Investigado pelo Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) por suspeita de desvio de recursos p�blicos, o prefeito de Montes Claros, Luiz Tadeu Leite (PMDB) – indiciado ter�a-feira em dois inqu�ritos civis p�blicos instaurados pela Procuradoria da Rep�blica por desvios de R$ 4,6 milh�es em recursos da sa�de –, montou ontem um palanque na Assembleia Legislativa para a oposi��o ao governo do estado. Tadeu Leite viajou mais de 800 quil�metros at� a capital para denunciar o que chama de “compl�” e “tratora��o” por parte de “setores do governo de Minas” contra sua administra��o. Candidato � reelei��o, o prefeito preservou apenas o governador Antonio Anastasia, a quem chamou de parceiro na amplia��o do setor industrial do munic�pio que administra. Sobraram cr�ticas �cidas para institui��es como as procuradorias de Justi�a e o Tribunal de Contas da Estado (TCE) que, segundo ele, estariam sendo usados com fins eleitoreiros.
Durante a entrevista coletiva, Tadeu Leite estava acompanhado de seu filho, o deputado estadual Tadeu Martins Leite (PMDB) – mais conhecido como Tadeuzinho –, e de outros correligion�rios: deputados Ant�nio J�lio, S�vio Souza Cruz, Adalclever Lopes e Bruno Siqueira. O prefeito disse que h� duas semanas o TCE aprovou uma fiscaliza��o extraordin�ria na prefeitura, que envolveu um procurador e 20 t�cnicos do tribunal. Segundo ele, o grupo de inspe��o solicitou c�pia de mais de 30 mil documentos, com prazo de apenas 24 horas. Diante da dificuldade de viabilizar os pedido, foi decretada uma multa pecuni�ria para cada atraso no fornecimento de informa��es. “Desde a ditadura, nunca havia visto um ato de for�a como esse. H� 40 anos atuo na pol�tica, mas sobre a plan�cie, n�o no jogo debaixo da mesa”, disse. Tadeu Leite, que nega estar sendo investigado tamb�m pela Pol�cia Federal, informou que se antecipou a uma poss�vel a��o policial e, por meio do Decreto 2.914/2012, determinou a todos os seus auxiliares que repassassem as informa��es solicitadas pelos federais.
Representa��o
Al�m de alegar persegui��o pol�tica, o prefeito informou ter protocolado, ontem, uma representa��o no Conselho Nacional do Minist�rio P�blico contra o procurador do TCE, Mar- c�lio Barenco Corr�a de Mello, que teria coordenado a a��o de an�lise da documenta��o. “Ele agiu de forma policialesca, agressiva, mal educada e cheia de imp�fia, contrariando recomenda��o do atual presidente do tribunal, Ant�nio Carlos Andrada”, acusou. Segundo Tadeu Leite, o procurador teria feita conclus�es precipitadas. Com a an�lise de “apenas alguns documentos e num �nico procedimento constatou ind�cios de irregularidades em vultoso valor de centenas de milh�es”, criticou, para rebater, em seguida: “Como isso pode acontecer se o or�amento total de Montes Claros, o quinto maior munic�pio de Minas, � de R$ 550 milh�es?” O prefeito, no entanto, n�o apresentou qualquer documento oficial para sustentar a tese de que as acusa��es se restringem ao campo pol�tico.
O Tribunal de Contas do Estado, por meio de sua assessoria, informou que n�o h� qualquer fiscaliza��o em andamento na Prefeitura de Montes Claros. Explicou que os t�cnicos foram cedidos atendendo a pedido da Procuradoria de Justi�a do Estado, com a qual mant�m conv�nio de coopera��o m�tua. O procurador-geral de Justi�a, Alceu Torres Marques, n�o quis comentar as declara��es.