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Estado de Minas O FUTURO EM CONSTRU��O

Integrar para transformar

A��es de fomento passam pela gera��o de emprego e renda associada � qualidade de vida


postado em 28/06/2020 00:08 / atualizado em 28/06/2020 10:03

Transformar Brumadinho, na Regi�o Central de Minas, e deixar um legado positivo no territ�rio, al�m da minera��o. A tradu��o desse marco vem na implementa��o de qualidade de vida de forma integrada, dando oportunidade de desenvolvimento � popula��o, tanto econ�mico quanto social, sem deixar de lado aspectos da inclus�o. 
 
A proposta, um dos pilares do plano de repara��o da Vale para a cidade pelo rompimento da Barragem I da Mina C�rrego do Feij�o, em janeiro do ano passado, est� sendo concretizada com a��es e projetos de fomento socioecon�mico de Brumadinho. Depois de postos em pr�tica, eles permitir�o �s cidades se desenvolverem, diversificando e fortalecendo suas economias.
 
N�o s� o fomento econ�mico est� no radar da mineradora, mas tamb�m quest�es voltadas ao saneamento (ligadas � tem�tica da sa�de), gera��o de emprego e renda e requalifica��o urbana. Esses aspectos permitem avan�ar em termos de qualidade de vida, de maneira independente da atividade miner�ria, conforme explica a gerente de Repara��o e Compensa��o dos Munic�pios, F�tima Chagas. 
 
“O grande desafio vai para al�m da gest�o do impacto. � repara��o, � compensa��o. Deixar um legado positivo nesse territ�rio, contribuindo para a qualidade de vida e possibilitando o desenvolvimento da regi�o com conex�o dos saberes locais, a exemplo do que pode ser feito na agricultura. O est�mulo ao protagonismo dos atores locais tamb�m � muito importante para a consolida��o da mudan�a de patamar dessa qualidade de vida”, afirma.
 
De acordo com F�tima, � jogar luz numa outra forma de fazer neg�cio, numa abordagem moderna do desenvolvimento, historicamente atrelado � minera��o nessas localidades. “Enxergar territ�rios de forma integrada servir� de exemplo para n�s mesmos (Vale) e outras corpora��es”, diz.
 
“� um projeto ambicioso, mas s� assim se consegue impulsionar a diversifica��o econ�mica e produtiva e melhora de qualidade de vida dos territ�rios atingidos, promovendo esse direito de a sociedade ter cidades mais sustent�veis. � a forma mais estruturante de se atuar quando se enxerga o territ�rio n�o s� de forma mais integrada, mas envolvendo todos os atores”, destaca a gerente.
 
Atores esses – poder p�blico e sociedade – que, juntos e de forma colaborativa, cada um no seu papel, passaram a pensar estrategicamente essa mudan�a de voca��o em projetos que contemplam emprego e renda, focam na incuba��o de empresas como potenciais neg�cios, fortalecem a agricultura, impulsionam o turismo e d�o for�a e protagonismo �s organiza��es sociais. 
 
A gerente de Fomento Econ�mico, Fl�via Soares, lembra que o processo significa mais que um conjunto de projetos, mas a transforma��o de uma realidade hist�rica. “N�o � algo que temos expectativa de ter resultado absoluto em curto prazo. Come�amos a trabalhar, mas com a conscie%u0302ncia de que precisaremos nos articular com v�rios atores”, afirma.

Estrat�gias


Debru�ar-se sobre as controv�rsias da rela��o do territ�rio com a minera��o n�o s� econ�mica, mas tamb�m social, foi o princ�pio para estruturar estrat�gias e programas a serem implantados. 
 
“H� uma identidade por tr�s que explica como esse povo se organiza, molda sua cultura e forma de viver em torno da atividade miner�ria. Fazemos estudo de voca��es, de levantamento de cadeias produtivas e que t�m potencial de ser ampliadas”, diz Fl�via, ressaltando que nada disso ser� imposto pela empresa � cidade.
 
As bases de Brumadinho para uma nova economia ser�o constru�das coletivamente, com escuta ativa da popula��o e do poder p�blico. Essas bases passam por quest�o de log�stica, mobilidade e infraestrutura como um todo, incluindo saneamento e telecomunica��es. “E tem, principalmente, a base humana. N�o se faz uma nova economia sem investir em educa��o, em mudan�a de perspectiva. Para mudar � preciso trabalhar com educa��o de base, com outra perspectiva e outro olhar.”
 


