O Minist�rio P�blico do Tocantins vai investigar contratos do governo do Estado com o grupo do empres�rio Rossine Aires Guimar�es, apontado pela Pol�cia Federal (PF) como s�cio do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em empresa usada para lavar dinheiro da m�fia dos ca�a-n�queis.
Os repasses do governo somam, desde 2007, R$ 245,7 milh�es. O MP pretende checar a regularidade dos contratos, firmados com a Construtora Rio Tocantins (CRT), de propriedade de Rossine e usada por Cachoeira para negociar licita��es, segundo o inqu�rito da Opera��o Monte Carlo.
Num dos grampos da PF, Cachoeira pergunta a um de seus parceiros Gleyb Ferreira da Cruz, se deve fechar uma transa��o com a CRT ou com a Delta Constru��es.
A Promotoria de Defesa do Patrim�nio P�blico tamb�m vai apurar o envolvimento do secret�rio de Rela��es Institucionais do Tocantins, o ex-senador Eduardo Siqueira Campos, no suposto direcionamento de um contrato de inspe��o veicular para o grupo do contraventor. Em conversas reproduzidas pela Revista �poca, Cachoeira cita o secret�rio: “Ele podia me devolver aqueles 500”.
De acordo com o inqu�rito, Cachoeira, Rossine e o delegado da PF Deuselino Valadares s�o s�cios ocultos na Ideal. A mulher do policial e um laranja do empres�rio constam como propriet�rios de fato, embora, segundo as investiga��es da Monte Carlo, os tr�s conduzam os neg�cios da empresa, que teria recebido dinheiro da Delta.
Criado em Catal�o (GO), Rossine � amigo de inf�ncia de Cl�udio Abreu, ex-diretor da construtora e um dos operadores do esquema. Nos relat�rios da PF, ele � descrito como um financiador de campanhas, com tent�culos no poder p�blico.
Nas elei��es de 2010, o empres�rio repassou R$ 3 milh�es ao comit� do PSDB em Tocantins. Al�m disso, irrigou campanhas tucanas em Goi�s com R$ 800 mil. O PMDB de Gaguim recebeu outros R$ 507 mil. O peemedebista � dono da Espa�o Participa��es, que comp�e, juntamente com Rossine, o quadro societ�rio da BPR Empreendimentos Imobili�rios.
Na campanha, a CRT tamb�m repassou R$ 152 mil para o ex-governador Marcelo Miranda (PMDB), que concorreu ao Senado, e R$ 50 mil para o deputado Raimundo Coimbra J�nior (PMDB).
A empreiteira de Rossine mant�m contratos para obras em estradas e de habita��o com o governo de Tocantins. Na gest�o de Marcelo Miranda, que antecedeu a Gaguim, recebeu R$ 84 milh�es, o equivalente R$ 2,9 milh�es por m�s. Com Gaguim no poder, os repasses aumentaram: R$ 142,2 milh�es ou R$ 9,4 milh�es mensais. No ano passado, o Estado transferiu R$ 19,1 milh�es para a empresa - segundo o governo, n�o houve pagamentos em 2012. No governo de Siqueira Campos, a m�dia foi de R$ 1,2 milh�o por m�s. A gest�o do tucano responde na Justi�a por favorecer a Delta.
O MP pede a condena��o do secret�rio de Infraestrutura, Alexandre Ubaldo Barbosa, e outros quatro servidores por contratos sem licita��o.
Outro lado
Rossine n�o foi localizado. Siqueira Campos informou que n�o firmou contrato com a CRT, e vem pagando compromissos dos antecessores. O governo de Tocantins alegou que a contrata��o emergencial das empreiteiras se deu por atrasos na aprova��o do or�amento e por exig�ncia do pr�prio MP. Gaguim argumentou que a CRT trabalhou “para o Estado e n�o para o governador”. Assegurou que os pagamentos feitos foram autorizados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).