Ju�zes federais incomodados com a atua��o da associa��o que os representa, a Associa��o dos Ju�zes Federais do Brasil (Ajufe), est�o usando o grupo de discuss�o online da pr�pria entidade, para critic�-la. A Ajufe � uma das signat�rias da a��o que suspendeu, na �ltima segunda-feira (19), a investiga��o sobre a evolu��o patrimonial de magistrados e servidores do Judici�rio.
Um dos ju�zes que enviaram mensagem aos colegas � o titular da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Odilon de Oliveira, que apura crimes financeiros e de lavagem de dinheiro. Ele reclama do fato de a Ajufe n�o ter consultado seus filiados antes de adotar a posi��o contra a corregedoria.
“O presidente da Ajufe tem a prerrogativa de publicar notas, mas como esse tema envolve interesse de todos os ju�zes, teria a necessidade de ter consultado os associados. Acho que a posi��o da Ajufe conjunta com a AMB [Associa��o dos Magistrados Brasileiros], foi agressiva, desproporcional, e n�o baseada em prova de que houve quebra de sigilo”, disse � Ag�ncia Brasil.
Ele tamb�m acredita que Eliana Calmon passou a ser atacada porque come�ou a investigar a “elite” da Justi�a. “Investigar a elite d�i. H� rea��o da pr�pria elite, que come�a a acusar o investigador e procurar formas de derrub�-lo”, argumenta. Para Oliveira, o acesso a dados sigilosos de ju�zes deve ser irrestrito ao �rg�o de controle porque os magistrados recebem do Estado e t�m "a enorme responsabilidade de lidar com o patrim�nio alheio".
O juiz titular da 1ª Vara Federal de Bauru (SP), Roberto Lemos, tamb�m disse � Ag�ncia Brasil que usou o grupo de discuss�o da Ajufe para mostrar que n�o concorda com a entidade. “Indaguei porque o presidente da associa��o est� questionando um ato leg�timo da corregedoria nacional de investigar e apurar problemas, em uma briga que n�o � dos ju�zes federais”. Ele tamb�m diz que n�o foi consultado pela entidade sobre o caso.
Lemos, que foi auxiliar do CNJ na gest�o passada, diz que a corregedoria vem atuando em casos dif�ceis de serem investigados pelos tribunais locais, como nepotismo e situa��es de ass�dio sexual em banca de concurso. Ele acredita que sem o trabalho do CNJ, os maus h�bitos se perpetuariam. “N�o consigo entender a quem interessa isso [impedir a fiscaliza��o de ju�zes]. Quem n�o deve n�o teme”.