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Estado de Minas VANTAGEM

Respons�veis pelo Bolsa-Fam�lia disparam na frente dos concorrentes na disputa eleitoral


postado em 15/01/2012 07:26 / atualizado em 15/01/2012 07:40

Maria de F�tima Monteiro de Aguiar � a coordenadora do Bolsa-Fam�lia em Nova Lima, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Em outubro venceu as pr�vias do PT e � o principal nome para suceder o prefeito Carlinhos Rodrigues (PT). Ainda n�o tem certeza, mas pode adotar o apelido pelo qual � conhecida na cidade: Fatinha do Bolsa, uma refer�ncia expl�cita ao principal programa social do governo federal, uma bandeira dos governos de Luiz In�cio Lula da Silva e de Dilma Rousseff. Assim como a Fatinha em Nova Lima outros pr�-candidatos impulsionados pelo Bolsa-Fam�lia, v�o disputar as elei��es em todo o estado este ano.

“O atual governo trabalha com as pol�ticas sociais como principal eixo. � um trabalho t�cnico, com diversos crit�rios definidos”, sustenta Fatinha, que n�o acredita ser beneficiada pelo cargo. Entretanto, na an�lise de Gaud�ncio Torquato, especialista em marketing pol�tico, quem “cuida da bolsa est� mais perto do bolso”. Torquato entende que o caminho do voto come�a pelo bolso, passa pelo est�mago, depois vai at� o cora��o e por �ltimo na cabe�a. Ele avalia que nos �ltimos anos houve uma modifica��o grande na pir�mide social brasileira, com o crescimento da classe m�dia. “Isso provoca um forte impacto, pois os candidatos da a��o social podem ter um rendimento muito melhor que os t�cnicos”, analisa. Na vis�o de Torquato, esses candidatos “agarram com mais facilidade as m�os da massa carente”.

Em Frutal, no Tri�ngulo Mineiro, a prefeita Maria Cec�lia Marchi Borges (PR) era a antiga secret�ria da �rea social da cidade. Quem ocupa o posto atualmente � a irm� da prefeita, Ana Cl�udia Brito Marchi. “Minha irm� tem grande chance nas pr�ximas elei��es”, aponta a prefeita. Por�m, devido aos la�os familiares, ela � impedida de disputar a prefeitura e deve tentar uma vaga no Legislativo. A prefeita explica que v�rios programas passam pela Secretaria de Promo��o Social, entre eles o Bolsa-Fam�lia. Ana Cl�udia tamb�m n�o descarta tentar compor uma chapa, como vice-prefeita. “� ineg�vel que ajuda. Ficamos bem conhecidos na cidade”, destaca a pr�-candidata.

O secret�rio municipal de Assist�ncia Social de Francisco S�, no Norte de Minas, Idalino Alkimin (PTN), que � vereador licenciado, anuncia que este ano vai tentar uma vaga na C�mara Municipal. A pasta comandada por ele � respons�vel pelo Programa Bolsa-Fam�lia, que tem cerca de 5 mil pessoas cadastradas no munic�pio de 23,4 mil habitantes. Idalino sustenta que nunca fez uso pol�tico do cargo. “Para evitar esse tipo de coment�rio, tirei o programa de dentro da sede da secretaria. Estou consciente de que o programa n�o pode ser usado para benef�cio pol�tico no munic�pio”, afirma o secret�rio.

Culpa da gente Ele lembra que a Secretaria Municipal de Assist�ncia Social faz o cadastro das pessoas inclu�das no Programa Bolsa-Fam�lia. “Por outro lado, toda vez que acontece uma coisa ruim, quando um cart�o � bloqueado, quem leva a culpa � a gente”, destaca o secret�rio. Idalino ressalta ainda a import�ncia do Bolsa-Fam�lia para os pequenos munic�pios. “Tem gente que fala que o benef�cio, �s vezes, faz as pessoas ficarem pregui�osas. Mas � esse programa que garante o sustento do pessoal mais pobre”, afirma.

