Era o primeiro dia de trabalho. No cora��o, a d�vida se daria conta de entrar na Mina de C�rrego do Feij�o e abra�ar a nova ocupa��o. A auxiliar-administrativa N�dia Alfeu, de 30 anos, passou um ano deslocando-se todos os dias entre Brumadinho, onde reside, at� Belo Horizonte, no emprego de supervisora comercial, na capital. Quando apareceu a oportunidade para atuar novamente na cidade, ela foi ao posto do Sistema Nacional de Emprego (Sine) pleitear a vaga. A contrata��o por uma terceirizada deu certo. Hoje, N�dia integra a equipe de trabalhadores das obras de conten��o, constitu�do por 1.200 pessoas, dos quais 50% s�o moradores de Brumadinho.
A gera��o de empregos locais faz parte do processo de reconstru��o e repara��o dos danos do rompimento da Barragem I. “O deslocamento era muito pesado. Na quest�o financeira n�o alterou muito, mas na praticidade e qualidade de vida, sim. Tenho um filho de 6 anos e agora tenho mais tempo para ele”, conta a moradora do bairro Ipiranga. N�dia perdeu um amigo na trag�dia e, entre 2015 e 2016, havia trabalhado na mina exercendo a mesma fun��o para qual foi contratada agora. “Economicamente, a gera��o de empregos tem sido muito boa para a cidade. Mas, o sentimento de perda ainda � muito grande.”
A motorista Michele Auxiliadora dos Reis, tamb�m de 30 anos, agarrou a oportunidade de trabalhar com a profiss�o de seus sonhos: a de motorista. Antes de entrar na Vale, h� cerca de um m�s, ela ajudava o pai no transporte escolar. At� janeiro, atuou como agente de endemias, na prefeitura, fazendo visitas domiciliares. “Sempre procurei a chance de ser motorista e agora consegui”, comemora diz. A fun��o dela � atender os trabalhadores no deslocamento dentro da Mina de C�rrego do Feij�o, levar e busc�-los em casa. “� a primeira vez que trabalho com o que gosto. Estou correndo atr�s e sempre aprendendo com o pessoal. Estou � disposi��o mesmo. Antes, n�o havia esse tipo de oportunidade em Brumadinho”, relata.
Outro ponto positivo, segundo ela, � o al�vio nas contas. O sal�rio � importante para sustentar os tr�s filhos, de 9, 7 e 4 anos. “O sal�rio � melhor do que eu tinha. Investi na carteira de habilita��o, agora estou tendo o retorno que esperava. Pretendo futuramente fazer melhorias na minha casa e comprar o carro que ainda n�o tenho”, afirma a moradora do bairro S�o Sebasti�o.