
A pr�pria Procuradoria Regional da Rep�blica, � frente das apura��es, cogitou oferecer o expediente da dela��o para Deborah. Mas a oferta n�o chegou a ocorrer. E mesmo que fosse feita, a defesa de Deborah afirma que ela n�o est� interessada em falar.
Assim como Durval Barbosa, que se valeu da dela��o premiada para denunciar pol�ticos, empres�rios e at� integrantes do Minist�rio P�blico, Deborah tamb�m � considerada uma pe�a importante no quebra-cabe�a para entender como funcionava o esquema de corrup��o instalado no DF.
Foram informa��es vinculadas � promotora que envolveram o nome do ex-procurador-geral de Justi�a do DF Leonardo Bandarra no esc�ndalo pol�tico que exp�e a capital da Rep�blica desde novembro de 2009. Informa��es obtidas a partir de buscas e apreens�es na resid�ncia do casal Guerner ajudaram, por exemplo, o Minist�rio P�blico a conhecer a estreita e suspeita rela��o entre Deborah e Bandarra.
Uma dela��o premiada, no entanto, poderia n�o s� preencher lacunas abertas e ainda em apura��o pelo Minist�rio P�blico, como tamb�m incluir novos personagens nos crimes sob investiga��o. A pris�o do casal, que ficou detido por oito dias em sala da Superintend�ncia da Pol�cia Federal, poderia funcionar como um elemento a mais para criar o ambiente da dela��o, j� que colocou os acusados em situa��o vulner�vel.
Fato � que a esta altura da instru��o dos processos que investigam forma��o de quadrilha, corrup��o, extors�o, fraude processual e at� falsidade ideol�gica, nem ela est� disposta a falar, nem o Minist�rio P�blico considera apropriada a dela��o. “Se ela tiver interesse em falar sobre fatos novos de crimes que ainda n�o est�o sendo investigados, ent�o estamos dispostos a conversar. Do contr�rio, n�o aceitamos, por n�o se tratar de interesse p�blico”, disse o procurador regional da Rep�blica Ronaldo Albo, que, ao lado de Alexandre Espinosa, conduz as investiga��es sobre Deborah Guerner.
Advogado de Deborah Guerner, Pedro Paulo Guerra de Medeiros informou que ele e sua pr�pria cliente foram abordados durante a fase de instru��o do processo administrativo a que Deborah responde no CNMP para a tentativa de se estabelecer um acordo nos moldes da dela��o premiada. “Fomos sondados algumas vezes sobre a hip�tese da dela��o. Mas Deborah n�o tem mais nada para falar al�m do que j� est� escrito no papel”, disse o advogado, descartando possibilidade de acordo com o Minist�rio P�blico.
Proposta
Cezar Bitencourt, o advogado de Leonardo Bandarra — corr�u de Deborah nas a��es penais ajuizadas pelo Minist�rio P�blico —, acusa a procuradora-geral do Minist�rio P�blico, Eunice Carvalhido, de ter oferecido dela��o premiada a Deborah Guerner. Ele relata que Eunice teria feito a proposta a Deborah durante visita � colega na pris�o.
Eunice esteve com Deborah duas vezes. No dia da deten��o, uma quarta-feira, e na segunda-feira seguinte. “Tive informa��es confi�veis de que a Dra. Eunice pressionou Deborah a fazer a dela��o premiada. � um absurdo, porque ela n�o tem compet�ncia para isso”, avaliou Bitencourt.
A procuradora-geral de Justi�a do DF, Eunice Carvalhido, negou veementemente que tivesse tratado de dela��o premiada durante as visitas oficiais � promotora Deborah Guerner.
Carvalhido explicou que esteve na Superintend�ncia da PF na qualidade de procuradora-geral e para garantir o cumprimento dos protocolos estabelecidos na Lei Complementar nº 75/1993 (Estatuto do Minist�rio P�blico da Uni�o), como a pris�o em local adequado.
A procuradora-geral conta que na sala onde Deborah foi acomodada n�o havia banheiro. “Jamais tratei sobre dela��o, at� porque � um assunto que n�o me compete. O caso � investigado pelo Minist�rio P�blico Federal e jamais eu agiria no sentido de atropelar qualquer trabalho dos colegas, os quais eu respeito muito”, afirmou Carvalhido.