
O a�ougueiro Camilo L�lis Silva n�o aprova o progresso sem limites. Natural de S�o Jo�o del-Rei, no Campo das Vertentes, e morador de Congonhas h� 25 anos, ele defende a preserva��o do Morro do Engenho. “� de l� que vem a �gua que abastece a cidade. N�o pode ter minera��o. As empresas j� ganham dinheiro demais”, entende o a�ougueiro. Opini�o semelhante tem a balconista Meiriele Beatriz, de 27 anos. Ela garante que vai se informar e votar nas pr�ximas elei��es nos pol�ticos que v�o defender o Morro do Engenho. “� o assunto mais comentado e acho importante defender o meio ambiente”, afirma a balconista.

O que os tr�s – e seguramente todos os moradores da cidade – garantem � que a poeira oriunda da minera��o incomoda demais. A cidade ganhou um aspecto encardido. Lugares mais degradados remetem ao passado, �s cidades formadas perto de garimpos. A apar�ncia � prejudicada pelo excesso de obras no centro da cidade, o que aumenta ainda mais a sujeira. Detalhe � que em Congonhas o servi�o de limpeza urbana da cidade n�o usa somente vassouras, trabalha tamb�m com p� e enxada para remover a sujeira.
RESTRI��ES
No ano passado, CSN, Namisa, Vale e Ferros foram multadas em R$ 5,2 milh�es por n�o cumprirem a legisla��o ambiental. O motivo foi a polui��o atmosf�rica, que provocou uma nuvem de p� e min�rio, cobriu o c�u da cidade em agosto. Cada empresa foi multada em R$ 1,3 milh�o
Desde o meio do ano passado, vigora em Congonhas uma lei que multa os carros sujos de res�duos de min�rio que circulam pela cidade. O carro n�o pode ter crostas de min�rio na lataria e nem nas rodas. A infra��o � considerada m�dia e o valor da multa � de R$ 85. Antes, em 2006, come�ou a vigorar a proibi��o do tr�fego de caminh�es. Al�m do p� de min�rio a movimenta��o tamb�m pode causar riscos ao patrim�nio hist�rico.

A Companhia Sider�rgica Nacional (CSN) informou, em nota, que tem um di�logo “s�lido e transparente” com os vereadores de Congonhas desde 2007, quando foi anunciado o investimento de R$ 11 bilh�es. Destaca tamb�m que nos �ltimos oito anos a expans�o da minera��o aumentou em quatro vezes a receita do munic�pio. Al�m disso, prev� que a cria��o do distrito industrial pode quintuplicar a arrecada��o de impostos de Congonhas. Quando tudo for consolidado, a previs�o � que tenham sido criados 20 mil empregos, entre postos de trabalho diretos e indiretos.
A empresa ressalta que busca o desenvolvimento sustent�vel da regi�o e que preservar� a biodiversidade e as reservas h�dricas. “A proposta de poligonal sugerida pela empresa aumenta a �rea protegida de florestas e matas de 1.019 hectares para 1.231 hectares, proporcionando maior riqueza biol�gica; e prev� o aumento da �rea tombada em dire��o ao Parque das Cachoeiras e a preserva��o das capta��es do Engenho, Parque das Cachoeiras e Po�o Fundo”, informa a empresa.
“A CSN n�o v� possibilidade de sequ�ncia a qualquer projeto que impacte o fornecimento de �gua do munic�pio e tem discutido ativamente com a Copasa um plano racional de uso dos recursos h�dricos”, garante a empresa. Tamb�m refor�a que n�o comprometer� o fornecimento de �gua � popula��o e que a cria��o de novas fontes vai triplicar a reserva de �gua renov�vel.
Entretanto, a empresa n�o deixa claro se a paisagem, que integra o patrim�nio hist�rico da humanidade, ser� preservada. “Qualquer altera��o no perfil das �reas da minera��o s� poder� ser definida depois do processo de licenciamento ambiental e com a defini��o da �rea pass�vel de ser minerada”, informa. A CSN afirma ter elaborado cinco estudos detalhados sobre a paisagem, as reservas h�dricas, a emiss�o de particulado (poeira), o desenvolvimento econ�mico da minera��o e a cria��o do distrito industrial.