“Eu louvo a Deus por este momento. Eu louvo a Deus por ser o Serra. Ele � um estadista. N�o est� aqui por um trampolim pol�tico”, afirmou a vereadora paulistana Marta Costa (PSD), ligada � Assembleia de Deus e candidata � reelei��o. “Finalmente voc�s est�o enxergando que somos maiores que os diret�rios de voc�s. Estamos em todos os lugares. Levamos Jesus”, completou.
Em audit�rio no Edif�cio Joelma, onde o tucano fez o discurso de derrota na elei��o presidencial de 2010, cerca de 30 pastores, parlamentares e assessores falaram sobre o caminho para apoiar Serra. A reportagem acompanhou o encontro, o segundo do grupo. Na reuni�o, religiosos mencionaram a cria��o de uma secretaria para evang�licos, pediram o “fim do casamento” Serra-Kassab e reclamaram do que chamam de falta de aten��o com o grupo em ano que n�o � eleitoral.
Os pastores esperavam um encontro com Serra, que n�o foi. “N�o podemos estressar o candidato. N�o podemos tirar a energia. Ele tem que estar descansado para aparecer na televis�o”, disse o vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD), que exp�s para a plateia estrat�gia eleitoral para “ganhar a guerra, ainda no primeiro turno”. “Temos duas frentes de a��o: a ‘artilharia a�rea’, que bombardeia por cima, como a comunica��o, muito importante numa cidade como S�o Paulo. E a ‘infantaria’, uma batalha em cada campo”, disse. “Voc�s s�o pregadores e vamos ter que pregar essa boa nova por S�o Paulo.”
Sentados em c�rculo, representantes da Assembleia de Deus e da Miss�o Mundial Gra�a e Paz, entre outras entidades, ouviram integrantes da campanha enaltecer a influ�ncia eleitoral dos evang�licos que, segundo o Novo Mapa das Religi�es, da FGV, chega a 20% dos paulistanos.
Rela��o hist�rica
"Todos querem estabelecer primeiros contatos (com os evang�licos). N�o � nossa realidade. Serra tem uma rela��o antiga, hist�rica. Queremos que ela se aprimore”, disse o deputado Walter Feldman (PSDB). “Precisamos de um comando para definir propostas, agenda e a a��o que vamos fazer em suas igrejas. E colocar o Serra no corpo a corpo”, disse o coordenador da campanha, Edson Aparecido.
Alternando declara��es de apoio expl�citas e reclama��es, os evang�licos escolheram um alvo: o prefeito Gilberto Kassab (PSD) que mant�m boa rela��o com as igrejas Universal e a Mundial do Poder de Deus, que n�o estavam presentes no encontro.
“Quando somos atendidos (na Prefeitura), somos mal atendidos. E hoje temos o que eles precisam”, afirmou o bispo Celso Moura, da Miss�o Mundial Gra�a e Paz. “Agora somos chamados para eleger Serra, mas vamos ser exclu�dos”, disse Jos� Dinarte Macedo Barbosa, o reverendo Dinarte, da Catedral da B�n��o. “Apoiamos at� porque n�o tem op��o melhor”, completou.
“Ele chegou na nossa institui��o (na elei��o anterior). Prometeu situa��es que, infelizmente, foram esquecidas”, disse Renato Galdino, da Assembleia de Deus. “Colocamos 146 pessoas para votar em Serra na pr�via”, afirmou, sobre a disputa do PSDB para escolher o candidato da sigla.
Casamento gay
Durante a reuni�o no Joelma, n�o foi cobrada uma posi��o do pr�-candidato em pontos pol�micos, como casamento gay e aborto. “A gente sabe que a disputa municipal n�o � o f�rum para isso. Mas as posi��es dos candidatos s�o levadas em conta”, disse o presidente do Conselho Pol�tico da Assembleia de Deus, L�lis Washington, para quem Serra � “uma das op��es” e haveria “uma tend�ncia forte” de oficializar o apoio a ele.
Na elei��o de 2010, os evang�licos pautaram parte do debate da campanha presidencial, sobretudo no segundo turno. Para Edvaldo Fagundes, da Vit�ria de Cristo, “tem muita coisa” que Serra “n�o vai cumprir, mas e da�?”, questionou. “Temos mania de espiritualizar tudo. Mas tem coisa que � arroz com feij�o: o Esp�rito Santo n�o vai baixar para resolver”, disse. “Uma comiss�o pode virar uma secretaria. Depois uma secretaria estadual, e um minist�rio um dia, quem sabe?”, indagou, Ap�s uma pausa, disparou: “Temos que ser pr�ticos agora.”