A Federa��o Internacional de Futebol Associado (Fifa) e a Confedera��o Brasileira de Futebol (CBF) usam a crise que assola o Minist�rio dos Esportes por conta das acusa��es contra o ministro Orlando Silva para reconquistar espa�o que havia sido ocupado pelo governo na defini��o de leis da Copa do Mundo de 2014 e impor suas exig�ncias.
Na semana considerada como a mais cr�tica para a defini��o do Mundial no Brasil, o governo n�o foi sequer convidado a participar dos encontros em Zurique que come�am hoje. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, ainda levar� propostas que driblam a posi��o do governo e a situa��o fragilizada de Orlando Silva j� abre espa�o para que as posturas defendidas pelo governo enfrentem uma dura resist�ncia.
Nesta semana, a Fifa anunciar� as sedes da Copa, a agenda de jogos e a Copa das Confedera��es. Apesar de toda a press�o pol�tica, o governo federal sequer foi convidado a participar das reuni�es.
Em Zurique, o secret�rio-geral da Fifa, Jerome Valcke, j� vinha evitando ter de negociar com o ministro. Agora, a tend�ncia � de que seu peso nas decis�es seja reduzido. Valcke n�o entendeu at� hoje porque o ministro apresentou um projeto da Lei Geral da Copa no in�cio do ano e, meses depois, modificou a proposta.
Na Fifa, Orlando Silva � visto como um obst�culo aos interesses da entidade. N�o por acaso, a crise no minist�rio chegou a ser comemorada em Zurique.
Sem poder. Na pr�tica, medidas que foram sugeridas pelo minist�rio j� come�am a ser desafiadas. Ao contr�rio do que o ministro indicou � presidente Dilma Rousseff, a Fifa n�o ir� aprovar nove sedes para a Copa das Confedera��es de 2013. Fontes na entidade garantem que ser�o apenas cinco ou seis e que levar o torneio para Cuiab� ou Manaus encareceria ainda mais o evento. A Copa das Confedera��es jamais deu lucros para a Fifa e a meta agora � a de reduzir custos.
Na Fifa, o alto escal�o acusava Orlando Silva de tentar ampliar o torneio, justamente para garantir benef�cios financeiros e pol�ticos a outras prefeituras.
Outra posi��o defendida pelo governo e que passa a ser minada � a da meia-entrada para os ingressos da Copa. Teixeira vai propor que essa exig�ncia do governo seja limitada a apenas alguns jogos e setores do est�dio.
Teixeira, que na �ltima reuni�o entre a presidente Dilma e Valcke n�o foi chamado a participar, d� agora seu troco no governo. Em Zurique, a pol�mica envolvendo o governo brasileiro chamou a aten��o dos parceiros comerciais da Fifa. A entidade j� recebeu consultas de seus patrocinadores, querendo saber de que forma as suspeitas no Brasil afetam seus planos.