Por iniciativa da primeira vice-presidente do Senado, Marta Suplicy (PT-SP), est� em curso no Senado um levantamento para identificar o total de homens, mulheres e negros que trabalham na Casa e as fun��es que exercem. A senadora nega a inten��o de preparar o terreno para implantar o sistema de cotas na institui��o, alegando que o mesmo tipo de trabalho tem sido feito, no mundo todo, por grandes empresas. "N�o ponha a carro�a na frente dos bois", reagiu. "Mesmo n�o tendo nada contra as cotas, vou analisar as respostas com muito cuidado, ver qual � a melhor proposta, falar com algumas pessoas, ver as consequ�ncias de todas as medidas, enfim � um estudo para conhecer melhor o Senado", alegou.
Uma comiss�o foi criada especialmente para fazer o perfil dos 3.227 servidores efetivos, dos 3.104 comissionados e 3.280 terceirizados e ainda dos estagi�rios que atuam na Casa. Chamado de Comit� de Equidade de G�nero e Ra�a, a senadora afirma que o objetivo � ter um diagn�stico e depois ter a��es que implementem uma maior equidade. "O mundo todo tem essa preocupa��o", acrescentou.
No seu site, Marta afirma que se trata de um "comit� espec�fico para o Senado aderir ao programa Pr�-Equidade de G�nero e Ra�a, vinculado � Secretaria de Pol�ticas para as Mulheres, da Presid�ncia da Rep�blica". Informa, ainda, que a ades�o do Senado ao programa foi formalizada em julho. "O comit� ter� representantes de todas as secretarias e unidades da institui��o a fim de promover a igualdade de g�nero e ra�a nas pr�ticas administrativas da Casa", acrescenta.
Em uma primeira etapa, foi realizado um levantamento do perfil do corpo funcional do Senado, levando em conta a distribui��o por faixa et�ria, escolaridade, cargos, fun��es, remunera��o, formas de acesso e promo��o, bem como informa��es referentes a processos de capacita��o e qualifica��o, programas de sa�de e seguran�a no trabalho, al�m de pol�tica de benef�cios. Ainda de acordo com o site, "o diagn�stico desses dados servir� como base para a formula��o de um Plano de A��o, pelo comit�, para possibilitar o enfrentamento de eventuais problemas de desigualdade na institui��o".
"O mundo todo hoje tem essa preocupa��o pela equidade entre homens e mulheres, mas n�o adianta ter preocupa��o se voc� n�o sabe a situa��o. Ent�o, na primeira fase buscaremos uma ideia de como o Senado funciona em termos de equidade de g�nero e ra�a. Depois dessa respostas, vamos ver que a��es precisamos implementar", explicou a senadora.
Por alto, a situa��o hoje no Senado prestigia mais as mulheres do que os homens nos quadros importantes da administra��o. S�o mulheres: a diretora-geral e sua vice, a secret�ria-geral e as diretoras do servi�o m�dico, taquigrafia, biblioteca e Prodasen. Na �rea pol�tica, Marta � a segunda em import�ncia, depois do presidente do Senado, Jos� Sarney (PMDB-AP). E embora tenha apenas 10 senadoras, entre os 81 representantes da Casa, � a senadora L�cia V�nia (PSDB-GO) quem preside a terceira mais importante comiss�o tem�tica, de Servi�os de Infraestrutura.
No entender de Marta, dados como esses n�o querem dizer muita coisa. "� como dizer que tendo a Dilma (Rousseff) como presidente, est�o solucionados todos os problemas das mulheres".