Na v�spera da viagem para a �ndia, que come�a na noite deste s�bado, amea�ada de perder na vota��o do novo C�digo Florestal e com uma base de apoio no Congresso cercada pela desobedi�ncia, a presidente Dilma Rousseff acha que n�o h� crise nenhuma no governo, segundo entrevista que concedeu � revista Veja desta semana.
"N�o h� crise nenhuma. Perder ou ganhar vota��es faz parte do processo democr�tico e deve ser respeitado. Crise existe quando se perde a legitimidade. Voc� n�o tem de ganhar todas. O Parlamento n�o pode ser visto assim. Em alguma circunst�ncia sempre vai emergir uma posi��o de consenso do Congresso que n�o necessariamente ser� a do Executivo", disse a presidente. A rebeli�o na base aliada deve-se, principalmente, ao corte de R$ 18 bilh�es nas emendas dos parlamentares ao Or�amento da Uni�o no ano em que ser�o renovadas as prefeituras e as c�maras municipais. Os aliados reclamam ainda, como sempre, de que n�o conseguem nomear afilhados para cargos no governo e nas estatais. Na entrevista, Dilma disse que n�o � do "toma l� d� c�" que vem sendo praticado no Pa�s, a partir do governo de Jos� Sarney (1985/1990). "N�o gosto e n�o vou deixar que isso aconte�a no meu governo", disse a presidente � Veja. Segundo ela, isso n�o teve nada a ver com a troca de l�deres do governo no Congresso. Ela tirou o senador Romero Juc� (PMDB-RR) e o substituiu por Eduardo Braga (PMDB-AM) e tamb�m trocou o deputado C�ndido Vaccarezza (PT-SP) pelo ex-presidente da C�mara Arlindo Chinaglia (PT-SP). Dilma disse na entrevista que � "fac�limo" substituir Lula (o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva). Lembrou que foi ministra da Casa Civil por cinco anos e que aprendeu muito com Lula despachando com ele "dezenas de vezes por dia". Para ela, Lula � o respons�vel por uma nova ordem mundial. "Lula teve momentos de g�nio na pol�tica e um carisma que nunca vi em outra pessoa". Nem por isso, os dois sempre concordam, segundo disse a presidente na entrevista � revista Veja. Perguntada se tem dificuldades em discordar do ex-presidente, ela disse que n�o tem "nem um pouco". E lembrou que os dois j� divergiram muito no passado, mas que no essencial sempre concordaram. "Eu tenho uma profunda admira��o por ele e uma profunda amizade nos une". Dilma afirmou que Lula "� uma pessoa divertid�ssima, com uma capacidade de afeto descomunal". No auge da crise com a base aliada, o ex-presidente Fernando Collor fez um discurso no Senado no qual alertou Dilma de que perdera o cargo em 1992 por falta de sustenta��o no Congresso. A presidente disse � Veja que n�o leu o discurso. "� preciso ter em mente que as grandes crises institucionais no Brasil ocorreram n�o por questi�nculas, pequenas discord�ncias entre o Executivo e o Legislativo. As grandes crises institucionais se originaram da perda de legitimidade do governante". A presidente contou, na entrevista, ter descoberto algo que n�o sabia quando era ministra. "O povo se identifica com voc�. V� em voc� uma igual na Presid�ncia. E, por isso, o brasileiro se entrega, mostra como � caloroso. Ele te identifica na rua, grita seu nome, te abra�a, te pega. Voc� sente que est� fazendo aquilo de que ele precisa. Isso � maravilhoso!". Dilma disse ainda ter confian�a de que n�o haver� nenhum problema para a realiza��o da Copa da Fifa de 2014 no Brasil. "O Brasil far� a melhor de todas as Copas do Mundo. Querem apostar quanto comigo?".