Antonio Tuccilio
Belo Horizonte
"O Brasil � um dos pa�ses que mais pagam imposto no mundo. Nosso sistema tribut�rio � quase uma chacota internacional. Burocr�tico, lento e caro. Nossa carga tribut�ria est� muito pr�xima da de pa�ses como �ustria e B�lgica,
ambos superdesenvolvidos, com �timo sistema educacional, bons servi�os de seguran�a e sa�de. Muito diferentes daqui. � desproporcional. A taxa tribut�ria m�dia do Brasil � de 34%, o que nos leva ao 4º lugar no ranking de pa�ses com a mais elevada carga tribut�ria sobre empresas, ficando atr�s apenas de �ndia, Malta e Congo.
Mas isso n�o � o pior: nosso pa�s tamb�m possui uma das maiores tributa��es em rela��o � folha de pagamento, o que � p�ssimo, ainda mais levando em conta a taxa de desemprego. Aumentar a taxa��o de quem cria empregos n�o � uma ideia muito s�bia. Para as empresas e os trabalhadores brasileiros, custa em m�dia cinco meses por ano apenas para pagar os tributos. Enquanto isso, a qualidade dos servi�os oferecidos � popula��o deixa muito a desejar. Sei que � essa pergunta � um clich�, mas n�o custa uestionar: para onde vai o dinheiro dos nossos impostos?
Enquanto isso, os problemas se acumulam. Principalmente nas grandes metr�poles, como S�o Paulo e Rio de Janeiro, h� falta de sistema de seguran�a efetivo, a sa�de est� sucateada e sobrecarregada e a educa��o segue ainda em pior estado. Estamos em 2022 e estima-se que mais de 35 milh�es de brasileiros vivem sem saneamento b�sico. O volume de investimentos do setor p�blico em infraestrutura � muito inferior ao da iniciativa privada.
N�o � novidade, mas tamb�m temos um s�rio problema de distribui��o de renda e aloca��o de recursos. S�o Paulo, o estado mais rico do pa�s, tem renda per capita de R$ 48 mil, enquanto o Maranh�o, um dos estados mais pobres da na��o, tem renda de m�dia de R$ 14 mil por habitante.Tamb�m h� a quest�o da assimetria em rela��o aos sal�rios de servidores municipais, estaduais e federais. Enquanto os municipais t�m m�dia salarial de R$ 2,9 mil, os estaduais e federais recebem R$ 5 mil e R$ 9 mil, respectivamente. Ou seja, os estaduais recebem o dobro dos municipais e os federais, o dobro dos estaduais. Tremenda discrep�ncia e sem sentido. No Brasil com B de burocracia, contribu�mos muito e temos pouco retorno. Nossa realidade consiste em muita desigualdade social. Claro, � poss�vel mudar. Mas basta saber se aqueles que fazem as leis querem que mude. N�o parece."
Presidente da Confedera��o Nacional dos Servidores P�blicos (CNSP)
