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Estado de Minas

Empresas fantasmas receberam R$ 1,3 mi do Esporte


postado em 24/10/2011 08:24

Dezenas de cheques de um conv�nio do Minist�rio do Esporte mostram que o descontrole no uso do dinheiro p�blico n�o atinge s� o programa Segundo Tempo. Pelo menos R$ 1,3 milh�o do minist�rio foi parar no ano passado na conta de empresas fantasmas ou sem rela��o com o produto vendido para o programa Pintando a Cidadania.

H� cheques, por exemplo, de R$ 364 mil, R$ 311 mil, R$ 213 mil, R$ 178 mil, R$ 166 mil e R$ 58 mil. O dono de uma empresa destinat�ria dos cheques disse � reportagem que desconhece o que foi vendido, alegando ter "arranjado" a nota fiscal para um amigo receber dinheiro do minist�rio.

No dia 31 de dezembro de 2009, o secret�rio de Esporte Educacional, Wadson Ribeiro, assinou conv�nio de R$ 2 milh�es com o Instituto Pr�-A��o, com sede em Bras�lia. Ex-presidente da UNE e filiado ao PC do B, Wadson � homem de confian�a do ministro Orlando Silva e assinou, nos �ltimos anos, boa parte dos conv�nios sob suspeita. Segundo o Portal da Transpar�ncia, o conv�nio com a Pr�-A��o foi encerrado em abril deste ano e est� em fase de presta��o de contas.

O Pintando a Cidadania atua em parceria com outros projetos do minist�rio. para "fomentar a pr�tica do esporte por meio de distribui��o gratuita de material esportivo e promover a inclus�o social de pessoas de comunidades reconhecidamente carentes".

O contrato com o Pr�-A��o menciona uma conta corrente em nome do conv�nio. No dia 26 de abril de 2010, o instituto repassou um cheque dessa conta no valor de R$ 311.346,05 para a empresa Automatec Tecnologia e Servi�os, registrada na cidade de Valpara�so de Goi�s como uma loja de motos, a "Oliveira Motos".

Segundo a nota fiscal emitida, o dinheiro do Esporte pagou "tecidos, algod�o e tinta". Em entrevista � reportagem, Marcos Oliveira, dono da Automatec, disse desconhecer o Pr�-A��o: "N�o conhe�o a ONG. Eu arranjei o nome da empresa para um amigo, a gente joga bola junto".

Seu amigo � Edinaldo Moraes, dono da Contempor�nea Com�rcio e Servi�os, que tamb�m est� na presta��o de contas da ONG. Cinco cheques do conv�nio foram parar na conta dessa empresa. No mesmo dia 26 de abril de 2010, quando a loja de motos Automatec levou R$ 311 mil, um cheque de R$ 364 mil foi depositado em nome da Contempor�nea. A empresa recebeu ao todo R$ 817 mil para supostamente vender fios de costura, agulhas e tecidos. No dia 20 de setembro de 2010, auge da campanha eleitoral, a ONG repassou R$ 213 mil para a Contempor�nea.

Na �poca da "venda", a empresa era registrada numa sala em um sobrado em Valpara�so. Hoje, nada funciona naquele endere�o. "A empresa n�o est� mais funcionando. Faz tempo que n�o temos atividade", disse Edinaldo. Ele afirmou que fez a intermedia��o da venda com fornecedores indicados pela ONG. O conv�nio do Esporte com essas entidades permite que elas escolham seus subcontratados e, respectivamente, o destino dos recursos p�blicos repassados.

Quase certeza


O presidente e dono do Instituto Pr�-A��o, Zilmar Moreira da Silva, disse � reportagem que as empresas contratadas no programa Pintando a Cidadania foram escolhidos porque fizeram a melhor oferta. "Elas ofereceram o menor pre�o", disse. Questionado sobre o esquema de notas fiscais e empresa fantasmas no conv�nio de sua entidade com o Esporte, ele afirmou: "Tenho quase certeza de que isso n�o � verdade".

Ap�s o fim da apura��o, ontem � tarde, a reportagem procurou o Minist�rio do Esporte e enviou um e-mail �s 18h07 para a assessoria da pasta pedindo informa��es sobre o caso. Em resposta, a assessoria alegou que n�o haveria tempo para responder. Disse ainda que a equipe t�cnica n�o trabalha aos domingos. Ontem, a assessoria de imprensa do minist�rio trabalhou e passou o dia escrevendo e publicando notas rebatendo as recentes reportagens publicadas na imprensa.


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