordo com o boletim epidemiológico mais recente, divulgado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) nesta sexta-feira (11/12), a ocupação de leitos de enfermaria passou de 49,6%, nessa quinta-feira (10/12), para 52,4%. Por outro lado, a demanda por vagas de terapia intensiva apresentou uma leve queda nas últimas 24 horas, indo de 56,9% para 56,7%.
Desde 4 de agosto, a PBH considera também os leitos situados na rede privada para medir o indicador.
Algumas pessoas ainda se arriscam sem uso da máscara (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
Belo Horizonte já registrou 57.330 casos confirmados da COVID-19 e 1.736 mortes provocadas pela doença. Foram 382 casos e 13 vidas perdidas notificadas em 24 horas (entre quinta e sexta). O informe de sexta também indica que há 98 óbitos em investigação.
Na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul de BH, movimento também é grande (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
Antes das duas últimas semanas, o estudo havia indicado o patamar de cerca de 500 mil pessoas infectadas. O aumento expressivo, identificado até o último dia 4, preocupa os analistas.
"Este cenário reflete o aumento expressivo da circulação do vírus em Belo Horizonte e indica a tendência de agravamento da pandemia na capital. Ressalta-se, uma vez mais, a importância do fortalecimento de medidas de prevenção e controle para redução da disseminação do vírus no município", diz o boletim divulgado na sexta-feira (11/12).
(Com informações de Matheus Adler)
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte. Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.