Embalado pela crise no governo que derrubou o ex-ministro Antonio Palocci (Casa Civil) e pela desarticula��o do PSDB, maior partido de oposi��o, o DEM resolveu fazer um “reposicionamento de imagem”, o que abriu internamente a discuss�o sobre o uso de express�es como “direita”. Ap�s a refunda��o em 2007, quando abandonou a sigla PFL numa jogada de marketing considerada malsucedida pela dire��o partid�ria, o DEM vai lan�ar nova linha de comunica��o no segundo semestre, depois de medir os �nimos do eleitorado em pesquisa qualitativa e quantitativa.
Parte do ide�rio do DEM, que se diz defensor do liberalismo econ�mico e da livre iniciativa, foi moldada ap�s pesquisa de 2007, do Instituto GPP, com 2 mil entrevistados. De acordo com o levantamento, a maioria dos brasileiros � contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a legaliza��o das drogas e do aborto. Entre as palavras mais positivas consideradas pelo eleitor, est�o “religi�o”, “trabalho” e “moral”.
Mas, se h� consenso sobre o programa do partido, h� d�vidas a respeito do formato. Para uma vertente, o r�tulo da direita ficou associado ao per�odo da ditadura e a partidos que n�o gostam de pobres. Portanto, seria uma armadilha us�-lo. Para outra, existe no Pa�s um eleitor “�rf�o”, que � contra o governo e que quer um posicionamento claro de oposi��o. “Temos de mostrar nossas bandeiras. Se n�o, fica dif�cil sair da mesmice”, afirmou o presidente do DEM paulistano, Alexandre de Moraes.
“H� um congestionamento de partidos, como se todo mundo jogasse pendurado na esquerda. Virou moda dizer ‘sou de esquerda’. Mas n�o � isso que o brasileiro pensa”, avaliou o ex-deputado Jos� Carlos Aleluia. “O partido tem que ocupar esse espa�o que abriga a direita.” Aleluia, no entanto, disse que o DEM deve evitar a adjetiva��o. “Mas n�o coloco obje��o a companheiros que queiram colocar.”