O procurador da Rep�blica H�lio Telho afirmou ao Estado de S. Paulo que "s�o robustas" as provas de envolvimento do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Evangevaldo Moreira dos Santos, com a quadrilha que fraudava o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). "Em tese ele cometeu crime de improbidade administrativa e pode ser afastado do cargo e ser proibido de exercer outros cargos p�blicos", disse.
Autor da den�ncia de fraude no exame da Ordem contra Santos e mais cem pessoas, o procurador explicou que a decis�o de afast�-lo j�, ou n�o, est� por enquanto na esfera �tica do governo federal, que promove uma faxina na administra��o p�blica. Mas observou que o enquadramento do presidente da Conab por improbidade e seu consequente afastamento � um desfecho previs�vel diante da for�a das provas. "Ele tinha liga��es com a quadrilha que vendia aprova��o no exame e tirou proveito disso", afirmou Telho.
De acordo com a den�ncia do Minist�rio P�blico, em 2006, quando era presidente da Ag�ncia Ambiental de Goi�s, Santos foi flagrado em conversas telef�nicas, grampeadas com autoriza��o judicial, repassando informa��es sigilosas do concurso da OAB para facilitar a aprova��o de Jo�o Jos� de Carvalho Filho, seu subordinado.
As intercepta��es mostraram que ele entrou em contato com a quadrilha que fraudava o concurso por interm�dio da secret�ria da Comiss�o de Est�gio e Exame da Ordem, Maria do Ros�rio Silva. Revelaram ainda que ele pagou entre R$ 10 e 15 mil para aprovar o protegido nas duas fases do exame.
Sobrevivente at� agora da faxina desencadeada no Minist�rio da Agricultura desde agosto, quando caiu o ministro Wagner Rossi, o presidente da Conab � afilhado pol�tico do l�der do PTB na C�mara, deputado Jovair Arantes (GO). Ele foi denunciado pelos crimes de supress�o de documento p�blico, uso de documento falso e viola��o de sigilo funcional.
Ao todo, em 18 a��es, 101 pessoas foram acusadas por fraudes no exame. Entre elas est�o mais de 90 candidatos aprovados no exame mediante pagamento a quadrilha, que envolvia advogados e servidores da OAB em Goi�s. De acordo com o MP, Santos, al�m de ter liga��es com uma das "cabe�as" da quadrilha, pagou a aprova��o fraudada. Pela assessoria, Santos negou as acusa��es.