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Estado de Minas O FUTURO EM CONSTRU��O

Horizonte de oportunidades

Turismo e agricultura s�o apostas para diversificar a economia e multiplicar ganho


postado em 28/06/2020 00:07 / atualizado em 28/06/2020 10:04

Com uma riqueza hist�rica, cultural e natural, turismo e agricultura se tornaram os dois principais ativos para diminuir a depend�ncia da minera��o e diversificar a oferta a visitantes de Brumadinho para al�m de Inhotim, o maior museu a c�u aberto da Am�rica Latina. 
 
As duas cadeias produtivas, aliadas uma � outra, t�m potencial a ser explorado na busca de uma nova economia. As a��es incluem um vasto programa de urbaniza��o e requalifica��o de vias e acessos � cidade para incrementar e fazer “bombar” os turistas amantes do ecoturismo e do turismo de experi�ncia.
 
O Plano de Desenvolvimento do Turismo Sustent�vel de Brumadinho inclui a��es em Casa Branca e na Encosta da Serra, que congrega distritos e comunidades como Piedade do Paraopeba, Aranha e Palhanos. Conex�o do Parque do Rola Mo�a com a Serra da Cal�ada numa estrada ecotur�stica e, no C�rrego do Feij�o, apoio � agricultura familiar, feirinhas, mercados, parques e artes s�o alguns dos pontos identificados para aumento do fluxo tur�stico.

Serra da Calçada está contemplada no Plano de Desenvolvimento do Turismo Sustentável de Brumadinho.(foto: LEANDRO COURI/EM/ D.A PRESS)
Serra da Cal�ada est� contemplada no Plano de Desenvolvimento do Turismo Sustent�vel de Brumadinho. (foto: LEANDRO COURI/EM/ D.A PRESS)
 
As propostas de a��es e interven��es est�o inclu�das num estudo de viabilidade que faz parte das discuss�es com as comunidades envolvidas. Atualmente, o t�quete m�dio de um turista em Brumadinho � de R$ 150, com perman�ncia de um a dois dias. 
 
“Acredito que podemos aumentar esses e outros ativos tur�sticos. A regi�o possui diversos recursos, mas poucos s�o atrativos tur�sticos, poucos t�m infraestrutura e informa��es necess�rias. Brumadinho possui um potencial cultural e natural enorme, mas ainda carece de estrutura para tornar o destino mais competitivo”, afirma a analista de Fomento Econ�mico da Vale, Daniele Teixeira.
 
Partindo do plano de desenvolvimento sustent�vel, foi desenhado tamb�m um programa de idiomas, uma demanda da comunidade. O ingl�s ser� o primeiro curso, com turmas em Brumadinho sede, Casa Branca e Encosta da Serra.
 
Em mar�o, a Vale e a Ag�ncia de Desenvolvimento Regional do Circuito Tur�stico do Vale do Paraopeba assinaram termo de doa��o no valor de R$ 500 mil para viabilizar a implanta��o do projeto para o fortalecimento e competitividade do setor privado do turismo, uma das ferramentas para diversificar a economia das cidades impactadas pelo rompimento.
 
Al�m de Brumadinho, far�o parte Igarap�, Juatuba, M�rio Campos e S�o Joaquim de Bicas. De 91 empreendimentos inscritos, 50 foram selecionados para capacita��o, que vai contemplar quest�es como o fortalecimento da regionaliza��o do turismo, gera��o de oportunidades de emprego e empreendedorismo e desenvolvimento sustent�vel. “Nosso papel � fazer com que o territ�rio fique mais coeso, mais conectado com a cultura e potencialidades locais”, ressalta Daniele.
 
L�der de estrat�gia da Turismo 360 Consultoria, Marcela Pimenta lembra que 10 das 50 experi�ncias ser�o escolhidas ao fim de um ano de capacita��o para serem implementadas. “Precisamos fortalecer a competitividade do empreendimento. Pequenos ajustes podem ajudar as pessoas a ampliarem o faturamento e reduzirem custos”, diz. 
 
Gestora do Circuito Tur�stico Veredas do Paraopeba, �rica Nat�lia de Sousa cuida de 18 munic�pios (Brumadinho e entorno) com foco em produtos, roteiros e na gastronomia. “Temos produtos na regi�o e o desafio de comercializa��o, de como fazer, por exemplo, S�o Paulo enxergar mais que Inhotim. H� muito turismo rural, de experi�ncia e de aventura nesse territ�rio”, destaca.

Recupera��o 


Como o movimento quase foi nulo nas ocupa��es depois do rompimento da barragem em C�rrego do Feij�o, a Associa��o de Turismo de Brumadinho e Regi�o (ATBR) procurou a Vale para dar in�cio a um plano diversificado para o setor. Vice-presidente da institui��o, Elaine de Castro conta que houve uma s�rie de modifica��es para trazer o turista de volta, como a parte estrutural, qualifica��o de m�o de obra, comunica��o e marketing e infraestrutura da cidade.
 
