Escuta da Pol�cia Federal revela telefonemas entre bicheiro e Perillo

Liga��es telef�nicas trocadas entre Carlinhos Cachoeira e o ex-vereador Wladimir Garcez (PSDB) �s v�speras da assinatura do contrato de venda da casa do governador Marconi Perillo (PSDB) flagraram o contraventor saudando o dono da Faculdade Padr�o, Walter Paulo de Oliveira Santiago, por ter emprestado o nome para o neg�cio. Em 12 de julho de 2011, Cachoeira trocou pelo menos cinco liga��es com Garcez, orientando o intermedi�rio da venda da casa de Perillo a estabelecer pre�o e forma de pagamento pelo im�vel. Em uma das conversas, Cachoeira afirmam que as ofertas pelo im�vel do condom�nio Alphaville Flamboyant chegaram a R$ 2,3 milh�es, mas depois de negocia��o o pre�o caiu para R$ 2,2 milh�es. O valor da casa declarado na escritura � de R$ 1,4 milh�o. As liga��es refor�am a tese de que a transa��o de compra e venda foi feita entre Perillo e Cachoeira com aux�lio de intermedi�rios.

Logo ap�s firmar a venda do im�vel, Garcez ligou para Cachoeira e disse que estava com o "professor Walter", e que o dono da Faculdade Padr�o estava "louquinho", impressionado com o vulto da transa��o realizada em seu nome — o di�logo est� em uma das grava��es in�ditas da Pol�cia Federal obtida pelo Estado de Minas. "Estou com o professor Walter aqui, j� estou terminando aqui, assim que eu terminar eu encontro com voc�, mas o menino esteve aqui, o Jayme (Rinc�n), e disse para ficar despreocupado, porque esteve com o cara ontem � noite", afirma Garcez na grava��o. "E a�, fechou?", pergunta Cachoeira. "O professor t� mandando um abra��o aqui pra voc�. � (fechou), ele t� louquinho aqui, nunca teve o nome dele igual esse aqui, n�o, Carlinhos", responde o ex-vereador. "Manda fechar logo, rapaz", encerra o contraventor. Em outro telefonema, Cachoeira demonstrou ansiedade pela assinatura da escritura. Garcez respondeu que a formaliza��o da venda do im�vel s� seria feita no outro dia (13 de julho), e Cachoeira perguntou se ele pegou a comiss�o de R$ 100 mil pela intermedia��o do neg�cio: "� vista, n�? Nossa Senhora, e o trabalho que deu pra olhar esse trem aqui. E voc� toda hora ligando."

As escutas contradizem a vers�o do dono da Faculdade Padr�o, que afirmou em depoimento � CPI que comprou a casa de Perillo para fazer um aporte no capital de sua firma – a Mestra Administra��o e Participa��es. Garcez , assim como Santiago, tamb�m foi ao Congresso dar explica��es e disse que comprou o im�vel do governador para lucrar com poss�vel transa��o de revenda. Apesar de os monitoramentos telef�nicos indicarem que o verdadeiro comprador da casa era Cachoeira, os dois intermedi�rios afirmaram que o im�vel seria para eles.

Depoimento As vers�es conflitantes complicam a situa��o de Perillo, que deve prestar esclarecimentos � comiss�o na ter�a-feira. O governador tentou se antecipar � convoca��o e apareceu de surpresa na CPI no dia 29, com documentos para rebater informa��es que constam no inqu�rito da PF, mas parlamentares da base do governo n�o abriram m�o da convoca��o. Conversas registradas entre Cachoeira e sua mulher Andressa Mendon�a justificaram a pressa do bicheiro em adquirir im�vel. No dia 11 de junho, pouco mais de um m�s antes de a venda da casa de Perillo ter sido fechada, Andressa pressionou Cachoeira a sair do apartamento onde vivia com a ex-mulher Andrea Apr�gio, reclamando que ficou sem lugar para morar ap�s deixar seu ex-marido, Wilder Pedro de Morais, suplente do senador Dem�stenes Torres (sem partido).

AGENDA

Confira como ser�o os trabalhos na CPI na pr�xima semana

» Tucano

Na ter�a-feira, a comiss�o receber� o governador de Goi�s, Marconi Perillo. Ela espera que o tucano explique a venda de uma casa que acabou nas m�os de Carlinhos Cachoeira. Duas testemunhas ouvidas pela CPI deram vers�es diferentes sobre a forma de pagamento do im�vel. PT e PSDB travam luta interna para usar o depoimento de Perillo como arma partid�ria.

» Secret�rios

Um dia depois de Perillo, ser� a vez de o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, falar � CPI. Nomes de secret�rios do governador s�o citados por integrantes da organiza��o criminosa e Cachoeira demonstra deter informa��es sobre obras p�blicas do DF.

» Requerimentos

Depois de ouvir os governadores, a comiss�o se reunir� na quinta-feira para votar novos requerimentos de convoca��o de testemunhas e pedidos de quebra de sigilo de envolvidos com a organiza��o criminosa.