Alckmin est� insatisfeito com comando da Agricultura

O governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin, tem dado mostras nas �ltimas semanas de que est� insatisfeito com a atual condu��o da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de S�o Paulo o que tem, segundo auxiliares pr�ximos, fortalecido a tese de que a atual titular da pasta, M�nika Bergamaschi, poder� ser substitu�da em uma minirreforma do secretariado, prevista para mar�o.

A avalia��o do governador de S�o Paulo, de acordo com membros da administra��o estadual, � de que a pasta poderia ter apresentado um desempenho melhor este ano, com um mais amplo plano de atua��o estrat�gica e com projetos de maior repercuss�o na �rea. O diagn�stico, segundo integrantes do Pal�cio dos Bandeirantes, � de que a atual secret�ria estaria isolada politicamente e que o secret�rio-adjunto, Alberto Macedo, dificulta o encaminhamento de pedidos e projetos.

As cr�ticas ao desempenho da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, entre as quais h� dificuldade de interlocu��o com a Pasta e falta celeridade na execu��o de projetos que beneficiem o segmento agropecu�rio, surgem at� entre aliados, como o presidente estadual do PSDB, deputado estadual Pedro Tobias. O dirigente tucano defendeu abertamente a sa�da da secret�ria. "No meu ponto de vista, a atual secret�ria deveria ser trocada", disse. Logo ap�s assumir o cargo, a secret�ria irritou o dirigente tucano ao escalar o secret�rio-adjunto para recepcion�-lo em uma audi�ncia. O deputado estadual n�o aceitou o encontro, levou as cr�ticas ao Pal�cio dos Bandeirantes e amea�ou torn�-las p�blicas em um discurso na Assembleia Legislativa, mas foi demovido da ideia. Em p�blico, o governador de S�o Paulo elogia a secret�ria e banca a perman�ncia dela no cargo.

"A secret�ria de Agricultura e Abastecimento vai muito bem e vai continuar secret�ria", disse o governador de S�o Paulo, na manh� de hoje (28), em Ribeir�o Preto, ap�s um compromisso de sua agenda. Mas o desconforto do governador com o modo de comando da Pasta teria sido manifestado em reuni�o, no dia 17 de dezembro, com a equipe de governo. Segundo alguns presentes, o tucano teria feito cobran�as � secret�ria, ap�s ela apresentar um balan�o das a��es de 2011 e das previs�es para 2012. "A situa��o interna da pasta passa atualmente por muitas turbul�ncias", resumiu um aliado do governador. Em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria de Agricultura negou que o governador tenha feito, durante a reuni�o, "reprimenda espec�fica � secret�ria M�nika Bergamaschi".

Ap�s o epis�dio com o presidente do PSDB, o secret�rio-adjunto foi ainda o piv� de uma �spera discuss�o com a ent�o chefe de gabinete da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Maria Cristina Godoy. Segundo relatos de funcion�rios da Pasta, no epis�dio que culminou com sua sa�da do cargo, Maria Cristina teria at� mesmo ido ao gabinete da secret�ria para cham�-la de "marionete". Al�m de reclamar da centraliza��o dos poderes da Pasta nas m�os do secret�rio-adjunto, a ex-chefe de gabinete teria discordado de v�rios procedimentos internos. "N�o quero me pronunciar sobre isso", respondeu a ex-chefe de gabinete ao ser procurada pela reportagem. Por meio da assessoria de imprensa, a secret�ria informou que "n�o far� coment�rios" sobre as demais informa��es noticiadas.

A assessoria de imprensa ressaltou ainda, por meio de nota, que a Pasta tem "trabalhado intensamente pelo desenvolvimento do agroneg�cio paulista". "Nos colocamos � disposi��o das solicita��es da imprensa sobre nossos programas e projetos". O governador de S�o Paulo, por sua vez, afirmou que o cargo de chefe de gabinete � de confian�a e que a "secret�ria muda quantas vezes for necess�rio". No mesmo evento, em Ribeir�o Preto, a reportagem tentou falar com o deputado federal Duarte Nogueira (PSDB-SP), que foi ex-secret�rio de Agricultura e Abastecimento entre janeiro de 2003 e mar�o de 2006. O deputado federal foi o respons�vel pela indica��o da secret�ria e do secret�rio-adjunto, ap�s o governador tentar negociar o comando da Pasta com o PMDB e o DEM, sem sucesso.

Ao iniciar a entrevista, negando qualquer crise na secretaria estadual, o deputado federal foi interrompido por um assessor para que atendesse uma liga��o urgente. Era a secret�ria em busca de not�cias. O deputado federal conversou com ela por alguns minutos, a tranquilizou e entrou na van em que estava o governador, sem concluir a entrevista.