Ela espera que a profissionaliza��o do turismo, associada ao trabalho de comunica��o e estrutura, seja capaz de fazer o turista visitar a regi�o. “Brumadinho era conhecida como a cidade que tem Inhotim. Hoje, � conhecida por onde teve o rompimento. Precisamos mostrar que � um lugar pass�vel de ser visitado e que vale a pena ser. A grande mancha n�o � a lama f�sica, mas a imagem do munic�pio, e isso � dif�cil converter. O turismo � o segundo maior gerador de emprego e renda do munic�pio, depois da minera��o.”

Produ��o familiar com modelo de governan�a


Um verdadeiro cintur�o verde de Belo Horizonte, com for�a na produ��o de citros – tangerina, mexerica e bergamota – e tamb�m alface, chuchu e piment�o, al�m de express�o na agropecu�ria leiteira. 
 
Juntas, Brumadinho e a vizinha M�rio Campos somam quase 600 propriedades rurais, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Um contexto expressivo, que pode ser ainda mais importante a partir da amplia��o do conhecimento e rastreabilidade da produ��o agr�cola, aperfei�oamento de t�cnicas, infraestrutura f�sica e acesso a mercados diversificados.
 
A agricultura ganhou um programa que busca desenvolver principalmente a produ��o de base familiar nesses locais. “A caracter�stica desse programa � que busca pensar processos de desenvolvimento rural envolvendo o ambiente de ‘dentro da porteira’, analisando como est� a produ��o, as formas de uso de agrot�xico (inclusive uma maior reflex�o sobre alternativas tecnol�gicas para evitar tal aplica��o), como � dado o processamento de alimentos quando � o caso, para compreender o tipo de melhorias a serem feitas tendo em vista ampliar a capacidade produtiva e gerar renda”, explica o analista da Ger�ncia de Fomento Econ�mico, Luiz Augusto Bronzatto.
 
Mas, observa, que n�o pode deixar de lado a “porteira pra fora”, que engloba fatores tais como o n�vel de comercializa��o, envolvendo a agrega��o de valor e uma maior qualidade de produ��o, a cria��o de marcas, r�tulos, melhores formas de acondicionamento dos produtos, tendo vista o acesso a diversos mercados.
 
A diversifica��o da produ��o tamb�m deve ser melhor refletida, considerando o mercado da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, por exemplo, e as condi��es de solo e clima dos munic�pios envolvidos. 
 
“Para sustentar tudo isso � preciso organiza��o e modelo de gest�o e governan�a para dar suporte a programas e processos”, relata. A rastreabilidade da produ��o agr�cola � um desses diferenciais e est� alinhada com a pol�tica p�blica instaurada pela Instru��o Normativa 02/2018 (focada em produtos frescos), do Minist�rio da Agricultura e Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa).
 
A rastreabilidade envolve um conjunto de procedimentos que possibilita identificar a origem do alimento (a propriedade e o produtor) e acompanhar a movimenta��o de um produto ao longo da cadeia produtiva. “� interessante para o consumidor ter mais confiabilidade no produto’’, ressalta Bronzatto.
 
Cultura de hortaliças em Mário Campos, onde aperfeiçoamento de técnicas e infraestrutura física norteiam as atividades de cultivo.(foto: Vale/divulgação)
Cultura de hortali�as em M�rio Campos, onde aperfei�oamento de t�cnicas e infraestrutura f�sica norteiam as atividades de cultivo. (foto: Vale/divulga��o)

A meta da primeira fase � atingir 50% dos agricultores e somar for�as com organiza��es e entidades que j� atuam no setor, como a Empresa de Assist�ncia T�cnica e Extens�o Rural (Emater-MG), Senar, Senai e universidades. A ideia � classificar agricultores em tr�s n�veis: aptos ao processo de rastreabilidade e comercializa��o; aptos em at� seis meses; e aptos acima desse prazo.
 
“Pretendemos proporcionar aos agricultores embalagens apropriadas, c�digo de barras, marca �nica para o programa. Nossa meta � o consumidor chegar ao mercado ou � feira, bater o olho e saber que ali tem qualidade”, diz o analista. “A��es fitossanit�rias envolvendo marcas e selo de qualidade podem aumentar as vendas e, com isso, na ponta, gerar maior riqueza para os agricultores”.
 
Est� previsto um estudo de mercado que verificar� quais produtos v�m de outras regi�es para abastecer Belo Horizonte e regi�o metropolitana como um todo, bem como a capacidade de produ��o em Brumadinho e a rentabilidade.
 
A ideia � tamb�m aprofundar conhecimentos sobre a agricultura de M�rio Campos, uma demanda do poder local diante de uma s�rie de lacunas, como a grande informalidade no processo de comercializa��o local, algo que impacta, inclusive, na arrecada��o do munic�pio.

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