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Estado de Minas

Corte em emendas parlamentares provoca desgaste na rela��o com o Congresso


postado em 28/02/2011 19:43

O corte de R$ 18 bilh�es em emendas parlamentares anunciado pelo governo nesta segunda-feira, correspondente a 72% do total das emendas, pode dificultar as rela��es da presidente Dilma Rousseff com o Congresso Nacional. A opini�o � do professor de Filosofia Pol�tica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Roberto Romano, para quem o sistema de emendas ao Or�amento permite que o Executivo, mesmo quando tem maioria, passe por momentos em que sinta a "faca no pesco�o". "O sistema de emendas ao Or�amento � absolutamente delirante e j� deveria ter sido abandonado h� muito tempo, pois desorganiza as contas p�blicas em proveito de tratativas que interessam aos setores olig�rquicos", afirmou. "Por�m, com esse sistema de distribui��o de recursos, � evidente que a presidente coloca um ponto negativo em seu passivo com o Congresso". Na avalia��o de Romano, a pr�pria vota��o do sal�rio m�nimo, que acabou aprovado com folga, demandou um trabalho "herc�leo" para unir as for�as pol�ticas e um desgaste com os setores sindicais. "Os setores sindicais v�o voltar a apoiar o governo, mas j� com uma m�goa. Agora, se o governo corta essas emendas todas, acumula outra m�goa. Quando chegar ao segundo ano de mandato - o ponto de virada do Executivo -, a presidente j� ter� acumulado um passivo pol�tico muito grande e � preciso ver a quantas andar� sua popularidade", disse. O professor reconhece que os cortes no Or�amento s�o necess�rios devido � "falta de prud�ncia" do governo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. "Lula, por motivos eleitorais, abriu o cofre para todas as benesses poss�veis e imagin�veis sem pensar muito no sucessor - se seria da oposi��o ou do pr�prio governo. Temos agora uma a��o correta, uma esp�cie de freio de m�o nas contas necess�rio", afirmou. Popula��o Romano destacou ainda que, embora o corte no Or�amento seja necess�rio, n�o costuma ser bem visto pela popula��o. "Executivos que chegam ao fim de seu mandato com o caixa em ordem chegam absolutamente impopulares. Um exemplo disso � a ex-prefeita de S�o Paulo Luiza Erundina, que entregou o caixa absolutamente em ordem, regularizou a d�vida p�blica, fez uma pol�tica de austeridade muito grande e acabou absolutamente impopular", afirmou. "A presidente Dilma sofrer� as mesmas cobran�as, e a principal ser� a infla��o. Se ela conseguir manter a infla��o em um n�vel razo�vel, ter� condi��es de manter a popularidade do governo. O problema � que os cortes no Or�amento n�o garantem que isso v� ocorrer". Para Romano, o mais grave foram os cortes no or�amento do Minist�rio da Educa��o, de R$ 3,10 bilh�es, e em Ci�ncia e Tecnologia, de R$ 953 milh�es. "S�o setores vitais e que sofrem cortes de uma maneira estranhamente contradit�ria com o discurso da presidente", afirmou. "Considerando a necessidade de aumento da competitividade do produto nacional frente � enxurrada de mercadorias chinesas no Pa�s, seria mais do que estrat�gico manter esses recursos de Ci�ncia e Tecnologia".

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