Em discurso inflamado de despedida, em que destilou ressentimento e mandou recados velados ao governo, o engenheiro Luiz Ant�nio Pagot comunicou na manh� dessa segunda-feira aos servidores e auxiliares do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) seu pedido de demiss�o “irrevog�vel”.
O ex-diretor-geral disse n�o aceitar a pecha de corrupto e rebateu o ministro-chefe da Controladoria-Geral da Uni�o (CGU), Jorge Hage, para quem o �rg�o � um antigo foco de corrup��o. “Discordo do ministro Jorge Hage, quando diz que o Dnit tem o DNA da corrup��o. Aqui, o que h� � o DNA do trabalho e da dedica��o dos servidores.”
Pagot � o 17.º dirigente a cair em meio � crise que se arrasta desde o come�o de julho, com a revela��o de um esquema de corrup��o, tr�fico de influ�ncia e cobran�a de propina que o PR teria montado no Minist�rio dos Transportes. O ministro Alfredo Nascimento foi um dos primeiros a pedir demiss�o.
Indiretamente, Pagot criticou a presidente Dilma Rousseff, que, ap�s as den�ncias, exigiu a reestrutura completa do minist�rio - a seu ver, um setor ca�tico e ineficiente. Pagot afirmou que o Dnit executa um or�amento de mais de R$ 1 bilh�o por m�s e ressaltou que s� se consegue isso com trabalho e efici�ncia. “Somos o �rg�o de maior execu��o or�ament�ria da Esplanada”, gabou-se. “Somos l�deres absolutos do PAC (Programa de Acelera��o do Crescimento) e temos o dobro da execu��o da Caixa.”
Pagot disse que conseguiu esses resultados num �rg�o sucateado - “nem computadores adequados temos” -, com um ter�o do efetivo necess�rio e sem condi��es m�nimas de trabalho. Disse que a conquista n�o foi m�rito exclusivo seu, mas de “todos os funcion�rios e assessores”.