O ex-governador de S�o Paulo Jos� Serra bem que tentou passar a imagem de uni�o com o atual governador, Geraldo Alckmin, ontem na elei��o do diret�rio paulista do PSDB. Os dois at� acertaram chegar juntos, no mesmo carro, com Serra ao volante e Alckmin no banco do passageiro. Mas a guerra interna deflagrada entre os tucanos paulistas adiou as defini��es do encontro para a quinta-feira. E mais: pode for�ar o ex-governador a tentar voltar � Prefeitura de S�o Paulo no ano que vem. Alvejado pelas cr�ticas de aliados de que estaria se omitindo diante da cria��o do PSD e at� incentivando a migra��o de pol�ticos aliados para o novo partido, o cacique tucano aposta na possibilidade de atra��o da nova legenda para conseguir manter o controle dos rumos dos tucanos em 2012.
Depois de assistir � fuga de variados aliados para o PSD, incluindo a parcela do DEM liderada por Kassab e Jorge Bornhausen e seis vereadores tucanos de S�o Paulo, Serra se movimentou nos �ltimos dias com o intuito de negar influ�ncia sobre as decis�es dos pol�ticos pr�ximos. Mesmo assim, mant�m na nova legenda uma importante linha pol�tica auxiliar para 2014. A guerra interna deflagrada no DEM e no PSDB pelo controle das legendas, j� com vista �s elei��es de 2014, s� deve ter um desfecho na conven��o nacional tucana, marcada para o final do m�s.
At� l�, Serra j� confidenciou a aliados que n�o pretende manifestar-se oficialmente nem sobre a cria��o do PSD, nem sobre a sucess�o do presidente tucano, S�rgio Guerra – candidato � reelei��o. Desde o in�cio do ano, o ex-governador paulista procurou diversos aliados, queixando-se da movimenta��o de advers�rios internos e da subsequente perda de espa�o. Ao governador de Goi�s, Marconi Perillo, que � aliado do senador A�cio Neves (MG) no ninho tucano, chegou a falar em deixar a legenda. Depois de perder o primeiro round da briga com A�cio nas elei��es internas do DEM, o tucano preferiu deixar os holofotes e arregimentar for�as nos bastidores.
Para transmitir o recado de uni�o, o ex-governador e Alckmin chegaram juntos � conven��o, ao som da m�sica de Roberto Carlos Eu quero apenas, a que diz “Eu quero ter um milh�o de amigos e bem mais forte poder cantar”. O cessar-fogo durou poucas horas ou at� a elei��o do secret�rio-geral da legenda em S�o Paulo, que terminou em impasse. Serra quer o deputado federal Vaz de Lima na fun��o, enquanto Alckmin apoia C�sar Gontijo. E o cessar-fogo caiu por terra.
O embate deflagrado com Alckmin, advers�rio de Kassab pelo Pal�cio dos Bandeirantes em 2014, mostra que uma poss�vel composi��o de PSD e PSDB em S�o Paulo passaria pelo nome de Serra, necessariamente. De um lado, Kassab j� declarou apoiar o ex-governador em qualquer elei��o. Aliado do cacique tucano, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) retribuiu o cortejo. “Eu n�o considero o PSD nosso advers�rio. O fundamento � do nosso campo”, afirmou o senador, durante a elei��o de ontem do diret�rio paulista. Nos bastidores do encontro tucano, entretanto, voltou a ganhar for�a a possibilidade de Serra costurar a ida para o rec�m-criado PSD – publicamente o tucano nega. Ex-vice de Serrra, Alberto Goldman (PSDB) deu a t�nica do encontro: a crise est� longe do fim. “Em toda a hist�ria de partido h� grupos insatisfeitos”, justifica.
Conven��o nacional
A conven��o nacional do PSDB colocar� de volta � mesa de negocia��es no final do m�s dois grupos em conflito no PSDB. De um lado estar�o novas lideran�as como o senador A�cio Neves (MG) e o governador paulista, Geraldo Alckmin. Do outro, nomes hist�ricos tucanos, como Jos� Serra. A tend�ncia � de que os tucanos reconduzam S�rgio Guerra (PE), aliado de A�cio e Alckmin, ao comando da legenda. A possibilidade de acordo estudada para tentar levar paz ao partido entregaria a Serra a indica��o de um aliado para secret�rio-geral ou vice-presidente do partido. Os escolhidos seriam o senador Aloysio Nunes (SP) ou ex-governador paulista Alberto Goldman. Mas tudo depende de como a fissura no diret�rio paulista ser� emendada.