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Estado de Minas

Opera��o da PF no Minist�rio do Turismo irrita base aliada de Dilma

PMDB � uma das legendas mais insatisfeitas. Governo prometeu punir poss�veis abusos


postado em 10/08/2011 06:00 / atualizado em 10/08/2011 08:55

Bras�lia - Se o relacionamento da presidente Dilma Rousseff com o Congresso estava ruim, a Opera��o Voucher, da Pol�cia Federal, deixou pior, irritando o PMDB e o PT, que comandou o Minist�rio do Turismo no per�odo investigado (2009 e 2010). Dilma soube da a��o pela manh� e mandou chamar o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo. "S� me faltava essa! Me chama o Z� Eduardo e o Pedro Novais (ministro do Turismo)", reagiu Dilma, que j� se preparava para a reuni�o que selou o acordo do Supersimples. Sua maior preocupa��o era a rea��o do PMDB, rec�m-chegado � pasta e que terminou obrigado a responder sobre a investiga��o. E, como Dilma previu, a rea��o inicial dos peemedebistas foi a pior poss�vel.

A desconfian�a � generalizada. O presidente do Senado, Jos� Sarney (PMDB-AP), que faz pol�tica no Amap�, ber�o da investiga��o da Pol�cia Federal, nem foi ao Planalto para a solenidade. Ficou no Congresso. � tarde, ideli Salvatti, baixou no Parlamento. � noite, chamou os l�deres para uma reuni�o em seu gabinete com Cardozo. De p�blico, o PMDB dizia que o governo n�o tinha nada a ver com o caso. Nos bastidores, a ira estava solta.

O tom foi dado num almo�o na casa do l�der do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN). "Esse governo nos trata como lixo", reclamou o deputado Jovair Arantes (PTB-GO), durante a reuni�o. O PR, ainda irritad�ssimo com o caso dos Transportes, boicotou o almo�o. O l�der do governo, C�ndido Vaccarezza, percebendo a convuls�o na base, se apressou em defender o governo federal e se solidarizar com os l�deres: "Uma pessoa que est� h� dois meses no Minist�rio n�o pode ser presa por conv�nios assinados em 2009. Acho que houve abuso do Judici�rio e do Minist�rio P�blico", afirmou. Henrique saiu em defesa de Colbert Martins, o ex-deputado detido pela PF. "Isso � um absurdo. Ele foi preso sem nem saber o porqu�, sem nem ter sido ouvido. Esse procedimento n�o � correto, n�o faz parte do Estado democr�tico de direito", comentou.

Espinha dorsal

O clima era tal que Ideli Salvatti saiu de uma reuni�o com a presidente no Pal�cio da Alvorada e seguiu direto para o Senado. Dessa reuni�o, no Alvorada. participaram ainda a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica, Gilberto Carvalho. Ali, eles avaliaram que a opera��o pode ter sido precipitada, uma vez que houve pessoas presas apenas para prestar depoimento. Ao chegar ao Congresso, Ideli deixou transparecer a preocupa��o de Dilma; "Opera��o da PF � igual decis�o judicial. Voc� acompanha e cumpre. Se houver algum abuso, obviamente n�o haver� complac�ncia (com a) opera��o. Esperamos que tudo tenha sido feito de forma correta, dentro da mais absoluta legalidade", declarou a ministra.

Na sala fechada com os peemedebistas, ela foi ainda mais incisiva: "A presidente est� muito incomodada e quer saber como isso aconteceu. O PMDB faz parte da espinha dorsal da alian�a. Estou aqui para reafirmar a import�ncia do PMDB para Dilma e para o governo. Sempre defendi a alian�a com o PMDB e quem apoia o governo tem que ter o apoio do governo", afirmou Ideli, defendendo n�o s� o ministro Pedro Novais como tamb�m Wagner Rossi, da Agricultura. De p�blico, os peemedebistas concordaram. "Houve um exagero na pris�o antecipada. Os fatos s�o de 2009. O PMDB apoiou, apoia e apoiar� a presidente Dilma", avisou o l�der Renan Calheiros (AL).

