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Estado de Minas

Dnit e Valec t�m contratos com empresas suspeitas


postado em 18/07/2011 08:29 / atualizado em 18/07/2011 08:30

Os diretores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da Valec Engenharia e Constru��es montaram um esquema com duas empresas de fachada acusadas de usar documentos falsos em contratos que somam R$ 31 milh�es - desse total, R$ 13 milh�es sem licita��o. Os contratos s�o para fornecer funcion�rios em �reas estrat�gicas, incluindo obras do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC), em pelo menos 20 Estados e no Distrito Federal.

As pessoas contratadas por essas duas empresas, a Alvorada e a Tech Mix, s�o escolhidas pelo PR, partido que comanda o Minist�rio dos Transportes, para trabalhar na gest�o de obras sob suspeita de corrup��o. O processo de assinatura dos contratos passou pelo alto escal�o do Dnit e da Valec envolvido na crise de irregularidades nos Transportes. O dono da Tech Mix � marido da dona da Alvorada.

A Alvorada Comercial e Servi�os mudou seu ramo de atividade em 25 de novembro de 2010, um dia antes da libera��o de R$ 5,8 milh�es pelo ent�o diretor financeiro e hoje presidente interino da Valec, Antonio Felipe Sanchez Costa. A empresa era registrada at� ent�o, para atuar no ramo de embalagens, embora nunca tenha sa�do do papel. Apesar de n�o ter nenhuma experi�ncia na terceiriza��o de m�o de obra, ganhou dois contratos: esse de R$ 5,8 milh�es e outro, no m�s passado, de R$ 7,4 milh�es, ambos sem licita��o.

A Alvorada pertence a Alcione Petri Cunha. O marido, Luiz Carlos Cunha, � dono da Tech Mix Servi�os, contratada pelo Dnit por R$ 18,9 milh�es anuais ap�s a desclassifica��o de oito concorrentes que apresentaram pre�o inferior a esse valor.

O Di�rio Oficial da Uni�o fornece ind�cios de que Valec e Dnit atuaram juntas. O contrato de R$ 5,8 milh�es com a Alvorada foi assinado em 14 de dezembro, mesmo dia em que a Tech Mix foi declarada vencedora no Dnit.

Os documentos do Dnit foram assinados pelo diretor-geral Luiz Ant�nio Pagot, e pelo diretor executivo, Jos� Henrique Sadok de S�, hoje afastados dos cargos. Os contratos da Valec foram respaldados por Antonio Felipe Sanchez Costa e por Jos� Francisco das Neves, o Juquinha, que tamb�m deixou o posto na primeira leva de den�ncias. A publica��o dos contratos ocorreu no mesmo per�odo.

A Tech Mix e a Alvorada sempre mudam de endere�o. As empresas j� foram registradas, inclusive, no mesmo lugar. Hoje, s�o vizinhas. Funcionam numa pequena sala comercial de 30 metros quadrados. Na Tech Mix, por exemplo, h� apenas duas mesas e um computador. Funcion�rios da empresa relataram � reportagem que a sele��o de quem vai trabalhar no Dnit passa por parlamentares do PR. Quem quer emprego precisa procurar pol�ticos do partido aliado do governo.

Resposta

O dono da Tech Mix Servi�os, Luiz Carlos Rodrigues da Cunha, negou qualquer irregularidade na contrata��o de sua empresa pelo Dnit por R$ 18,9 milh�es. Ele tamb�m afirmou que n�o h� nenhuma liga��o entre esse contrato e os acertos emergenciais fechados pela Alvorada Comercial e Servi�os, empresa de sua mulher, com a Valec. “Ela tem o neg�cio dela e eu tenho o meu”, afirmou.

Cunha disse que n�o tem liga��o com o PR, partido que comanda o Minist�rio dos Transportes no governo federal. O dono da Tech Mix afirmou que nunca ouviu nenhuma proposta de propina em rela��o a seus contratos. “Nunca ningu�m me pediu nada. Nunca escutei uma proposta dessas”, disse. “S� teme quem deve. Tenho minha mente tranquila.”

De acordo com os dados registrados na Junta Comercial do Distrito Federal, Cunha assumiu a Tech Mix no dia 5 de maio de 2010, no lugar da mulher, Alcione Cunha. Meses depois, Alcione passou a administrar a Alvorada.

Luiz Cunha contou ainda que a decis�o final de quem vai trabalhar na Tech Mix dentro do Dnit � do pr�prio �rg�o do governo. “Eu submeto os curr�culos aos �rg�os, n�o tem como. Eles v�o decidir l� dentro quem vai trabalhar”, afirmou. “A palavra final � do �rg�o, que escolhe o melhor curr�culo.”

Ele defendeu a decis�o do Dnit de desclassificar as oito propostas abaixo da oferta de sua empresa. “Elas tiveram erros. S�o erros de proposta”, argumentou.

A reportagem procurou ontem a assessoria do ministro dos Transportes, Paulo Passos, para comentar o assunto, mas ele n�o foi localizado at� o fechamento da edi��o impressa.


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