Jos� Rog�rio Viana Lara
Belo Horizonte
“Noel Rosa e Wilson Batista, ainda na d�cada de 30, trocaram pol�micas, em p�blico, pelo amor de uma mulher e o objetivo era conquistar o cora��o de uma dan�arina do Dancing Apollo (situado na Lapa), e o fizeram sempre atrav�s de composi��es de letras criativas. Um compunha um samba atacando o desafeto e o outro respondia com outro ainda mais inspirador. E esta briga nos deixou sambas memor�veis e divertidos como ‘Rapaz Folgado’, ‘Len�o no Pesco�o’ e ‘Palpite Infeliz’. Se n�o conhece esta hist�ria, corra l� no Google pesquise e ou�a os sambas.
Hoje, tenho a vaidade de ter um embate, tamb�m pelas letras, com um intelectual de tamanha envergadura que s� o maior jornal de Minas pode ter como articulista: Sacha Calmon (de quem sou um admirador e leitor ass�duo, h� anos). Embate contempor�neo, sem rimas, sem melodias, at� porque o Sacha tem desafinado, e muito, desde que adotou um vi�s � esquerda. Embate que, diferente daquele dos letristas maravilhosos, n�o o � pelo amor comum a uma mulher, e sim pela salva��o da p�tria amada, Brasil!
Sacha, em resposta a um artigo meu publicado no mesmo jornal e contestando meus argumentos, se mostrou, como um cientista da computa��o e analista de TI (Tecnologia da Informa��o), um �timo advogado. Sim, porque quando ele afirma que ‘s� um doido pode imaginar centenas de milhares de urnas em elei��es proporcionais ou majorit�rias sendo preparadas’ ele se mostra n�o s� como um leigo mas tamb�m um ing�nuo no tema. Referenciando FHC (que certa vez trouxe um termo que quase � um neologismo de t�o em desuso), esta afirma��o � uma estultice.
Sim, porque uma simples altera��o em uma �nica linha das milhares existentes no c�digo-fonte do software pode adulterar, da forma que se desejar, a consolida��o da apura��o, sem se manipular uma �nica urna. Repito: com a altera��o no c�digo-fonte sem se manipular uma �nica urna pode-se obter o resultado adulterado da forma que se desejar (uma explica��o pragm�tica para at� um leigo entender).
Existe um conceito mundial, em tecnologia (e n�o sou eu que estou a dizer e sim as melhores mentes do Vale do Sil�cio), de que n�o existe software seguro e perfeito. Ent�o, seria o Programa da Elei��o a �nica exce��o no universo (dir� das gal�xias!) a ter 100% de seguran�a?! Essa � a raz�o pela qual os pa�ses mais desenvolvidos tecnologicamente n�o adotaram as urnas eletr�nicas (ser�o os EUA masoquistas por preferirem ficar dias contando papeizinhos, hein?).
Adotar o voto impresso � uma necessidade imperiosa para assegurar a fiel contagem dos votos e n�o estamos falando em abandonar as urnas eletr�nicas e retroceder no bom uso da tecnologia e sim e t�o somente de agregar um recurso a mais para garantir a transpar�ncia: urna inviol�vel com o voto impresso colocado l� sem nenhum contato do eleitor.
Caro leitor, a prop�sito, o software do seu banco j� saiu do ar alguma vez? Voc� confere o extrato (auditoria) ou confia cegamente nos banqueiros?
E as opera��es do seu cart�o de
cr�dito? Confere?
Imaginando que prop�em a dispensa da necess�ria auditoria na apura��o por um cr�dito de confian�a nas institui��es, pergunto: voc� confia na composi��o atual dos 11 ministros do STF? Confia no atual presidente do TSE? Voc� pode at� confiar, mas pe�a a eles para frequentar um restaurante, pegar um voo de carreira ou, simplesmente, andar pelas ruas, para testar a credibilidade deles junto aos brasileiros...
Outro ponto, Sacha, meu guru, preserve sua linda hist�ria e n�o seja um desonesto intelectual no debate ao afirmar que ‘eu veria alguma virtude’ nas pr�ticas do propagandista-mor do nazismo, do odioso Goebbels. Releia meu artigo, por favor, e certifique-se de que condeno em tudo da exist�ncia criminosa dele. Ah, certifique-se tamb�m de quem se utiliza do mantra de Goebbels, segundo o qual: ‘Uma mentira repetida milhares de vezes torna-se uma verdade’ � a manipuladora esquerda.
Ou n�o s�o mentira os mantras: ‘Lula livre’, ‘Lula inocente e n�o roubou’, ‘Lula l�der nas pesquisas ganhar� no primeiro turno’. Pois bem, se ele � livre, por que n�o frequenta um restaurante? Se n�o roubou, de onde vem a riqueza milion�ria dele e dos filhos? E, finalmente, se � l�der nas pesquisas, por que n�o sai �s ruas para mostrar essa popularidade e por que tem medo de uma apura��o confi�vel, audit�vel e transparente?
Lula teve suas condena��es (ratificadas por tr�s inst�ncias) canceladas pelo STF por pretexto f�til, mas segue condenado e preso. Condenado pelo povo e confinado por esse � pris�o domiciliar.
A voc�, Sacha, que ataca nosso presidente, pergunto: onde estava sua caneta enquanto a esquerda saqueava o pa�s? Esquerda, a� voc� entendeu bem: eu abomino porque a esquerda e a democracia s�o como �gua e �leo: n�o se misturam. Onde tem uma n�o cabe (nunca coube) a outra.
Temos sim uma amea�a do comunismo se implantar no pa�s e, mais, temos a meu ver uma amea�a da esquerda conseguir dividir at� territorialmente (porque em ‘etnias’ j� dividiu) nosso pa�s e comprometer a integridade territorial t�o arduamente assegurada pelas lutas do nosso primeiro imperador Dom Pedro, liderado pela grande mulher da nossa hist�ria: a princesa Leopoldina (como historicamente regredimos at� nisso: da princesa da casa austr�aca de Habsgurgo, culta, refinada, �tica, benevolente com os pobres, entre infinitas outras virtudes para a guerrilheira e terrorista ‘nonsense’ Dilma).
Sacha Calmon, pare de defender a esquerda e de atacar nosso presidente e siga um conselho de Guimar�es Rosa: ‘tome tento!’”