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Estado de Minas CADA CURVA � UM BANDIDO

Fraudes no Dnit deixam s� na promessa as reformas na BR-040


postado em 22/07/2011 06:00 / atualizado em 22/07/2011 07:47

"Justi�a seria ver tudo reformado. Mas entra presidente, sai presidente, e nada muda" - Agostinho da Costa Sobrinho, artes�o, de 51 anos (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
“� como se o bandido que matou meu irm�o estivesse solto”. Seis anos depois da morte, nada mudou para o “homicida” do irm�o do artes�o Agostinho da Costa Sobrinho, de 51 anos. As “armas”, que assassinaram tamb�m outras pessoas, continuam as mesmas: trechos estreitos, curvas sinuosas, pistas sem acostamento, sentidos contr�rios sem separa��o por mureta, passarelas inexistentes. Para o artes�o, a BR-040, entre Ouro Preto e Ressaquinha, passando por Congonhas e Conselheiro Lafaiete, ser� sempre uma amea�a. “Justi�a seria ver tudo reformado. Mas, entra ano, sai ano, entra presidente, sai presidente, e nada muda”, comenta. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) anunciou que a licita��o para revitaliza��o do trecho sairia este m�s, mas a obra acabou entrando para a lista de interven��es congeladas, em meio � crise do Minist�rio dos Transportes.

Morador de Congonhas, na Regi�o Central, Agostinho tem de conviver diariamente com os perigos da rodovia que levaram � morte do irm�o. “Percorro dois quil�metros dela, entre a minha casa e o trabalho. Parece pouco, mas sempre me sinto amea�ado”, diz. Nas margens da BR-040, ele vende as panelas que produz. Para chegar ao local, precisa cruzar a pista em plena curva. Sem acostamento ou retorno pr�ximo, resta aos motoristas colocar o p� no freio e torcer para n�o aparecer outro ve�culo em alta velocidade na pista contr�ria. Segundo Agostinho, no trecho, em Congonhas, s�o comuns acidentes em que um carro � atingido por caminh�o ao tentar passar de uma margem para outra. O irm�o do artes�o foi v�tima da falta de passarela. Seis anos atr�s, voltava do trabalho, quando foi atingido por um caminh�o ao tentar atravessar a rodovia.

J� a estudante Patr�cia Guimar�es Lopes, de 17, tamb�m moradora de Congonhas, viu a casa do primo ser invadida por um caminh�o desgovernado. “Moramos na margem da rodovia. � uma curva muito perigosa, estreita e sem acostamento. Pesado, o caminh�o perdeu o freio e atingiu a casa do meu primo. A sorte � que n�o havia ningu�m no c�modo destru�do”, afirma. Batidas de frente tamb�m s�o relatadas como comuns pela equipe da Pol�cia Rodovi�ria Federal com posto na cidade. N�o h� muretas para dividir os dois sentidos.

A situa��o n�o � resolvida quil�metros depois, em Conselheiro Lafaiete, na mesma regi�o. O mec�nico Tarc�sio Amorim Ferreira, de 48, conta que j� viu v�rios amigos se acidentarem no trecho. “Passou da hora de duplicarem parte desta estrada. Assistimos a acidentes toda semana”, afirma. Apesar do medo de se tornar a pr�xima v�tima da rodovia, ele visita a fam�lia de Belo Horizonte com frequ�ncia. “� sempre uma tens�o, mas a gente tem de enfrentar. N�o tem outro jeito.”

O trecho que seria reformado pelo Dnit tamb�m passa por Cristiano Otoni e Caranda�. O investimento seria de R$ 350 milh�es, com adequa��es de pontes e viadutos, mudan�a de tra�ado em pontos com alto �ndice de acidentes e duplica��o da pista nas �reas urbanas. O vice-prefeito de BH, Roberto Carvalho (PT), se reuniu nessa quinta-feira com equipe do Minist�rio dos Transportes, fazendo apelo pela licita��o. Em 5 de julho, o minist�rio suspendeu todas as licita��es em andamento, diante da crise na pasta. Minas viu congelados investimentos de R$ 2,7 bilh�es, que inclu�am tamb�m a duplica��o da BR-381, no trecho entre BH e S�o Gon�alo do Rio Abaixo e a revitaliza��o do Anel Rodovi�rio da capital.


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