
O senador Dem�stenes Torres (sem partido-GO) fez sua primeira apari��o em uma tarde de vota��o do plen�rio desde o dia 10 de abril, quando se tornou alvo de processo de quebra de decoro no Conselho de �tica por envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Tentando mostrar tranquilidade, o sorridente Dem�stenes permaneceu 20 minutos no local, per�odo em que falou com colegas de v�rios partidos, registrou sua presen�a e repetiu v�rias vezes aos jornalistas que s� falar� publicamente ap�s apresentar sua defesa no conselho. Nessa sess�o estavam presentes 73 senadores.
At� hoje, o senador registrava sua presen�a em plen�rio nos per�odos da manh� ou na hora do almo�o, momento em que o local est� praticamente vazio. Agora � tarde, assim que entrou no plen�rio, o senador deu de cara com o relator do seu processo, o petista Humberto Costa (PE). Trocaram um cordial aperto de m�o.
Logo em seguida, Dem�stenes fez um aceno geral aos presentes, dirigindo-se para o meio do plen�rio onde conversavam os tucanos Alvaro Dias (PR) e A�cio Neves (MG). Ficou l� at� ir para o fundo do ambiente, ap�s ter sido chamado pela senadora K�tia Abreu (PSD-TO).
Dem�stenes, ent�o, dirigiu-se para a Tribuna da Imprensa, fazendo quest�o de cumprimentar os jornalistas que o bombardearam com perguntas sobre seu processo de quebra de decoro. "Vou falar primeiro no Conselho de �tica", respondeu, tentando aparentar naturalidade. Da�, o senador foi falar com Randolfe Rodrigues (AP), senador cujo partido, o PSOL, quer cass�-lo.
Randolfe disse que Dem�stenes pediu desculpas por n�o ter retornado uma liga��o. Numa conversa na companhia de Pedro Taques (PDT-MT), Blairo Maggi (PR-MT) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Dem�stenes afirmou que est� � disposi��o para esclarecer, para cada um deles, as acusa��es de envolvimento com Carlinhos Cachoeira.
O senador registrou presen�a e teve a conversa mais demorada da sua passagem pelo plen�rio com os dois colegas da bancada goiana na Casa: os tucanos Cyro Miranda e L�cia V�nia. "Estava emocionalmente abalado", confidenciou. Mas disse tamb�m que agora est� melhor para retomar suas atividades. Dem�stenes comentou ainda com os senadores de Goi�s que � "imposs�vel" ler toda a investiga��o contra ele, em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). "Tem 86 mil horas de grava��o", afirmou.
Dem�stenes deixou o plen�rio por volta das 17 horas, sendo acompanhado at� o seu gabinete, a menos de cem metros do plen�rio, por uma multid�o de jornalistas, cinegrafistas e fot�grafos. Na maior parte do caminho repetiu que s� falar� com a imprensa depois de apresentar sua defesa, prevista para ser entregue na pr�xima ter�a-feira (24). Questionado se foi bem tratado pelos pares, respondeu: "A recep��o foi muito boa, gra�as a Deus". O senador disse ainda que tem trabalhado todos os dias. Mas n�o participou da vota��o de requerimentos do plen�rio desta tarde.