Bras�lia – A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva encontraram-se nessa sexta-feira em S�o Paulo para discutir uma estrat�gia de a��o diante da CPI mista criada para investigar os neg�cios do bicheiro Carlinhos Cachoeira com o senador goiano Dem�stenes Torres (sem partido). A ideia foi afinar o discurso entre o Pal�cio do Planalto, Lula e o PT, entes que at� ent�o n�o falavam a mesma l�ngua.
Apesar de n�o ter havido uma repreens�o por parte de Dilma, ela n�o gostou da associa��o que o presidente nacional do PT, Rui Falc�o, estabeleceu entre o caso Cachoeira-Dem�stenes e o julgamento do mensal�o no Supremo Tribunal Federal (STF). “Esse discurso � bom para o Jos� Dirceu (ex-chefe da Casa Civil, apontado pela Procuradoria Geral da Rep�blica como o chefe do esquema), n�o para n�s”, definiu um assessor palaciano.
Foi a primeira conversa direta entre Dilma e Lula sobre o tema. A presidente foi informada dos desdobramentos da forma��o da CPI durante a viagem aos Estados Unidos no in�cio da semana. At� ent�o, ela n�o havia expressado qualquer sinal de inquieta��o com as investiga��es nem entusiasmo com os desdobramentos da crise, a exemplo do PT, que incentivou a cria��o da comiss�o de inqu�rito, vislumbrando expor a oposi��o e dividir os holofotes com o julgamento do mensal�o.
O governo est� preocupado com a composi��o da CPI, especialmente os nomes que ser�o indicados para os cargos de presidente e relator. Os mais cotados s�o o senador Vital do R�go (PMDB-PB), para a presid�ncia, e o deputado C�ndido Vaccarezza (PT-SP), para a relatoria. A partir dessa escolha se ter� uma no��o exata da extens�o de eventuais estragos pol�ticos que a comiss�o poder� provocar.
Par�metro
O governo toma como exemplo a CPI dos Correios, a que mais provocou estragos na imagem de um governo petista. � exemplo de hoje, aquela comiss�o tamb�m ficou sob o comando de PT e PMDB, dois partidos aliados do Planalto, mas a presid�ncia do senador Delc�dio Amaral (PT-MS) e a relatoria do deputado Osmar Serraglio (PMDB-RS) foram consideradas extremamente “frouxas”, gerando subs�dios para o inqu�rito no STF. Por outro lado, algumas pessoas cresceram na comiss�o, como os oposicionistas Ant�nio Carlos Magalh�es Neto (DEM-BA), Eduardo Paes (ent�o no PSDB, hoje no PMDB), Gustavo Fruet (ex-PSDB, hoje no PDT) e a governista Ideli Salvatti, atual ministra de Rela��es Institucionais.
N�o � apenas o Planalto que est� indeciso quanto aos nomes que devem ser escolhidos. O Estado de Minas apurou que pelo menos tr�s legendas enviaram sinais para o governo pedindo orienta��es quanto ao perfil dos nomes. O receio principal � com o teor das investiga��es da Opera��o Vega, de 2009, que originou a primeira suspeita de liga��o do senador Dem�stenes com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. A inclus�o da Vega no rol das investiga��es da CPI foi uma exig�ncia da oposi��o. Se dependesse do PT, especialmente do l�der do partido na C�mara, Jilmar Tatto (SP), o ponto central das investiga��es seria a Opera��o Monte Carlo, deflagrada em 29 de fevereiro deste ano.