Mesmo com a vit�ria na aprova��o da proposta que reajustou o sal�rio m�nimo, os governistas defendem tratamento diferenciado para os integrantes da base que votaram contra o projeto. Momentos antes da vota��o, os l�deres reuniram os parlamentares para avisar que quem n�o cumprisse o enredo escrito pelo Executivo ficaria de lado na distribui��o de relatorias e na participa��o em comiss�es, al�m de ir para o fim da fila nas negocia��es por recursos de emendas parlamentares. � o que os petistas chamaram internamente de tirar a sobremesa.
As amea�as e a press�o do governo tiveram sucesso. A dissid�ncia foi menor do que a esperada. No PT, entre os 78 votantes, houve duas trai��es: Eudes Xavier (CE) e Francisco Praciano (AM) preferiram a proposta feita pelo DEM, que elevava o piso a R$ 560. Para o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), os parlamentares que comp�em a base do novo governo sabiam dos riscos que corriam e da import�ncia da vota��o para demonstrar a capacidade de articula��o de Dilma Rousseff. "Nesses casos, a diferen�a de tratamento aos dissidentes � uma coisa que n�o se fala, mas se faz", comentou.
Houve press�o tamb�m no PMDB e no PTB. No primeiro caso, porque garantir os 77 votos da bancada era tamb�m a primeira oportunidade para que o l�der Henrique Eduardo Alves (RN) mostrasse capacidade de apaziguar os �nimos e conter a insatisfa��o de parte do partido com a distribui��o de cargos. Ele conseguiu. Os parlamentares da sigla n�o deram um voto sequer aos dois projetos paralelos que reajustavam os sal�rios para valores maiores do que o pretendido pelo governo. Unidade tamb�m foi demonstrada pelo PSB, sob o comando de Ana Arraes (PE), e pelo PCdoB.
Dos sete parlamentares da bancada do Distrito Federal presentes na vota��o do m�nimo, dois votaram contra o governo. Ant�nio Reguffe (PDT) e Augusto Carvalho (PPS) apoiaram a emenda derrotada que prop�s o sal�rio de R$ 560. Erika Kokay (PT), Izalci (PR), Policarpo (PT), Ricardo Quirino (PRB) e Ronaldo Fonseca (PR) seguiram o Planalto e optaram pelo m�nimo de R$ 545.
Serra Na vota��o do projeto de autoria do PSDB, que propunha sal�rio m�nimo de R$ 600, foram poucas as dissid�ncias. A mat�ria recebeu 106 votos. Nenhum deputado do PT apoiou a proposta, mas alguns integrantes da base parlamentar governista tra�ram o Planalto e apoiaram a bandeira de Jos� Serra (PSDB) na campanha presidencial tucana de 2010. Entre os dissidentes que apoiaram os R$ 600 est�o os pedetistas Oziel Oliveira (BA) e Sebasti�o Bala Rocha (AP). Os deputados Paulinho da For�a (SP) e Z� Silva (MG) se abstiveram.
No PR, Francisco Floriano (RJ) e Zoinho-RJ tamb�m contrariaram o Planalto. Os deputados do PP Jair Bolsonaro (RJ) e Luiz Argolo (BA) engrossaram o coro dos apoiadores dos R$ 600. Na bancada do DF, somente Augusto Carvalho (PPS) apoiou a proposta tucana.