Na expectativa de receber ainda nesta semana um atestado de “nada consta” por parte do procurador-geral da Rep�blica, Roberto Gurgel, o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, j� prepara uma estrat�gia de comunica��o para explicar as den�ncias que pesam contra ele. A ideia � dar uma entrevista para um canal de TV de grande audi�ncia, em hor�rio nobre, logo ap�s a manifesta��o de Gurgel.
Recluso em seu gabinete do quarto andar do Pal�cio do Planalto, fumando muito, Palocci j� analisa com advogados e amigos as linhas gerais de suas explica��es p�blicas. H� quem defenda, no governo, a ideia de que o ministro tamb�m fa�a um pronunciamento. At� agora, no entanto, o mais prov�vel � que d� uma entrevista a uma emissora de televis�o.
Mesmo sem revelar o faturamento da empresa de consultoria que manteve quando era deputado nem os seus clientes, a inten��o de Palocci � bater na tecla de que n�o feriu a �tica p�blica, ainda que esse discurso soe apenas como frase de efeito.
Nas conversas reservadas, o ministro tem insistido no argumento de que cumpriu um per�odo de quarentena de quatro meses quando deixou o Minist�rio da Fazenda, em 2006. Sob cerco pol�tico e intenso bombardeio, ele pretende exibir tranquilidade para destacar, durante a entrevista, que deu palestras remuneradas e fez an�lises econ�micas somente ap�s essa quarentena.