A perita da Polícia Civil Tatiane Albergaria, que disse ao Estado de Minas ter sido aposentada compulsoriamente após denunciar ter sofrido assédio dentro da instituição, alega estar sendo vigiada. Na última semana, a servidora falou sobre o caso na Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
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Tatiane, que tem 38 anos, está solicitando proteção policial junto ao Ministério Público. "Estou com medo", diz. A perita está sendo representada pela advogada Raquel Fernandes, que também defende a família da escrivã Rafaela Drumond, encontrada morta há certa de um mês, na casa dos pais, em Antônio Carlos. De acordo com as investigações, Rafaela teria tirado a própria vida após ter sofrido casos de assédio dentro da Polícia Civil, na delegacia de Carandaí, onde trabalhava.
A advogada Raquel Fernandes aponta preocupação com a situação. "Existe muita coisa acontecendo. Estamos preocupados com a segurança da Tatiane. O caso, no entanto, a partir da denúncia, cresceu bastante. Hoje, já são entre 50 e 100 denúncias de assédio", afirma.
Sindicato
Aline Risi, presidente da Associação dos Escrivães de Policia Civil de Minas Gerais e diretora da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis, diz que Tatiane foi aposentada compulsoriamente, para que não denunciasse os assédios.
"Nesse caso, eles levam em consideração 5/30 do salário, e tem policial sendo aposentado com menos de um salário mínimo. É uma punição grave dentro da instituição", diz Aline.
No caso de Tatiane, a justificativa apresentada para aposentá-la, segundo a presidente, foi que ela estaria sofrendo de distúrbio emocional. Segundo a presidente da Associação, o mesmo médico legista assinou diversos laudos similares ao de Tatiane. "Não foi só o dela, mas de muitos outros policiais", afirmou.