O secret�rio municipal de Desenvolvimento Social de Janu�ria, no Norte de Minas, Christiano Maciel Carneiro (PTC), tamb�m admite a possibilidade de ser candidato a vereador. Do mesmo partido do prefeito Maur�lio Arruda, ele comanda a pasta respons�vel pelo Bolsa-Fam�lia. “Se eu colocar meu nome � disposi��o dos eleitores, n�o tenho nenhuma inten��o de me aproveitar do Bolsa-Fam�lia, porque n�o tenho acesso � gest�o do programa”, diz Maciel Carneiro. Ele afirma que “entregou” a coordena��o do Bolsa Fam�lia para uma pessoa que trabalha fora da sua secretaria. Entende ainda que o prefeito Maur�lio Arruda n�o permite qualquer aproveitamento pol�tico do benef�cio. “Al�m disso, a lei pro�be esse tipo de coisa”, entende.

Bolsa-Fam�lia

Apregoado como a principal pol�tica de transfer�ncia de renda do governo petista e criado no primeiro ano do governo Lula, em 2003, o Bolsa-Fam�lia � um programa destinado �s fam�lias em situa��o de pobreza, com renda per capita de at� R$ 140 mensais, que associa � transfer�ncia do benef�cio financeiro o acesso aos direitos sociais b�sicos – sa�de, alimenta��o, educa��o e assist�ncia social. O programa foi turbinado no primeiro ano do governo Dilma Rousseff. No ano passado, o repasse foi de R$ 16,7 bilh�es, o que representa um aumento de 19,4% ante os R$ 13,3 bilh�es de 2010. Os benef�cios do programa de distribui��o de renda variam de R$ 32 a R$ 306, dependendo do perfil econ�mico da fam�lia e da quantidade de filhos de at� 17 anos. Minas Gerais � o terceiro estado mais beneficiado. At� o fim do ano passado 1.159.172 fam�lias receberam o apoio, somando R$ 1,3 bilh�o.

Agricultura familiar tamb�m � vitrine

N�o s� o Bolsa-Fam�lia impulsiona as candidaturas. Outros projetos sociais tamb�m colocam os pol�ticos na vitrine. O ex-prefeito de Porteirinha, no Norte de Minas, Alonso Reis (PT) anuncia que este ano ser� candidato � prefeitura. Ele tentou a reelei��o em 2008 e foi derrotado pelo atual prefeito, o empres�rio Juracy Freire (PTB). Desde que deixou a prefeitura, Alonso coordena uma organiza��o n�o governamental (ONG) que trabalha em parceria com o governo federal na aquisi��o de produtos de agricultores familiares e destina os alimentos para a merenda escolar, entidades sociais e fam�lias carentes. Cerca de 600 fam�lias de baixa renda no munic�pio s�o contempladas.

O ex-prefeito admite que o fato de estar � frente do programa proporciona a ele retorno eleitoral. No entanto, nega qualquer inten��o de tirar proveito do projeto. Alonso lembra que o Instituto de Desenvolvimento Sustent�vel (IDS), que dirige, foi criado em 2003. “Sou t�cnico e me aposentei como ex-funcion�rio do Banco do Nordeste. Quando deixei a prefeitura passei a trabalhar como t�cnico de forma volunt�ria em a��es sociais. �, portanto, um trabalho volunt�rio. N�o se trata de uma bandeira eleitoral”, assegura o ex-prefeito.

Alonso Reis diz ainda que est� tranquilo e n�o tem receio de ser acusado do uso pol�tico do programa federal na campanha eleitoral. “Esse tipo de acusa��o faz parte da disputa eleitoral. Mas a minha maior preocupa��o na campanha pol�tica em Porteirinha � combater a compra de votos e o dom�nio do poder econ�mico. Temos que evitar que isso venha a acontecer”, afirma o pr�-candidato.


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