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Estado de Minas

J� s�o 13 parlamentares envolvidos no esquema de Cachoeira


postado em 06/05/2012 07:28

Bras�lia – A rede do bicheiro Carlinhos Cachoeira j� inclui 13 parlamentares que dever�o dar explica��es na comiss�o parlamentar de inqu�rito (CPI) instalada no Congresso, em algum momento da apura��o. Os desdobramentos da Opera��o Monte Carlo, da Pol�cia Federal, motivaram a abertura de procedimentos de investiga��o contra o senador Dem�stenes Torres (sem partido-GO), no Conselho de �tica do Senado; contra os deputados Carlos Alberto Ler�ia (PSDB-GO), Sandes J�nior (PP-GO) e Rubens Otoni (PT-GO), na Corregedoria da C�mara; e contra o deputado Prot�genes Queiroz (PCdoB-SP), no Conselho de �tica da mesma Casa. Esses parlamentares come�aram a ser investigados pelo Congresso antes mesmo do in�cio dos trabalhos da CPI. O Estado de Minas apurou que o suposto envolvimento de outros deputados federais e de dois suplentes de senador – com chances reais de assumir o mandato – no esquema de Cachoeira � bem maior do que o apontado at� agora pelos pr�prios suspeitos.

Reunião da comissão de inquérito do Cachoeira: o colegiado de deputados e senadores investiga a relação do bicheiro com políticos (foto: Bruno Peres/CB/D.A Press )
Reuni�o da comiss�o de inqu�rito do Cachoeira: o colegiado de deputados e senadores investiga a rela��o do bicheiro com pol�ticos (foto: Bruno Peres/CB/D.A Press )

� o caso do deputado federal Leonardo Vilela (PSDB-GO), que admitiu ter pedido a Cachoeira emprego para a filha farmac�utica e ter solicitado ao bicheiro um jantar com Dem�stenes. As conversas telef�nicas transcritas para o inqu�rito da Monte Carlo mostram que o parlamentar, pr�-candidato do PSDB � Prefeitura de Goi�nia, participou de diferentes jantares com o senador e, nessas ocasi�es, foi alvo dos interesses comerciais de Cachoeira. O bicheiro, que atuava para a Delta Constru��es, estava insatisfeito com a compra de uma �rea em �guas Lindas (GO), na Regi�o Metropolitana de Goi�nia, pela Construtora Queiroz Galv�o. A empreiteira seria a respons�vel pelo lix�o do munic�pio. “O Leonardo Vilela, do Meio Ambiente de Goi�s, tem condi��o de travar”, disse Cachoeira a Cl�udio Abreu, ent�o diretor da Delta no Centro-Oeste, num di�logo gravado em 26 de abril do ano passado.

Leonardo Vilela exerceu o cargo de secret�rio de Meio Ambiente no governo de Marconi Perillo (PSDB) at� mar�o deste ano, quando retornou � C�mara. Cachoeira queria conquistar o contrato de inspe��o veicular, objeto de um edital na secretaria, e para isso contava com o pr�-candidato tucano � Prefeitura de Goi�nia. “Hoje eu vou jantar com o Leonardo � noite. Leonardo Vilela”, afirmou o bicheiro a Cl�udio Abreu, numa conversa telef�nica sobre o contrato de inspe��o veicular. “S� eu, o Dem�stenes e ele. S� n�s tr�s.”

Ao Estado de Minas, Leonardo Vilela disse n�o ter recebido nenhum pedido para interromper uma obra da Queiroz Galv�o. J� sobre o contrato de inspe��o veicular, o deputado afirmou que recebeu “dois ou tr�s grupos” interessados em atuar na �rea. “N�o me lembro quem s�o esses grupos.” Segundo o tucano, o edital para a contrata��o da empresa respons�vel pela fiscaliza��o da emiss�o de poluentes n�o foi adiante. Leonardo Vilela confirmou ter participado “algumas vezes” de jantares com Dem�stenes. “Eu me lembro de o Cachoeira estar presente uma vez.”

