
A chegada de um beb� envolve uma s�rie de d�vidas, traz ansiedade e gera expectativas. A escolha do nome, a prepara��o para a nova fam�lia que est� se formando, o enxoval, a sa�de do beb�, os cuidados durante o pr�-natal e como ser� o parto est�o presentes na vida da maioria, sen�o todas as gestantes. Nas consultas de rotina com o obstetra � o momento da gestante e do pai da crian�a esclarecerem as d�vidas e constru�rem juntos um planejamento para o momento do parto, considerando os desejos e particularidades de sua gesta��o.
A forma como o parto vai acontecer, se ser� um parto vaginal ou uma cesariana, � uma das principais discuss�es trazidas pela gestante e seus acompanhantes para as consultas de pr�-natal.
O parto normal ou vaginal � a forma fisiol�gica das crian�as virem ao mundo. Hoje sabemos que um m�nimo de interven��es durante o trabalho de parto pode gerar uma experi�ncia muito positiva para as mulheres. J� a cesariana � uma via abdominal para o nascimento, que pode ser necess�ria em casos devidamente indicados, garantindo o bem-estar do bin�mio m�e e rec�m-nascido.
Desta forma, podemos dizer que cada mulher ter� seu parto da forma mais adequada, desde que as individualidades de cada gesta��o e de cada gestante sejam respeitadas. O trabalho de parto na gesta��o a termo, ter contra��es uterinas ou rompimento espont�neo da bolsa, pode trazer muitas vantagens para a m�e e para o beb� por uma s�rie de fatores. � o que afirma a m�dica especializada em ginecologia obstetr�cia da Rede Mater Dei, Raquel Tavares.
O primeiro fator � a libera��o do horm�nio ocitocina durante o trabalho de parto ativo. Ao ser liberado no organismo, ajuda o leite da m�e a descer mais r�pido logo ap�s o parto, facilitando, assim, a amamenta��o do beb�
Raquel Tavares, ginecologista e obstetra do Mater Dei
O mesmo horm�nio, acrescenta Tavares, tamb�m � ben�fico para o beb�, pois ajuda no processo de adapta��o respirat�ria no mundo externo e reduz as chances de complica��es.
Em qualquer uma das vias de parto, inclusive na cesariana, � importante e poss�vel o toque pele a pele entre m�e e filho imediatamente ap�s o nascimento. Isto, realizado na primeira hora de vida, auxilia no processo de amamenta��o, contribuindo para a constru��o de v�nculo afetivo entre eles.
O momento da interrup��o da gesta��o deve acontecer da forma mais espont�nea, salvo em situa��es de risco em que, por seguran�a materna ou fetal, a gravidez seja interrompida eletivamente. J� existem estudos claros considerando que entrar em trabalho de parto traz benef�cios para m�e e seu beb�, mesmo que o desfecho final seja uma cesariana.
Outro ponto importante, muito valorizado pela equipe da Rede Mater Dei de Sa�de � a autonomia da mulher na decis�o sobre sua via de parto. A mulher sempre deve ser munida de todas as informa��es sobre riscos e benef�cios de cada via do parto, e assim participar ativamente da decis�o de como tudo acontecer� no momento do nascimento do seu filho.
“A defini��o do Parto Vaginal ou Cesariana ser� em conjunto com a equipe m�dica, considerando os desejos e expectativas da m�e e seu companheiro, al�m da an�lise de todas as condi��es cl�nicas da gestante e feto”, ressalta a coordenadora do Servi�o de Ginecologia e Obstetr�cia da Rede, Claudia Laranjeira, que acrescenta: “no Mater Dei, fazemos quest�o de respeitar a op��o do casal, dentro das condi��es de seguran�a e das normas legais e de boas pr�ticas”.

Valoriza��o do parto adequado
A apresenta��o dos riscos e benef�cios e malef�cios de cada tipo de parto, aliados � expertise da equipe m�dica sobre o tema, s�o reflexos de uma pol�tica de aten��o � parturiente adotada pela equipe de m�dicos obstetras da Rede Mater Dei.
