DRU ser� usada por Dilma para medir quem est� com o governo

Bras�lia – A lista de vota��o em primeiro turno da emenda constitucional que desvincula R$ 62 bilh�es das receitas da Uni�o (DRU) j� est� em an�lise no Pal�cio do Planalto. Ali, em conversas reservadas, h� quem diga que o documento ser� um dos fatores que a presidente Dilma Rousseff vai utilizar para medir quem est� com o governo para o que der e vier, ou seja: os pr�-candidatos que devem ganhar mais espa�o na reforma ministerial que se aproxima.

No topo dos grandes partidos mais fi�is a Dilma est� o PMDB, com 77 votos, ou 97,47% da bancada. Mais do que o PT, onde, de 87 deputados, 82 (94,25%) votaram com o governo e quatro faltaram � vota��o. N�o por acaso, o partido vai se movimentar para conquistar o Minist�rio da Educa��o ou o Minist�rio das Cidades, se a presidente Dilma Rousseff resolver mesmo transferir o PP para uma outra vaga na Esplanada, dentro da futura reforma ministerial.

Ocorre que, no caso do Minist�rio da Educa��o, o nome do PMDB que Dilma mais gosta � o de Gabriel Chalita, pr�-candidato a prefeito de S�o Paulo. Ela chegou a citar o nome dele quando da escolha do ministro do Turismo, Gast�o Vieira. Mas o PMDB n�o aceitou. Agora, a press�o ser� maior. N�o por acaso, o PMDB se volta tamb�m ao Minist�rio das Cidades para ver se, assim, tira Chalita do rol dos ministeri�veis e mant�m o plano A de tentar emplacar o deputado como prefeito de S�o Paulo.

O c�lculo para o PMDB mirar no Minist�rio das Cidades � matem�tico. O PP, do ministro M�rio Negromonte, teve sete deputados ausentes na vota��o da Desvincula��o de Receitas da Uni�o (DRU). Apenas 78,28% da bancada pepista seguiu o governo nessa vota��o, enquanto o PMDB — que tem mais minist�rios, mas de menor porte — foi muito mais fiel. At� o PSD, de Gilberto Kassab, obteve melhor performance: 87,50%. Mas, para sorte dos atuais ocupantes de cargos de primeiro escal�o, o PSD tem dito que n�o deseja ocupar espa�os no governo. “Somos independentes”, repete Kassab todos os dias.

Pior que o PP, s� mesmo o PTB: 70% da bancada votou com o governo. Por isso, nos bastidores do Planalto h� quem avalie n�o estar nos planos da presidente Dilma arrumar um lugar no primeiro escal�o para o partido. Se o fizer, ser� mesmo para atender senadores como Armando Monteiro Filho (PE) ou Gim Argello (DF). Este, j� fez chegar ao governo a frustra��o do partido por n�o ter um minist�rio. Mas, diz-se no Planalto, � preciso ser parceiro do governo.

PRESS�O

O PTB j� tentou conquistar o Minist�rio do Turismo, quando Pedro Novais largou o cargo, em setembro. Mas o PMDB n�o abriu m�o de indicar o sucessor. Agora, se o PDT perder o Minist�rio do Trabalho em fun��o das den�ncias de conv�nios suspeitos na pasta, os petebistas v�o novamente fazer coro junto ao Pal�cio do Planalto para tentar emplacar o novo ministro. No momento, o que os petebistas desejam � um minist�rio para chamar de seu.

O PR est� hoje na mesma linha que o PTB. Embora se declare independente, o partido n�o recusa participa��o no governo se puder indicar um ministro. Pouco antes da vota��o da DRU, o PR conquistou a Funasa do Rio de Janeiro. Agora, �s v�speras da reforma, deu 77,78% dos votos ao governo. Em conversas reservadas, h� quem diga dentro do partido que, se o PP vota 78% com o governo e tem o Minist�rio das Cidades, n�o h� por que o PR ficar de fora.