Parceria Outros dois auxiliares diretos de Perillo, com chances reais de assumir o mandato no Congresso, s�o ligados a Cachoeira, conforme as investiga��es da PF. Um deles, o deputado federal eleito Thiago Peixoto (PSD-GO), secret�rio de Educa��o de Perillo, pode ter recebido o bicheiro na pr�pria secretaria. Numa conversa entre Cachoeira e o deputado Carlos Alberto Ler�ia, o contraventor diz estar “na Secretaria de Educa��o acompanhando um prefeito para falar com o secret�rio”. Peixoto n�o atendeu as liga��es do EM.

Se Dem�stenes Torres for cassado no Senado, quem assumir� � o empres�rio da constru��o civil Wilder Morais (DEM-GO), primeiro suplente e secret�rio de Infraestrutura do governo de Goi�s. Cachoeira “brigou” para Wilder ser suplente de Dem�stenes, conforme di�logos telef�nicos usados na Monte Carlo. O empres�rio tamb�m procurou Perillo para falar de assuntos tratados previamente com o bicheiro e discutiu projetos de parceria p�blico-privada com Cachoeira e Dem�stenes, como mostram as conversas. Wilder n�o comenta sobre o suposto envolvimento com o bicheiro, hoje casado com a ex-mulher do suplente, Andressa Mendon�a. Outro empreiteiro-suplente, Ata�des Oliveira (PSDB-TO), � mais que amigo de inf�ncia de Cachoeira, como sustenta. O substituto do senador Jo�o Ribeiro (PR-TO) aproximou o bicheiro do governador de Tocantins, Siqueira Campos (PSDB), e emprestou avi�es para o contraventor p�r a servi�o da Delta Constru��es.

Rapidez nas apura��es


Bras�lia – O relator do processo aberto contra o deputado Carlos Alberto Ler�ia (PSDB-GO) na Corregedoria da C�mara, Jer�nimo Goergen (PP-RS), diz j� ter informa��es suficientes para emitir seu parecer sobre o parlamentar envolvido com Carlinhos Cachoeira e pretende defender maior celeridade no trabalho da comiss�o. “S� vamos avaliar a representa��o e julgar se houve rela��o pol�tica dos parlamentares com o Cachoeira e, para isso, n�o precisamos de nenhuma prova de fora ou at� mesmo de detalhes do inqu�rito.” Goergen lembra que o simples fato de um parlamentar manter rela��o pr�xima com algu�m que publicamente comete atos il�citos pode ser considerado quebra de decoro. “N�o estou adiantando meu parecer, mas o deputado Ler�ia tem dificultado muito a situa��o dele ao dizer publicamente que � amigo do Cachoeira”, destacou o relator, referindo-se ao discurso feito pelo tucano na quinta-feira, quando ele parabenizou o bicheiro pelo anivers�rio e assumiu que s�o “amigos pessoais”.

Uma comiss�o de sindic�ncia da Corregedoria da C�mara apura h� 15 dias se os deputados Ler�ia, Rubens Otoni (PT-GO) e Sandes J�nior (PP-GO) quebraram o decoro parlamentar ao se relacionar com o bicheiro. O autor da representa��o contra os tr�s � o PSOL. Os tr�s j� apresentaram defesa, negando que a rela��o que mantinham com Cachoeira seja irregular. Se a decis�o for pela puni��o aos parlamentares, o processo ser� encaminhado ao Conselho de �tica da Casa.

Na quarta-feira, o deputado Prot�genes Queiroz (PCdoB-SP) tamb�m pode come�ar a ser investigado. O Conselho de �tica e Decoro Parlamentar da C�mara se reunir� para analisar a representa��o entregue pelo PSDB contra o parlamentar. Prot�genes havia sido o primeiro a apresentar um requerimento para a abertura de uma CPI sobre o caso Cachoeira, quando apenas a rela��o do senador Dem�stenes Torres (sem partido-GO) com o bicheiro havia sido divulgada. Prot�genes aparece em conversas telef�nicas com o araponga Idalberto Matias de Ara�jo, o Dad�, que integrava o grupo de Cachoeira. (AC e VS)


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