A frente do pr�dio onde mora o desembargador aposentado Aquino de Farias Reis, na Avenida Beira Rio, no bairro da Ilha do Leite no Recife, foi palco, nesta segunda pela manh�, de um protesto com a participa��o de cerca de 40 pessoas - estudantes, jovens e ex-perseguidos pol�ticos. Reis era delegado da Delegacia de Ordem Pol�tica e Social (Dops) e estava de plant�o no dia 06 de fevereiro de 1971, quando o estudante de Agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Odijas de Carvalho, morreu nas suas depend�ncias. Odijas tinha 26 anos, foi preso no dia 30 de janeiro daquele ano e torturado at� � morte.
"Queremos mostrar � sociedade a face oculta da hist�ria e de muitos colaboradores do aparelho repressivo da ditadura e assim ajudar a Comiss�o da Verdade a tornar p�blica a identidade velada de muitos deles", afirmou Marcela Vieira, integrante da coordena��o nacional do Levante Popular da Juventude.
"N�o esquecemos", "N�o descansamos", diziam algumas das faixas do protesto. O grupo destacou que "est�o mortos os policiais que executaram as torturas que matou Odijas, mas a responsabilidade pelo crime n�o se restringe a eles, estende-se a todos os que compunham o sistema de torturas implantado pela ditadura civil-militar nas suas diversas inst�ncias".
"Um delegado de plant�o, respons�vel maior pelas ocorr�ncias na delegacia durante o seu servi�o, n�o pode se isentar de culpa, assim como um m�dico que assina um atestado de �bito que atribui a morte por edema pulmonar a um preso torturado com espancamento generalizado e palmat�ria nos test�culos", destacaram em nota.
Em Salvador, cerca de 150 estudantes participaram, na manh� desta segunda, de um ato pela investiga��o e puni��o de assassinatos cometidos por agentes de seguran�a durante a ditadura militar no Brasil. O protesto foi parte da manifesta��o nacional conhecida como "esculacho", promovido pelo movimento Levante Popular da Juventude.
Na capital baiana, o ato teve como alvo o carateca e ex-cabo do Ex�rcito Dalmar Carib�, suposto assassino de Carlos Lamarca e Zequinha Barreto. Os jovens encenaram uma sess�o de tortura na frente da Associa��o Cultural e Esportiva Braskem (Aceb), na Rua Artur de Azevedo Machado, no bairro do Costa Azul. No clube funciona a Associa��o de Karat� da Bahia (Askaba), entidade que teve Dalmar entre os fundadores.
Os estudantes tamb�m jogaram tinta vermelha no asfalto, simbolizando o sangue dos mortos pelo regime, e picharam a pista com a frase "Dalmar Carib� assassino". Dalmar leciona carat� no sul baiano.