Abandono por aliados determinou sa�da de Palocci

Menos de 24 horas depois da decis�o do procurador-geral da Rep�blica, Roberto Gurgel, de arquivar as representa��es da oposi��o, o ex-chefe da Casa Civil Antonio Palocci assistiu de seu gabinete, no Pal�cio do Planalto, a um teatro pol�tico desalentador. Em vez de uma base unida em torno de sua perman�ncia no cargo, Palocci viu um PT engalfinhado, um PDT engrossando a lista de assinaturas para abrir uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) e o PR dizendo que o Planalto precisava “fazer uma cesariana para tirar o rei da barriga”.

A temperatura da fogueira pol�tica aumentou quando a oposi��o, com a ajuda da base governista, come�ou a engordar a lista de apoio � CPI do Palocci, pulando de 18 para 23 nomes. Com mais dois senadores certos do apoio - Pedro Simon (PMDB-RS) e Itamar Franco (PPS-MG) - a oposi��o estava convicta de que chegaria �s 25 assinaturas, a apenas duas do m�nimo necess�rio, 27.

Os primeiros sintomas expl�citos do desarranjo da base apareceram com o comportamento das bancadas petistas. Enquanto os deputados apoiaram a perman�ncia de Palocci no cargo, os senadores, sob a lideran�a informal e confusa de Marta Suplicy (SP), acabaram, al�m de retirar apoio ao ministro, criando uma guerra pol�tica.

Marta acendeu o pavio da disputa interna ao propor, durante almo�o semanal dos senadores petistas, uma nota de apoio a Palocci. A maioria rejeitou a ideia e disse que a fun��o do partido era fortalecer o governo Dilma. Walter Pinheiro (BA), Delc�dio Amaral (MS) e Eduardo Suplicy (SP) n�o estavam na reuni�o. O l�der do partido, Humberto Costa (PE), irritou-se quando Marta, em minoria, apelou para a presen�a do presidente do PT, Rui Falc�o, acreditando que ele poderia impor a decis�o � bancada. “Isso foi iniciativa de gente que est� querendo ser mais realista do que o rei ou protagonista dos fatos”, reagiu Delc�dio.