Dos cinco ministros do governo Dilma Rousseff que, a exemplo do titular da Casa Civil, Ant�nio Palocci, t�m empresas privadas ativas de consultoria, como revelou nesta quarta-feira o jornal O Estado de S. Paulo, quatro informaram que est�o dispostos a mudar a raz�o social do neg�cio, se a Comiss�o de �tica do Pal�cio do Planalto assim determinar.
"Aqui no Brasil � muito f�cil abrir empresa, mas � dif�cil fechar", queixou-se Franco, em entrevista � r�dio ESPN Estad�o. Ele explicou que abriu a empresa em 1999, quando n�o exercia mandato, mas ela nunca funcionou. "Foi uma experi�ncia sem sucesso", afirmou.
Reportagem publicada na edi��o de hoje mostrou que cinco ministros, al�m de Palocci, est�o � frente de empresas de consultoria. S�o eles: Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Com�rcio e Ind�stria), Jos� Eduardo Cardozo (Justi�a), Le�nidas Cristino (Portos) e Fernando Bezerra Coelho (Integra��o Nacional), al�m de Franco. Nenhum deles foi alertado pela comiss�o, como Palocci, sobre o risco de haver conflito de interesse em jogo.
Outro lado
Dono de 50% da Martins Cardozo Consultores Ltda., com sede em Santos (SP), em sociedade com o pai, que � professor, o ministro da Justi�a disse que criou a empresa na d�cada de 1990 para dar palestras, cursos e confer�ncias. Mas garantiu que ele ou o pai nunca fizeram consultoria de qualquer tipo. "Ao assumir o Minist�rio, a pedido da comiss�o, assinei declara��o me comprometendo a n�o realizar cursos ou atividades na empresa vedadas pelo C�digo de �tica", afirmou Cardozo.
Mesmo sem ter consultado o pai, que est� convalescendo de um grave acidente vascular cerebral, num hospital em S�o Paulo, Cardozo disse que adotar� qualquer medida recomendada pela comiss�o. "Eu cumpro na hora", garantiu o ministro, ressaltando que "n�o h� qualquer tra�o de ilegalidade ou imoralidade" na atividade que ele e o pai exerceram na empresa.
S�cio da Ejos Constru��es e Consultoria, de Fortaleza, o ministro da Secretaria Especial de Portos, Le�nidas Cristino, informou, pela assessoria, que vai adotar qualquer orienta��o da Comiss�o de �tica, seja para mudar a raz�o social, ou mesmo fech�-la.
"Vou fechar a empresa ou tomar qualquer atitude mediante a determina��o ou orienta��o da Comiss�o de �tica", disse, em nota. Explicou ainda que a empresa � de pequeno porte, com capital social de R$ 10 mil, constitu�da em 1999, e est� desativada desde junho de 2002. "A partir de 2003, a empresa n�o exerce qualquer atividade operacional, n�o operacional, financeiro ou patrimonial", enfatizou.
Titular de 99% da P21-Consultoria e Projetos Ltda., com sede em Belo Horizonte, junto com o Ot�lio Prado, o ministro Fernando Pimentel, um dos principais conselheiros de Dilma, informou que saiu em dezembro da administra��o da empresa. Segundo Pimentel, a empresa j� sofreu altera��o quando ele assumiu o cargo e "permanece ativa por decis�o dos s�cios, mas n�o presta servi�o a nenhum cliente desde novembro de 2010".
�nico que fechou quest�o contra qualquer altera��o, o ministro da Integra��o Nacional alegou que a sua Manoa Empreendimentos e Servi�os Ltda � do ramo de engenharia e est� desativada desde 2002, quando ele entrou na vida p�blica.
Por meio de nota divulgada pela assessoria, Coelho informou que n�o tem inten��o de fechar o neg�cio, uma vez que "at� a presente data a firma n�o teve qualquer receita operacional". Tamb�m n�o v� motivo para mudar a raz�o social porque, segundo garantiu, desde a sua constitui��o, a empresa "atuou com o �nico fim participar do capital de outras empresas, mesmo que essas sociedades possuam diferentes objetos sociais".