Enquanto Ideli conversava com o PMDB, Marta Suplicy (PT-SP) presidia a sess�o. Ela evitou falar com os jornalistas. Ela � ex-ministra do Turismo e ligada ao ex-presidente da Embratur M�rio Moises, tamb�m preso na opera��o Voucher. Dentro do PT, h� quem acredite que o caso termine por prejudicar a pr�-campanha de Marta � prefeitura paulistana.

 

Petista beneficiava ONG

 

Bras�lia - Afilhado pol�tico da senadora Marta Suplicy (PT-SP), o petista M�rio Moys�s foi preso nessa ter�a-feira pela Pol�cia Federal por ter sido respons�vel, como ex-secret�rio executivo do Minist�rio do Turismo, pelo conv�nio entre a pasta e a ONG paulista Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustent�vel (Ibrasi) alvo de investiga��o por desvio de dinheiro p�blico. A parceria tinha a finalidade de capacita��o profissional para o turismo no Amap�, mas teve parte dos recursos usurpados. Desde o fim de 2009, o instituto recebeu R$ 13,97 milh�es da pasta. Em 19 de abril deste ano, o Ibrasi recebeu R$ 900 milh�es, �ltima parcela referente ao conv�nio de capacita��o profissional alvo das irregularidades levantadas pela Pol�cia Federal. Moys�s e o atual secret�rio executivo da pasta, Frederico Silva da Costa, atuaram diretamente para favorecer o Ibrasi dentro do Minist�rio do Turismo, de acordo com as investiga��es. Eles assinaram prorroga��es de contratos, garantiram aditivos e liberaram duas parcelas de dois conv�nios diferentes no mesmo dia.

Quando o Minist�rio do Turismo era comandado pelo petista Luiz Barretto, Moys�s era o secret�rio executivo e Costa o secret�rio nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo. Sob a chancela da dupla, o Ibrasi assinou, em 21 de dezembro de 2009, o conv�nio para a capacita��o tur�stica no Amap�. Essa parceria, que deveria ter se encerrado em 30 de junho deste ano, foi prorrogada at� 24 de setembro, gra�as � assinatura de Moyses, de acordo com os extratos do conv�nio publicados no Di�rio Oficial da Uni�o. Ainda em 21 de dezembro de 2009, o Ibrasi conseguiu um acordo, no valor inicial de R$ 6,2 milh�es, para desenvolver metodologia e aplicar pesquisa sobre terminais portu�rios para passageiros. Esse contrato, gra�as a dois aditivos assinados por Frederico Silva da Costa, foi elevado para R$ 6,9 milh�es, um acr�scimo de 11,29%. A vig�ncia, por atua��o de M�rio Moys�s, foi prolongada por mais dois meses — at� 21 de novembro deste ano.

Aditivo

De acordo com informa��es do Sistema de Conv�nios do governo, o �ltimo repasse desse acordo para a realiza��o de pesquisa, no valor de R$ 1,395 milh�o, ocorreu em 23 de novembro do ano passado, menos de um m�s da data de assinatura do aditivo contratual. Uma das irregularidades encontradas pela Pol�cia Federal � que o Minist�rio do Turismo beneficiou o Ibrasi ao n�o permitir que outras empresas pudessem participar do projeto. O Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) considera os aditivos um escape para irregularidades e superfaturamentos. Outro problema encontrado nas investiga��es da Pol�cia Federal � que o Ibrasi cobra menos para capacitar pessoas do que para realizar pesquisas. O terceiro conv�nio entre o Minist�rio do Turismo e o Ibrasi foi assinado em 15 de setembro do ano passado. Do total de R$ 5 milh�es, o governo j� transferiu ao instituto R$ 3 milh�es. 

 

Novais vai se explicar

Com o aval do Pal�cio do Planalto, o peemedebista Pedro Novais, do Minist�rio do Turismo, ser� mais um a ser convidado a prestar esclarecimentos sobre as den�ncias de corrup��o envolvendo um minist�rio. Nessa ter�a-feira, uma sequ�ncia de requerimentos de convoca��o foram apresentados por diferentes partidos nas comiss�es da Casa. Antes mesmo da vota��o desses pedidos, o PMDB anunciou que pretendia se antecipar e levar o ministro para falar ao Congresso. Seria uma estrat�gia para abortar a crise pol�tica e afast�-la do titular do �rg�o. A nova ordem de Dilma Rousseff � a de que a base aliada n�o atue para blindar mais ningu�m.

 

 


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