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Estado de Minas

Tucanos se re�nem para compor 'nova agenda' pol�tica


postado em 07/11/2011 06:54 / atualizado em 07/11/2011 07:57

Depois de passarem este primeiro ano do governo Dilma Rousseff praticamente isolados em suas brigas internas, os tucanos parecem dispostos a sair do casulo e da mesmice. Pelo menos � esse o plano com um semin�rio hoje, no hotel Sheraton, na Avenida Niemeyer, um endere�o nobre entre Leblon e S�o Conrado, no Rio de Janeiro. E, apostando nos tempos de alegria que os economistas e soci�logos renderam ao partido, como uma era de ouro nos anos 1990, � a eles que a legenda agora recorre para elaborar a “A nova agenda: desafios e oportunidades para o Brasil”, o pomposo t�tulo do encontro.

A lista de palestrantes mescla gente nova no ninho e vozes experientes na �rea p�blica. Na ala dos menos conhecidos em Bras�lia est�o os economistas M�nica de Bolle, Armando Castelar, Marcelo Caetano, Andr� M�dici e o soci�logo Cl�udio Beato, que coordenou o programa de governo de Antonio Anastasia em Minas Gerais. Os rostos carimbados na capital da Rep�blica s�o os pais do real, Edmar Bacha e P�rsio Arida, e os ex-presidentes do Banco Central Gustavo Franco e Arm�nio Fraga. E tamb�m o soci�logo, cientista pol�tico e administrador Simon Schwartzman, que j� presidiu o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).

Parece ironia reunir os pais do Real para jogar o PSDB no futuro, mas n�o �. O PSDB sabe que perdeu seu discurso da estabiliza��o da economia como pilar do avan�o social que o Brasil obteve nos �ltimos anos. Essa conta do bem foi para o portf�lio de Lula, que, ao longo dos �ltimos nove anos, abriu um di�logo direto com a popula��o, com seu linguajar simples e de f�cil entendimento por todos os brasileiros. Nesse per�odo, o PSDB sentiu o gosto amargo de tr�s derrotas eleitorais. Nas tr�s campanhas presidenciais faltou ao PSDB a coragem de defender o governo Fernando Henrique Cardoso e as privatiza��es. Na �rea de telefonia, por exemplo, foi essa iniciativa que permitiu a populariza��o do celular.

A avalia��o do partido � de que n�o adianta brigar pelo que passou e sim olhar para frente, usando os mesmos atributos que permitiram a cria��o do Real — a ousadia e o conhecimento t�cnico. E a partir da�, feito o programa, o pr�ximo passo � pedir aos marqueteiros que embalem tudo para presente, em um pacote bem bonito para ser exibido no hor�rio eleitoral gratuito. Foi assim que funcionou nas duas campanhas vitoriosas de Fernando Henrique Cardoso que, ali�s, ir� encerrar o semin�rio na tarde de hoje.

O novo plano vai incorporar seguran�a p�blica, previd�ncia social e medidas criativas de promo��o doe empregos. Marcelo Caetano � claro num artigo que escreveu recentemente: “A pol�tica ideal � aquela que oferece aos cidad�os alternativas de sa�da da pobreza por meio do seu trabalho e n�o a que simplesmente reponha renda quando perderam condi��o de ger�-la”. � uma cr�tica ao programa que transfere renda sem dar as condi��es de empregabilidade ao cidad�o, leia-se Bolsa-Fam�lia. A nova classe C quer algo mais e � isso que os tucanos querem se preparar para oferecer.

O semin�rio � um ponto de partida, mas politicamente n�o resolve o crucial: mostrar uma unidade no PSDB. Prova de que nem tudo vai bem no ninho � a aus�ncia do ex-governador de S�o Paulo Jos� Serra. Ele avisou que s� volta ao Brasil na ter�a-feira. A n�o ser que chegue hoje de surpresa, estar� fora das discuss�es, portanto se sentir� � vontade depois para criticar qualquer projeto que sair da reuni�o.

Serra n�o convive bem com Gustavo Franco e nem P�rsio Arida, economistas convidados. E, a olhar a composi��o do debate, a prefer�ncia por A�cio Neves � clara. Cl�udio Beato, que estar� � mesa no debate sobre a agenda social do Brasil, � da UFMG e coordenou v�rios programas do PSDB mineiro. Como dizem alguns tucanos, n�o h� mais divis�o no PSDB. A maioria � A�cio. E agora s� falta montar um programa que sirva de alicerce ao candidato. Para isso, vem a cavalaria de FHC e do pr�prio A�cio. N�o estar�o ali como palestrantes nem Mauro Ricardo Costa nem Andrea Calabi, economistas ligados a Serra. A transi��o do PSDB come�a hoje.


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