Embora desconverse, PMDB quer para j� a retribui��o pelo apoio em vota��o

Na quinta-feira pela manh�, o l�der do PMDB na C�mara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), recebeu um telefonema do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. N�o era para falar de cargos, ou cobrar nada. Palocci queria apenas agradecer o empenho, o discurso em defesa do governo e o resultado na vota��o do sal�rio m�nimo. “Apenas cumpri o meu papel de governo”, respondeu Alves ao ministro. Para bons entendedores, o recado est� dado. O PMDB agora espera ser tratado como governo e provou que, de sua parte, as rusgas em torno da indica��o do presidente de Furnas est�o superadas. E da parte do ministro, tamb�m. Se ir� continuar assim, o futuro dir�.

Ser tratado como governo para o PMDB tem diversos significados. Para alguns, esse tratamento inclui as nomea��es do ex-deputado Geddel Vieira Lima (BA) como vice-presidente de Cr�dito para Pessoa Jur�dica da Caixa Econ�mica Federal (CEF); do ex-governador da Para�ba Jos� Maranh�o para a Vice-Presid�ncia de Loterias da CEF; e, ainda, do ex-governador do Paran� Orlando Pessuti para o Setor de Agroneg�cio do Banco do Brasil. O partido tamb�m espera a indica��o do ex-deputado Rocha Loures (PR) para uma vaga de Itaipu.

Loures foi candidato a vice-governador do Paran� na chapa do ex-senador Osmar Dias (PDT) e deixou uma reelei��o f�cil de deputado federal em prol do palanque pr�-Dilma Rousseff. A ala mineira da legenda, por sua vez, espera que seja contemplada com a nomea��o do ex-deputado Marcos Lima para uma diretoria de Furnas. E o PMDB tem ainda uma s�rie de t�cnicos para sugerir �s ag�ncias reguladoras.

Apelos

Mas nem todos os peemedebistas votaram de olho nos cargos que podem obter no futuro. Michel Temer, o grande articulador da vit�ria de quarta-feira, ao lado de Henrique Eduardo Alves, fez apelos diretos a deputados mais resistentes ao governo, como Raul Henry (PE) e Osmar Terra (RS). A eles, falou apenas da perspectiva de futuro dentro do partido. Afinal, o PMDB n�o pretende ficar a vida inteira colado no PT. E, se come�ar a demonstrar unidade desde j�, fica mais f�cil construir um bloco s�lido, capaz de ou manter a Vice-Presid�ncia da Rep�blica daqui a quatro anos, ou buscar voo pr�prio.

Henry e Terra s� decidiram apoiar o projeto do governo depois que Temer conquistou 10 dos 13 votos da corrente Afirma��o Democr�tica, aquela que h� 15 dias lan�ou um manifesto contra essa postura do PMDB de brigar em p�blico por cargos. “N�o teria sentido fundar o bloco do ‘eu sozinho’. A pol�tica � uma atividade essencialmente coletiva e que exige esp�rito de ren�ncia e solidariedade”, justificou Henry, que agora trabalha para mudar a imagem do partido.

Temer trabalha essa unidade desde o in�cio do m�s, quando transformou a Vice-Presid�ncia em estu�rio de todas as tend�ncias do PMDB e fora dele. H� 10 dias, disse � reportagem: "Caminhamos para conseguir todos os votos na aprova��o do sal�rio m�nimo”. E assim fez. (Colaborou Carolina Khodr)