O incha�o da estrutura da Prefeitura de Caratinga, Regi�o Leste, que ganhou mais duas secretarias em 2009, para acomodar aliados pol�ticos do prefeito Jo�o Bosco Pessine (PT), ser� investigado pela C�mara Municipal, que cogita, at� mesmo, pedir afastamento dele do cargo. O vereador Emerson da Silva Matos, o irm�o Emerson (PV), presidente da Comiss�o de Justi�a e Reda��o da Casa, disse ontem que consultou o Departamento Jur�dico para solicitar o original do termo de compromisso, assinado por Pessine, ainda durante a campanha, no qual faz a distribui��o de cargos aos partidos que integram a coliga��o Uni�o Progressista – conforme denunciou ontem o Estado de Minas. Segundo o vereador, a partir da an�lise da documenta��o registrada em cart�rio, ser� criada uma comiss�o de sindic�ncia, j� que a d�vida de campanha do prefeito foi transferida para o munic�pio, que teve um acr�scimo de quase R$ 500 mil nos seus gastos anuais com a cria��o das duas pastas.
Uma delas, a Secretaria de Defesa Social, que reuniu em sua estrutura os departamentos de Tr�nsito, de Defesa Civil e Social, foi criada para acomodar representantes do PCdoB, um dos partidos que integraram a coliga��o. E acomodou com conforto, j� que a Lei 3.096/2009, que definiu a estrutura do Poder Executivo do munic�pio, estabeleceu o atraente sal�rio de R$ 5 mil para o chefe da pasta. Entretanto, o noivado de Pessine com o PCdoB, durou pouco. No m�s passado, ele exonerou o secret�rio e alegou que foi em raz�o de sua “inoper�ncia”. O presidente do partido comunista, professor Sebasti�o Geraldo de Ara�jo – que esteve ao lado do prefeito nas elei��es de 2004, quando foi derrotado, e 2008 –, rebate Pessine. Diz que a exonera��o, na verdade, foi uma retalia��o porque o secret�rio n�o aceitou a inger�ncia dele na sua pasta.
Coro
“Ele achou que n�o t�nhamos compet�ncia e passou a exigir a ado��o de medidas impopulares, que prejudicaria a popula��o e nos desgastaria. Como n�o aceitamos, ele tirou nosso representante no Poder Executivo”, denuncia o professor. De posse do termo de compromisso, no qual, al�m da promessa de uma secretaria, o presidente do PR (outro partido da coliga��o), Sebasti�o Camilo, engrossa o coro dos descontentes. Disse que sua agremia��o foi contemplada com a pasta da Sa�de, mas o poder foi retirado do secret�rio e transferido para a superintend�ncia de sa�de da pasta, ocupada por uma aliada de Pessine. O presidente confirma que registou o documento em cart�rio e agora tamb�m estuda a melhor medida a ser adotada para fazer valer as promessas.
O vereador irm�o Emerson explicou que uma das primeiras medidas a serem adotadas pela comiss�o de sindic�ncia, ainda na pr�xima semana, ser� a convoca��o dos presidentes dos partidos que assinaram o documento. Al�m de Geraldo Ara�jo e Sebasti�o Camilo, o termo de compromisso traz a assinatura do presidente do PP, Isa�as Machado da Silva, que � advogado e cuidou pessoalmente da reda��o do acordo. Ontem, Isa�as e o vereador derrotado Sebasti�o Alves, que tamb�m advoga, negaram ter conhecimento da negociata. Apesar de caber ao partido um secretaria e outros cinco cargos, Isa�as e Sebasti�o se contentaram com dos dois cargos de assessor jur�dico com remunera��o de R$ 3.008,cada um. O prefeito Jo�o Bosco Pessine confirma o exist�ncia do acordo, mas classifica o termo de compromisso como “informal”. Al�m disso, reduz a crise em sua base aliada de “onda de denuncismo” de descontentes, se referindo ao PCdoB.