
O peso pol�tico de Minas Gerais, segundo maior col�gio eleitoral do pa�s – com 14,5 milh�es de votantes –, n�o tem sido colocado na balan�a como crit�rio para libera��o de verbas federais pelo governo federal nos �ltimos 17 anos, conforme dados do Sistema Integrado de Administra��o Financeira (Siafi). Assim como nos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz In�cio Lula da Silva (PT), no governo de Dilma Rousseff (PT), o estado, com 853 munic�pios, ocupa o triste quarto lugar no volume total de libera��o de verbas, ficando atr�s de S�o Paulo, Rio de Janeiro e at� mesmo do Distrito Federal (que geralmente recebe mais recursos devido aos repasses federais), 20º col�gio do pa�s, com 1,8 milh�o de votantes (veja quadro).
Al�m das trag�dias provocadas pelas chuvas este ano, em todo o estado, a parte mais vis�vel desse panorama pol�tico para a popula��o de Minas est� em obras inacabadas e promessas reiteradas como a amplia��o do metr� da capital, que j� consome mais de 30 anos, a recupera��o do Anel Rodovi�rio, a duplica��o das BRs 381 (n�o � toa � chamada de Rodovia da Morte), 040 e a amplia��o do Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins).
No seu primeiro ano de governo, Dilma Roussef liberou para Minas cerca de R$ 10,4 bilh�es dos R$ 12,4 bi previstos, conforme o or�amento de 2011. A diferen�a, que parece pouca, por si s�, j� seria suficiente para a conclus�o de cinco das sete principais obras, como a revitaliza��o do Anel Rodovi�rio, a constru��o do Terminal 2 do aeroporto de Confins, al�m da duplica��o e asfaltamento das BRs 040, 440 e 367. Como a perda foi de R$ 2 bilh�es, ainda restariam para investimento R$ 234 milh�es.
Apoio Preterido at� mesmo no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, quando o comando do estado estava nas m�os do PSDB, com Eduardo Azeredo (1995 a 1998), Minas � v�tima da divis�o pol�tica da base de apoio do governo do estado. De acordo com o consultor pol�tico Gaud�ncio Torquato, � impens�vel que Minas com sua riqueza e cobi�ado col�gio eleitoral viva de pires na m�o. Ele lembra que hoje o mineiro Fernando Pimentel (PT) – homem de confian�a de Dilma Rousseff e prefeito de Belo Horizonte de novembro de 2001 (quando assumiu interinamente com a licen�a de C�lio de Castro, ent�o no PSB) at� 2008 – ocupa a importante pasta de Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, e nem assim conseguiu significativo aporte de recursos para seu estado. “J� era para existir um rio de recursos para Minas”, pondera Gaud�ncio.
Um contraste que ficou ainda mais evidenciado com o volume desproporcional de verbas liberadas pelo ministro da Integra��o Social, Fernando Bezerra (PSB), que destinou a Pernambuco, seu estado natal, R$ 98 milh�es para preven��o contra as chuvas o ano passado, contra apenas R$ 10 milh�es para Minas, que enfrenta hoje uma trag�dia com mais de 10 mil desabrigados e 12 mortos. Para Gaud�ncio, explica��o pode estar na grande fragmenta��o da bancada mineira no Congresso Nacional, onde o PSDB divide poder com S�o Paulo, assim como o PMDB, que n�o atua em bloco.
Para o consultor pol�tico, soma-se a esse cen�rio, a aproxima��o do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com o senador A�cio Neves (PSDB-MG), j� com vista �s elei��es presidenciais de 2014. “O PT de Dilma Rousseff ainda est� analisando o movimento das pe�as pol�ticas antes de beneficiar Minas Gerais”, avalia Gaud�ncio. Isso, segundo ele, mesmo depois de o ministro Fernando Pimentel ter costurado um acordo pol�tico com PSB e PSDB, garantindo uma vaga na Prefeitura de Belo Horizonte, para o socialista Marcio Lacerda, cadeira que pertenceu ao PT no per�odo de 1993 a 1996, com Patrus Ananias, e de 2002 (quando C�lio de Castro troca o PSB pelo PT) a 2008, quando Pimentel deixou a administra��o.
Sudene Al�m da alian�a forte com o governo federal por meio dos partidos PSB, PMDB e PT, que administram os principais estados do Nordeste, Gaud�ncio acredita que os governadores da regi�o atuam em bloco para angariar os recursos e no Sudeste Minas, comandada pelo PSDB, assume uma posi��o mais isolada, em raz�o de uma queda de bra�o pol�tica com o tucanato paulista.
A for�a pol�tica do Nordeste ficou evidenciada ainda com a exclus�o de 168 munic�pios mineiros da �rea da Sudene que t�m direito a benef�cios fiscais federais concedidos a empresas automotivas. A aprova��o da Medida Provis�ria 512 com 333 votos pela C�mara dos Deputados, beneficiando os mineiros, n�o rendeu os frutos desejados foi vetada pela presidente Dilma Rousseff. Isso terminou por beneficiar mais uma vez o estado de Pernambuco, que, com os novos incentivos, atraiu o investimento da Fiat, antes previsto para Minas Gerais.
Voc� se lembra?
N�o existe pol�tica partid�ria, mi�da, pequena. N�o posso aceitar discrimina��o contra nenhum estado, n�o se pode discriminar Pernambuco por ser o estado do ministro, n�o � correto
Fernando Bezerra, ministro da Integra��o Nacional, no dia 4, referindo-se ao repasse de
R$ 70 milh�es, o maior da Pasta, para o seu estado natal