Da sala de aula para o mercado

Novos aprendizados para outras perspectivas financeiras. Desde novembro do ano passado, moradores de C�rrego do Feij�o e do Parque da Cachoeira participam de aulas de capacita��o em oficial e jardinagem.
 
O projeto de aprendizagem profissional foi idealizado e � conduzido pelo Instituto Yara Tupynamb�, com o objetivo de aumentar a empregabilidade local e atender �s necessidades de qualifica��o exigidas pelos mercados da constru��o civil e jardinagem. 
Uma outra iniciativa est� em andamento para a comunidade Parque da Cachoeira e tamb�m de Pires – orienta��o profissional e vocacional, cujo trabalho est� sendo mapeado e desenvolvido pela Associa��o Civil de Refer�ncia Socioambiental, Cultural e Esportiva (Acresce).
 
A parceria da Vale com o instituto � anterior � estrutura��o da �rea de fomento e visa dar �s comunidades melhores condi��es de moradia. O Yara trabalha capacitando os moradores para atuarem nos setores da constru��o civil e da jardinagem e os alunos fazem as reformas – eles podem indicar at� duas casas para serem reformadas e receber jardim.
 
Os trabalhos estavam previstos para come�ar no m�s passado, mas, devido � pandemia do novo coronav�rus, os planos foram adiados. Atualmente, os 120 alunos continuam tendo aulas, mas a dist�ncia.
 
Aula inaugural realizada em dezembro, com a artista plástica Yara Tupynambá, que dá nome ao instituto parceiro no projeto de capacitação(foto: Vale/divulgação)
Aula inaugural realizada em dezembro, com a artista pl�stica Yara Tupynamb�, que d� nome ao instituto parceiro no projeto de capacita��o (foto: Vale/divulga��o)

No primeiro momento, 140 casas ser�o reformadas. A ades�o ao curso superou as expectativas, com direito a turma extra e lista de espera. Em C�rrego do Feij�o, a aula inaugural, na v�spera do Natal, ficou lotada. “Esses projetos, embora n�o sejam suficientes para a retomada produtiva, s�o uma pecinha do quebra-cabe�a. H� muito o que fazer e a meta passa por inclus�o social”, afirma a gerente de Fomento Econ�mico da Vale, Fl�via Soares.
 
N�o � a primeira vez que o Yara Tupynamb� participa de um processo de repara��o. Na ocasi�o do rompimento da barragem em Mura�, na Zona da Mata mineira, o instituto prop�s curso de pedreiro e pintor e 150 casas atingidas pela lama foram recuperadas. 
 
“N�o apenas a forma��o de m�o de obra para o mercado est� em jogo, mas, sobretudo, o aspecto comportamental. Quando o aluno trabalha, faz o curso, e o subproduto � a reforma ou restauro de algum bem ligado � sua comunidade, aumenta seu sentimento de pertencimento. Ele tem a consci�ncia de que ajudou a fazer. E isso muda tudo”, relata o diretor-presidente do Instituto Yara Tupynamb�, Jos� Theobaldo J�nior.
 
Para o desempregado Douglas Moreira Storari, de 18 anos, aluno do curso de oficial de pedreiro, essa � uma chance para subir um degrau de um sonho muito maior. O pai � pedreiro e ele o ajuda sempre que pode.
 
“Achei uma oportunidade de aprender para ensinar ao meu pai coisas que porventura ele n�o sabe”, conta. Para o futuro, ele imagina muito bem os dois trabalhando juntos na empresa que poder�o abrir. “Porque depois que eu acabar o curso pretendo fazer faculdade para ser projetista.”

Alfabetiza��o 


Sete pessoas que eram analfabetas est�o aprendendo, em paralelo, tamb�m a ler e a escrever. “A vida j� exclui as pessoas a todo momento. Nosso projeto � um processo de inclus�o”, ressalta Theobaldo. “� um resgate com possibilidade de transforma��o, de entender que as pessoas, independentemente da idade, est�o aptas a aprender. Que aprendizagem n�o tem idade e, a todo momento, pode voltar a sentar numa cadeira de escola e ser alfabetizado, mesmo aos 50 anos. Para moradores de Brumadinho, � o resgate da dignidade humana.”

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