Kassab e Haddad j� conversam sobre alian�a PT-PSD

Na pr�xima semana, assim que deixar o Minist�rio da Educa��o, o pr�-candidato � Prefeitura de S�o Paulo pelo PT, Fernando Haddad deve ter um encontro com o prefeito de S�o Paulo, Gilberto Kassab (PSD) para discutir uma poss�vel alian�a na sucess�o municipal. Desde que Kassab ofereceu ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva o apoio do PSD, Haddad e o prefeito j� tiveram, pelo menos, duas conversas telef�nicas sobre o assunto. A data do encontro, que n�o � oficialmente confirmado pelo PSD, ainda n�o foi marcado. "As conversas est�o avan�ando, mas ainda � uma coisa distante", relatou uma lideran�a do PT.

Haddad deve desembarcar em S�o Paulo na quarta-feira, dia em que completar� 49 anos, acompanhando a presidente Dilma Rousseff. A expectativa � de que ele participe da homenagem que Kassab far� � Dilma e ao governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), na sede da prefeitura, com a entrega da Medalha 25 de Janeiro. Ap�s o evento, a milit�ncia far� uma festa ao aniversariante. Haddad deve passar o resto da semana em reuni�es internas do partido.

Segundo petistas, ao ouvir a proposta de alian�a de Kassab, Lula pediu para que o prefeito procurasse o pr�-candidato. "O Kassab fez a proposta ao Lula e ligou para o Haddad em seguida", contou uma lideran�a do partido. Kassab esteve com Lula no dia 4, no primeiro dia de seu tratamento radioter�pico no Hospital S�rio-Liban�s. N�o foi por acaso que Haddad apareceu no hospital no dia seguinte para visitar Lula. "O Haddad est� levando em conta essa situa��o", ratificou o petista.

Al�m de falar com o pr�-candidato petista, Kassab tamb�m tem feito contatos informais com lideran�as do PT. "� um cen�rio novo, surpreendente para a maioria do partido. Mas na medida em que virar uma proposta concreta, ser� discutido no encontro municipal do PT em maio", disse um l�der da sigla.

Kassab potencializa PT

Em conversa com dirigentes do PT, o ex-presidente Lula deixou claro que � favor�vel � alian�a com o PSD porque "o Kassab tem feito um movimento real de aproxima��o com o governo Dilma e isso � muito positivo". Na avalia��o de Lula, diz o dirigente, o apoio do PSD pode potencializar as chances do PT em S�o Paulo. "Ele (Kassab) vindo para o nosso lado, esvaziaria o outro e aumentaria nossas chances de vit�ria", revelou. Segundo os l�deres do partido, Lula pediu que o PT paulistano fa�a um debate "de maneira racional" e que o partido deve se sentir "confort�vel com a decis�o".

Apesar das conversas estarem evoluindo, as resist�ncias no PT contra essa aproxima��o s�o significativas, mas "n�o s�o insuper�veis", avalia um petista. "O PT tem que vencer uma s�rie de resist�ncias e o Kassab tem que vencer tamb�m as resist�ncias do lado dele", disse a mesma fonte. "O Lula sabe que � complicado, sabe das resist�ncias, mas � evidente que ele olha por uma �tica nacional", emendou outro petista. Pesa contra a aproxima��o o fato de Kassab ter feito uma gest�o oposta ao projeto do PT e a percep��o que o eleitor ter� da alian�a, uma vez que o PT passou os �ltimos anos na oposi��o do governo Kassab.

"Durante sete anos fizemos oposi��o porque n�o concordamos com as pol�ticas do Kassab. N�o tem como defender um governo em que fomos oposi��o por sete anos", argumentou o vereador paulistano Chico Macena. O vereador disse que se colocar� contra qualquer aproxima��o com o partido do prefeito. "O PSD nacional � diferente do PSD na cidade de S�o Paulo. Na capital, s�o projetos diferentes. Essa � uma proposta que n�o vai prosperar", afirmou.

J� o vereador Jos� Am�rico v� essa aproxima��o com reservas. "Eu sou bastante cr�tico a essa ideia, mas seguirei o partido", ressaltou. "N�o posso descartar que a ideia prospere, mas o sentimento da milit�ncia hoje, ainda que tenha a lideran�a simp�tica � proposta, � disso n�o prosperar", comentou outra lideran�a.

A negocia��o com Kassab ser� o principal tema do reuni�o do Conselho Pol�tico de Haddad, marcada para o dia 28. "A reuni�o ser� muito importante para avaliar o quadro. A decis�o ser� se procedem ou se param as negocia��es", afirmou um dirigente. "Tem muita gente em d�vida, querendo refletir mais, mas tudo ser� discutido no nosso ritmo, n�o d� para ser diferente. Isso se ele (Kassab) quiser ter alguma possibilidade de conversa. Se quiser ser r�pido, acaba a conversa j�, porque n�o vai ser r�pido", completou outro.