As maternidades do Mater Dei possuem toda a ambi�ncia preparada e adequada para uma confort�vel assist�ncia ao parto, estando localizadas no Mater Dei Santo Agostinho e no Mater Dei Betim-Contagem. Historicamente, vem sendo refer�ncia no acompanhamento obst�trico e participa ativamente do Projeto Parto Adequado, uma iniciativa criada em 2015 pela Ag�ncia Nacional de Sa�de (ANS), Hospital Albert Einstein(HIAE), Institute for Healthcare Improvement (IHI) e o Minist�rio da Sa�de.
A cria��o do Programa foi a partir da identifica��o de um cen�rio de crescimento no percentual de ces�reas que poderiam ser desnecess�rias, e tinham maior frequ�ncia em hospitais da rede particular. Na �poca de cria��o do programa Parto Adequado, o �ndice de nascimento por cesariana no pa�s chegava a 80%.
O projeto piloto foi desenvolvido em 28 hospitais no Brasil e o Mater Dei foi um dos escolhidos para participar da experi�ncia. J� na primeira fase do projeto, tornou-se o hospital que mais aumentou o �ndice de partos vaginais entre todos os participantes e se tornou o campe�o em partos normais de toda a rede particular. E isso foi alcan�ado com a manuten��o da seguran�a para as m�es e as crian�as que estavam nascendo, uma vez que n�o houve qualquer complica��o dos resultados e indicadores assistenciais da Obstetr�cia, que acompanhamos h� 15 anos.
O �ndice de partos vaginais na Rede, que era de 30%, subiu para 65% nesse per�odo. Este resultado � o maior entre as institui��es que participaram do programa. Atualmente, o Mater Dei � hospital HUB do Projeto, ou seja, respons�vel por treinamentos de outras institui��es.
Nova estrutura para os partos na Rede Mater Dei
O bom resultado foi poss�vel tamb�m gra�as aos investimentos da Rede na �rea de ginecologia e obstetr�cia. A estrutura do hospital Santo Agostinho foi remodelada com leitos de admiss�o para o parto, individualizados e com banheiros privativos, al�m da amplia��o do pronto-socorro espec�fico para ginecologia e obstetr�cia na unidade do Santo Agostinho. Tamb�m foi trabalhada a ambi�ncia, para que a parturiente tenha condi��es de usufruir de t�cnicas naturais de al�vio a dor, como banhos mornos, massagens, caminhadas e exerc�cios com bola de pilates, se tornando ativa e tranquila durante o trabalho de parto. O Mater dei Betim-Contagem j� nasceu com este conceito aprendido pela Rede.
O ambiente hospitalar do parto precisa ser acolhedor, tanto para a gestante como para seus acompanhantes, que no Mater Dei tem acesso livre. Para a Rede, a fam�lia � indispens�vel para auxiliar na evolu��o satisfat�ria do trabalho de parto e parto, pois traz o conforto do ambiente domiciliar para a Maternidade, preservando a seguran�a que o Hospital oferece.

“Entendemos que a participa��o ativa da mulher � important�ssima, principalmente neste momento em que o engajamento dos pacientes em todas as �reas da sa�de � fundamental para assegurarmos a excel�ncia assistencial. A obstetr�cia evoluiu no �ltimo s�culo e, hoje, � exercida por uma equipe multidisciplinar, cuja fun��o � entregar, para a fam�lia, m�e e rec�m-nascido saud�veis e aptos a exercer seu papel de cidad�os do mundo. Para isso, entendemos que o parto deva ocorrer em um ambiente hospitalar com a retaguarda de equipes e tecnologia de ponta, como terapia intensiva adulta e neonatal e processos que sejam acionados rapidamente em caso de emerg�ncias”, ressalta a Vice-presidente Assistencial e Operacional e Coordenadora da equipe na Rede, M�rcia Salvador.
Antes mesmo da inaugura��o da primeira unidade da Rede, a equipe de obstetr�cia que fundou o hospital j� promovia cursos para gestantes, que no Mater Dei passou a chamar Curso do Casal Gr�vido. Trata-se de um curso preparat�rio em que todos podem tirar suas d�vidas sobre o nascimento e os cuidados com o beb�, al�m da possibilidade de conhecer as instala��es da maternidade das duas unidades.
