A equipe de oftalmologia do Biocor Instituto anuncia a implementa��o da dacriocistotomografia (DCT), exame de imagem dos canais lacrimais usado na avalia��o de uma queixa muito comum no consult�rio oftalmol�gico: o lacrimejamento. O filme lacrimal naturalmente penetra em uma via composta por pequenos canal�culos, que permitem sua drenagem do olho ao nariz. Qualquer impedimento nesse caminho provoca ac�mulo do lago lacrimal e seu consequente extravasamento, a chamada ep�fora.
Esse sinal � um importante agravante da qualidade de vida dos pacientes, sendo mais frequente com o avan�ar da idade, devido �s inflama��es cr�nicas, que provocam estenose progressiva dos canais. Existem, ainda, outras causas, como a falha funcional de entrada da l�grima na via ou sua obstru��o por malforma��es cong�nitas, patologias nasais, traumatismos, massas adjacentes ou intraluminais.
A reprodu��o da anatomia e funcionalidade das estruturas lacrimais por meio de exames de imagem auxilia no entendimento da natureza da ep�fora, confirmando o local e a extens�o da obstru��o. Permite, ainda, diagn�sticos diferenciais entre casos idiop�ticos, cong�nitos e adquiridos ao identificar a presen�a de c�lculos, tumores, mucoceles, divert�culos, fraturas ou malforma��es �sseas lacrimais ou nasoetmoidais.
Todos esses fatores s�o importantes para o correto planejamento cir�rgico e essenciais na avalia��o dos casos recidivados.
O primeiro estudo por imagem, a dacriocistografia (DCG), foi descrito por Ewing, em 1909, e consistia na inje��o de contraste pelos pontos lacrimais, seguida da capta��o das imagens por raio X. A sobreposi��o de imagens nesse m�todo resultava em pouco detalhe dos tecidos moles e m� defini��o �ssea.Com o avan�o da tecnologia, a tomografia multislice foi incorporada � DCG, mostrando com muito mais nitidez tanto a via lacrimal excretora quanto as estruturas ao seu redor, como os ossos da �rbita e do cr�nio, os seios paranasais e a cavidade nasal.
Para a realiza��o da DCT n�o � necess�rio jejum, exceto nos pacientes n�o cooperativos que exijam seda��o. A t�cnica � feita simultaneamente em ambos os olhos com a instila��o de gotas de anest�sico, seguida da dilata��o e da entuba��o dos pontos e canal�culos lacrimais para a inje��o do contraste.
Em poucos segundos s�o obtidas imagens tomogr�ficas no plano axial que, posteriormente, s�o reconstru�das em coronal, sagital e at� em tr�s dimens�es (3D). Esse curto tempo aumenta o conforto do paciente, minimizando os efeitos de movimento e possibilitando o exame em alguns pacientes pedi�tricos ou pouco cooperativos sem a necessidade de seda��o. Entretanto, pacientes com dacriocistite aguda ou que sejam al�rgicos ao meio de contraste s�o contraindicados.
Certamente, estamos diante de um ganho enorme no estudo das vias lacrimais, que vai auxiliar os m�dicos oftalmologistas e otorrinolaringologistas no tratamento de seus pacientes, por meio de um exame r�pido, rico de informa��es e feito com seguran�a em um ambiente hospitalar de alto n�vel.