O l�der do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), disse nesta ter�a-feira que na conversa que teve ontem com a presidente Dilma Rousseff, ela reconheceu a necessidade de alterar o tratamento dispensado a parlamentares do PMDB e de outros partidos da base aliada. Renan informou que a presidente quer "conversar mais, ouvir mais as pessoas", atendendo a expectativas que, segundo ele, prevalecem na bancada de seu partido. "A reclama��o � em torno disso, as pessoas desejam ampliar um pouco seu papel (de aliado), e reclamam do acesso ao governo, dessa interlocu��o", explicou.
O l�der deixou em suspense como se dar� essa proximidade com Dilma. "Mas a presidente est� disposta a conversar mais, marcar novas conversas". Calheiros disse que, na conversa dessa segunda-feira, com a participa��o da ministra de Rela��es Institucionais da presid�ncia, Ideli Salvatti, em nenhum momento foi comentada a rejei��o no plen�rio do Senado da recondu��o do diretor-geral da Ag�ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Figueiredo. "Ela (a presidente) basicamente comunicou que vai fazer o rod�zio de l�deres do governo", disse, referindo-se ao momento em que tomou conhecimento da substitui��o do atual l�der Romero Juc� (RR), pelo senador Eduardo Braga (AM), ambos do PMDB.
"Ela (Dilma) analisou os fatos, a coisa da bancada, da unidade, da quest�o do Senado, foi uma conversa ampla", destacou. No entender de Calheiros, ao contr�rio do que foi cobrado no manifesto dos deputados, os senadores n�o cobram cargos mas, sim "ter um papel e mais espa�o na defini��o das pol�ticas do governo". "N�s n�o temos demandas, s�o quest�es diferentes e essa insatisfa��o da ANTT revelou um quadro de insatisfa��o no Senado", alegou, deixando claro que a rea��o n�o foi apenas de seu partido, mas igualmente de outras bancadas do bloco de apoio ao Planalto.
"N�o � hora de procurar culpados, mas algumas bancadas atingiram um porcentual (de votos contr�rios) maior do que o PMDB", defendeu. Como prova, lembrou que apenas 31 senadores votaram a favor da mensagem da presidente Dilma (contra 36 contr�rios), num plen�rio com apenas 69 dos 81 senadores presentes, sendo que um deles se absteve.
Presid�ncia do Senado
Faltando menos de um ano para o t�rmino do mandato de Jos� Sarney (PMDB-AP) na presid�ncia do Senado, Calheiros reiterou hoje que n�o � candidato ao cargo. "Eu mesmo n�o sou candidato, j� disse isso v�rias vezes", afirmou, rebatendo a informa��o de que Sarney estaria trabalhando em duas frentes para escolher seu sucessor. Renan e o senador licenciado e atual ministro de Minas e Energia, Edison Lob�o, s�o apontados como as op��es preferenciais de Sarney para suced�-lo.
Calheiros est� no terceiro mandato de senador. Em 2005, ele foi eleito presidente do Senado. Reeleito para o cargo em 2007, ele renunciou no final do ano em meio � crise iniciada pela den�ncia de que uma empreiteira bancava a pens�o de sua filha nascida fora do casamento.
O senador voltou ao topo da pol�tica como l�der da bancada do PMDB. Na sua avalia��o, o "problema" do partido, hoje, n�o � a falta, mas o "excesso" de nomes capacitados para assumir o comando do Senado. E que cabe a ele, como l�der, trabalhar para viabilizar o direito do partido de escolher o presidente da Casa. "O PMDB tem v�rios nomes com condi��es de ser o presidente inclusive o Lob�o", frisou, referindo-se ao ministro de Minas e Energia. "N�o administramos um cen�rio de escassez, qualquer um � leg�timo."
Sobre as articula��es do partido na C�mara dos Deputados para eleger presidente da Casa, no ano que vem, o l�der do PMDB, Henrique Eduardo Alves, Renan desconversou e repetiu que a sua miss�o � a de viabilizar um nome do partido para o comando do Senado.
J� o ministro Edison Lob�o, disse que n�o h� "nenhuma cogita��o " de sua parte para ocupar o cargo no Senado. "E at� o momento, n�o fui sondado por absolutamente ningu�m a esse respeito", frisou, defendendo a elei��o de Renan Calheiros que, na sua opini�o, "� um dos nomes mais expressivos do Senado Federal".