Outra iniciativa do Mater Dei foi cria��o, de forma pioneira, de um c�digo de resposta r�pida, o c�digo rosa. “Quando detectada a emerg�ncia � feito o acionamento pelo obstetra, e entra em a��o uma equipe multidisciplinar integrada que permite que o parto aconte�a em at� 15 minutos ap�s este acionamento”, refor�a M�rcia Salvador.
Al�m de toda uma estrutura de ponta, a Rede Mater Dei estimula e promove frequentemente capacita��es, workshops exclusivos e cursos hands on para seus profissionais, incluindo os obstetras, tanto em t�cnicas de parto humanizado, quanto em sa�de do assoalho p�lvico e em emerg�ncias obst�tricas. Reuni�es semanais ocorrem todas as ter�as-feiras e os casos mais complexos s�o discutidos, garantindo �s nossas pacientes o melhor, e sendo fonte de aprendizado e atualiza��o constante da equipe.
“Gra�as ao engajamento de toda a equipe, e um sistema de governan�a cl�nica, com acompanhamento de indicadores e m�tricas que envolvem n�o s� o % de taxas de parto vaginal ou cesariana, mas tamb�m os desfechos cl�nicos da m�e e da crian�a, conseguimos alcan�ar nosso maior objetivo, que � a melhoria no acolhimento e assist�ncia segura e de excel�ncia para m�e e filho”, ressalta Raquel Tavares.

Import�ncia do pr�-natal, medicina e cirurgia fetal
O pr�-natal � fundamental para a sa�de da m�e e beb� pois, atrav�s dele, � poss�vel fazer os exames de rastreamento fetal e identificar o risco de doen�as maternas ou do beb�, como esclarece Carlos Henrique Mascarenhas Silva, coordenador do servi�o de Medicina e Cirurgia Fetal da Rede e presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (Sogimig).
Sempre orientamos as m�es a realizarem o ultrassom precocemente para confirma��o da idade gestacional e depois outra ultrassonografia morfol�gica entre a 12� e 14� semana de gesta��o. Nesse per�odo, j� podemos avaliar a anatomia na crian�a e orientar o casal adequadamente
Carlos Henrique Mascarenhas Silva, coordenador do servi�o de Medicina e Cirurgia Fetal da Rede.
Por meio da medicina e cirurgia fetal, � poss�vel acompanhar as gesta��es que precisam de adequa��o da sa�de fetal, seja nos casos de transfus�es intrauterinas, passando pela corre��o de defeitos na coluna fetal ou mesmo do cora��o fetal, pode-se, quando necess�rio, separar a placenta de uma gravidez gemelar em que existe uma altera��o da circula��o de sangue entre as crian�as.
Capaz de corrigir malforma��es graves antes mesmo do nascimento, a cirurgia fetal pode salvar vidas e evitar v�rios problemas de desenvolvimento dos beb�s. Complexos e desafiadores, os procedimentos que envolvem a cirurgia fetal requerem uma equipe cir�rgica multidisciplinar treinada, integrada e preparada de obstetras, neurocirurgi�es, anestesiologistas, cardiologistas, neurologistas e enfermeiros.
A cirurgia fetal intra�tero tem a capacidade de aumentar a chance em 80% nas gravidezes gemelares monocori�nica, de sobreviv�ncia dos 2 fetos quando existe uma transfus�o de sangue entre eles, e tamb�m de mudar para melhor qualidade de vida das crian�as com defeito aberto da coluna ap�s o nascimento, j� que a grande maioria deles passar� a ter, a movimenta��o independente e a capacidade cognitiva preservadas. Outras cirurgias tamb�m podem ser feitas ainda dentro do �tero materno.
Procedimentos intrauterinos realizados durante a gesta��o j� s�o uma realidade na Rede Mater Dei de Sa�de, um dos poucos centros no Brasil capacitado para tal.