A den�ncia dos envolvidos na Opera��o Voucher, da Pol�cia Federal, dever� ser feita � Justi�a sem comprovar o destino de todo o dinheiro desviado do Minist�rio do Turismo.
As investiga��es chegaram at� o repasse dos recursos do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustent�vel (Ibrasi), contratado pelo minist�rio, para empresas de fachada. A partir da�, no entanto, n�o houve avan�o sobre o destino de pelo menos R$ 4 milh�es que sa�ram dos cofres do governo. E, na avalia��o dos respons�veis pelas investiga��es, dificilmente ser� poss�vel rastrear todo esse montante.
Um dos motivos dessa dificuldade � a necessidade que o Minist�rio P�blico Federal e a Pol�cia Federal viram em precipitar as pris�es preventivas e tempor�rias - 36 pessoas, no total - e a��es de busca e apreens�o com apenas tr�s meses de investiga��o, algo incomum nesse tipo de caso. Na avalia��o dos dois �rg�os, isso foi necess�rio porque os investigados estariam atuando para obstruir o inqu�rito e impedir a obten��o de provas.
A investiga��o tamb�m n�o dever� provar, na den�ncia oferecida � Justi�a, que funcion�rios do Minist�rio do Turismo receberam parte desses recursos a t�tulo de “propina”. � uma tarefa, nas palavras de integrantes da investiga��o, “muito dif�cil”. O que o inqu�rito mostra at� agora � que alguns servidores do minist�rio eram coniventes com as irregularidades nos conv�nios do Ibrasi e da Conectur - outra ONG investigada - e que seus dirigentes autorizavam os repasses dos recursos mesmo sem comprova��o da execu��o dos contratos.
No caso do secret�rio executivo da pasta, Frederico Silva Costa, que pediu ontem demiss�o do segundo cargo da pasta, as investiga��es indicam uma rela��o pr�xima dele com os integrantes das ONGs. Segundo a PF, num dos di�logos, gravados com autoriza��o da Justi�a, ele orienta um empres�rio sobre como montar uma empresa de fachada. Para os respons�veis pelo inqu�rito, isso mostra que ele estava ciente do esquema montado de desvio de dinheiro.
O procurador da Rep�blica Celso Leal, que representa o Minist�rio P�blico Federal no caso, est� disposto a incluir n�o s� Frederico mas tamb�m o secret�rio nacional de Desenvolvimento e Programas para o Turismo, Colbert Martins, e o ex-secret�rio executivo M�rio Moys�s na den�ncia que ser� apresentada � Justi�a nos pr�ximos dias. Eles est�o entre as 18 pessoas que devem entrar na a��o. Contra os dois pesam a assinatura de contratos envolvendo o Ibrasi, o que, para o Minist�rio P�blico e a PF, seria suficiente para enquadr�-los na den�ncia.
O n�mero de denunciados pode subir para 19, com o nome de Ant�nio dos Santos J�nior, assessor direto de Frederico Costa e que n�o foi preso pela Opera��o Voucher.