O PT e o PMDB est�o em p� de guerra depois de o relator da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), ter defendido a quebra do sigilo banc�rio da Delta Constru��es em n�vel nacional e de seu principal acionista, Fernando Cavendish.
Diante da crise, Cunha optou nesta quarta pela cautela. Mas o deputado confidenciou a correligion�rios que fez uma reavalia��o da blindagem da empreiteira e que, diante das evid�ncias, n�o tem como evitar que as investiga��es recaiam sobre a Delta nacional e seu propriet�rio.
A decis�o irritou o PMDB, em especial a ala ligada ao governador do Rio, S�rgio Cabral. Ele � amigo de Cavendish, com quem viajou para o exterior. Os peemedebistas alegam que a quebra de sigilo da Delta � uma reivindica��o da oposi��o para tirar o foco do governador de Goi�s, o tucano Marconi Perillo, que estaria envolvido com o esquema do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Com a prov�vel aprova��o da quebra dos sigilos da Delta, os peemedebistas est�o certos de que a oposi��o ter� muni��o para pedir a convoca��o de Cabral.
Em repres�lia, o PMDB passou ontem a trabalhar com a ideia de n�o se aliar ao PT para convocar Perillo. Dizem que � mais f�cil agora, n�o aprovar a convoca��o de nenhum dos governadores alvo de den�ncias.
'N�o � nosso'
Por ora, a c�pula do PMDB tenta manter postura de distanciamento. A alega��o � que Cabral nunca foi “nosso” – ou seja, do PMDB – e n�o haveria motivos para o partido se empenhar na sua defesa. O l�der da sigla na C�mara, Henrique Eduardo Alves (RN), avisou que n�o pretende trocar seus titulares na CPI – Luiz Pittman (DF) e �ris Ara�jo (GO). Eles prometem votar a favor da quebra do sigilo.
Segundo integrantes da CPI, Cunha cogitou tornar a sess�o desta quinta em administrativa, para aprovar a quebra dos sigilos da Delta nacional e de Cavendish. O relator teria sido demovido da ideia pelo pr�prio PT. “N�o se pode fazer uma reuni�o administrativa nas coxas”, disse o ex-l�der C�ndido Vaccarezza (PT-SP), ao garantir que apoia a decis�o de pedir a quebra dos sigilos.
Para os aliados, Cunha mudou sua postura e resolveu contrariar a blindagem � Delta porque est� preocupado com sua imagem. O petista sonha em ser candidato ao governo de Minas, em 2014, e n�o quer “queimar” sua biografia. Ele estaria passando por processo semelhante ao que ocorreu na CPI dos Correios, quando o presidente Delc�dio Amaral (PT-MS) e o relator Osmar Serraglio (PMDB-PR) tamb�m mudaram de comportamento ao longo das investiga��es e denunciaram a exist�ncia do “mensal�o” no governo Lula.
Cunha decidiu ampliar a apura��o ap�s documentos da Opera��o Saint-Michel – deflagrada pelo Minist�rio P�blico do Distrito Federal ap�s a Monte Carlo – apontaram que os ex-diretores da Delta no Centro-Oeste, Cl�udio Abreu, e no Sudeste, Heraldo Puccini, tinham procura��o para movimentar dinheiro em contas nacionais da empreiteira.