Lupi fica, mas PDT deve perder pasta na reforma

Passadas tr�s semanas do in�cio da crise no Minist�rio do Trabalho, crescem as chances de o PDT perder a pasta na reforma ministerial programada pela presidente Dilma Rousseff para o primeiro bimestre de 2012. O partido n�o recebeu nenhuma garantia do Pal�cio do Planalto de que manter� a pasta sob sua jurisdi��o, mesmo que vingue a ideia do presidente da For�a Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), de afastamento do ministro Carlos Lupi, e sua substitui��o por um outro pedetista.

A estrat�gia montada por Paulinho e seu grupo de dar um "aviso pr�vio" para sa�da de Lupi e p�r em seu lugar um aliado contraria o Pal�cio do Planalto. N�o foi � toa que o ministro-chefe da Casa Civil, Gilberto Carvalho, mandou nesta quarta-feira um recado claro ao PDT ao afirmar que o regime � presidencialista e "Lupi continua ministro e a vida segue para n�s". "Primeiro, n�o estamos num parlamentarismo. Segundo, n�o h� manifesta��o formal do PDT de se retirar da base aliada. Pelo contr�rio, h� uma reafirma��o e a atitude deles � muito nobre de reafirmar o apoio ao governo".

O temor do PDT � que na reforma ministerial perca o Trabalho para o PT, que reivindica a pasta que ocupou at� 2007. Na dan�a das cadeiras que ser� promovida por Dilma, a tend�ncia � os pedetistas ficarem com outra pasta. Diante dessa constata��o, o l�der do partido na C�mara, Giovanni Queir�z (PA), come�ou a defender que o PDT ganhe um Minist�rio com maior "capilaridade", como Cidades ou Desenvolvimento Social.

Os planos da presidente Dilma seriam, no entanto, bem diferentes das pretens�es da bancada da C�mara. O escolhido para representar o PDT no novo Minist�rio seria o ex-senador Osmar Dias (PDT-PR). � a forma em estudo para compens�-lo pelo abandono de sua candidatura � reelei��o ao Senado, no ano passado, s� para dar palanque para a campanha presidencial de Dilma no Paran�, nas elei��es de 2010.

Diante do enquadramento do Pal�cio do Planalto, a c�pula do PDT tentou minimizar a tentativa de aviso pr�vio � Lupi engendrada em reuni�o da legenda na noite de ontem. "Pelo partido, esse assunto todo est� encerrado. Cabe a presidente Dilma avaliar a perman�ncia dele. Ele (Lupi) permanece enquanto a presidente confiar nele", afirmou o secret�rio-geral do PDT, Manoel Dias. "Somos solid�rios ao Lupi e o entendimento que ele deve sair n�o � verdade", emendou.

Ao mesmo tempo, integrantes hist�ricos do PDT come�aram a recolher assinaturas hoje para for�ar a autoconvoca��o do Diret�rio Nacional do partido. Essa reuni�o deveria ter ocorrido h� duas semanas, mas foi abortada pelo Lupi em meio �s den�ncias de irregularidades na pasta. Na �poca, o ministro cancelou a reuni�o do Diret�rio para ganhar tempo e evitar um placar desfavor�vel para sua perman�ncia no governo. Segundo Manoel Dias, n�o h� previs�o de data para uma nova reuni�o do Diret�rio Nacional do PDT.